Design O caso Hollister: uma bola fora em storytelling

O caso Hollister: uma bola fora em storytelling

Por Diogo Mattos

Quando estava pesquisando pautas para escrever esse artigo li várias matérias interessantes e coisas que eu gostaria de comentar aqui, mas uma notícia não saiu da minha frente o tempo todo.

Seria uma ignorância total minha não falar disso, apesar de tudo ter estourado nesta Segunda, dia 20 de Julho e já estar um pouco ultrapassado. Mas como publicitário e amante do branding eu não poderia deixar isso passar.

Estou falando do caso Hollister, a marca de roupas Americana que pisou na bola ao inventar uma mentira sobre sua história. Tudo em nome das vendas, do marketing e da moda do storytelling, o que acabou gerando uma repercussão nada boa para a marca.

Uma mentira polêmica

O caso Hollister e sua polêmiica.

O buzz todo começou de fato com o artigo do escritor Americano Dave Eaggers para o The New Yorker, onde ele corajosamente desmente a história da criação da marca. Ela não teria sido fundada em 1922, como divulgado, mas sim em 2000, em Columbus, Ohio.

A coragem de Dave com o caso Hollister foi ainda mais forte, pois segundo ele, as roupas vendidas pela marca são bem similares aquelas vendidas em redes como Walmart e Target, porém com custo triplicado.

Eu não vou entrar em detalhes aqui, até porque já publicamos aqui uma série de artigos fantástica sobre o tema, mas o storytelling nada mais é do que a arte de contar histórias.

E um dos motivos que o seu uso no marketing e na publicidade foi popularizado pelas agências nos últimos tempos foi o efeito emocional que ele causa nas pessoas.

Mexer com emoções não é nada fácil e quando bem feito, realmente toca o coração do público no ponto certo e aí é só correr para o abraço. Aliando a isso o senso de pertencimento e identificação do target com a narração, o aproxima ainda mais da marca.

A pisada de bola do caso Hollister

Caso Hollister

No caso Hollister fica claro que eles erraram feio na arte de contar histórias, pois se basear em uma mentira, fere qualquer credibilidade e confiança do público que eles adquiriram arduamente.

O site adNews coletou o depoimento de alguns profissionais da área sobre o caso. Nele Fernando Palacios resumiu rapidamente o grande problema que ocorreu:

Nesse caso, a lição é simples e eu já ensinei mais de mil alunos sobre isso: se não aconteceu de fato diga que é uma ficção e ponto. E se aconteceu no mundo real não diga que é verdade, mas que é baseado em fatos reais. Toda história tem muitos lados.”

Dessa forma, ele demonstra que apenas um dado poderia inverter a história, se tivesse sido mostrado no início. Ainda no mesmo texto, Patrícia Weiss, consultora estratégica de branded content, enfatiza outro ponto crucial:

Storytelling bem aplicado deve ser utilizado com muita responsabilidade e ética, pois permite criar valor e amplifica o que já tem significado, fazendo sentido porque a história contada foi sobre as pessoas, sobre uma questão humana e verdadeira.”

Isso é extremamente importante quando uma grande marca vai idealizar e desenvolver uma fábula. A ética acima de tudo deve ser preservada para que a credibilidade e autoridade da empresa, no caso a Hollister, sejam mantidas na cabeça do público.

É preciso ter ética

Logo, para resumir a história, não é errado criar uma história fictícia, contanto que esse faz de conta seja anunciado desde o início. Se no caso Hollister tudo tivesse sido dito de uma vez, poderia ter surtido um efeito bem melhor.

Pois, como a própria Patrícia disse posteriormente, a narrativa do cinema e da arte é tão bonita justamente por conta disso, por conta desse elemento mágico que se torna a ficção.

Para encerrar, eu queria relembra rapidamente que as marcas Dialetto e Do Bem passaram pelo mesmo problema no Brasil, em 2014. Quando inventaram uma bonita história que acabou na mesa de processos do Conar, os forçando a fazer alterações em seu discurso.

Isso posto, fica bem claro mais um aprendizado em storytelling que o caso Hollister trouxe novamente a tona, não só para os EUA, país onde ocorreu, mas principalmente para o Brasil, que ainda está precisando comer muita feijão para ficar fortinho.

E você meu camarada, o que achou dessa polêmica toda? Comente abaixo, queremos saber sua opinião!

 

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