Design O livro Mobiliário para o Design de Interiores, de Sam Booth e Drew Plunkett

O livro Mobiliário para o Design de Interiores, de Sam Booth e Drew Plunkett

Por Nayara Sartorato


Um belo livro, esse Mobiliário para o Design de Interiores de Sam Booth e Drew Plunkett. Como o título sugere, a leitura trata dos Móveis no Design de Interiores, de maneira hora ampla, hora focada. Bem escrito, exige uma atenção do leitor, e uma vontade de entender o Design de Interiores além da futilidade com que muitos encaram.
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Começo pelos elogios: apesar de amar livros que tenham imagens, me impressionei pelo cuidado dos autores em explicar muitas situações com plantas, cortes, perspectivas, detalhamentos em maior escala, desenhos que, para quem trabalha com projeto de interiores, são ricos de detalhes e informações, que dão referências técnicas, além da estética. Afinal, quem se aprofunda nesse assunto, sabe que o bom Design e a boa Arquitetura de Interiores está longe de ser apenas cores harmônicas em ambientes com móveis caros desenhados por grandes Designers. Aliás, o livro trata muito bem desse assunto: porque o design muda a vida e a experiência das pessoas nos ambientes, destacando o motivo, não a beleza, negando a superficialidade facultada a esse trabalho. As fotos também são muito bem empregadas para elucidar os Estudos de Caso e exemplos oferecidos aos leitores no livro. E essa foi outro fato que me impressionou: exemplos, exemplos e mais exemplos. Muitos de nós sabemos o quanto fica mais fácil explicar qualquer assunto e aplicação com experiências reais, e o livro é referto de referências, que além de expor projetos bem sucedidos, cooperam para enriquecer nosso repertório, palavre chave para qualquer bom profissional da área.
Acredito que esse livro só poderia ser escrito por pessoas que entendam muito de Arquitetura e Design de Interiores, que dominam o assunto, e os autores, Sam Booth e Drew Plunkett demonstram domínio sobre eles, tratando desde História da Arte e da Arquitetura até Tecnologia empregada à Programação CAM, envolvendo grandes artistas, como Le Corbusier, Mies Van der Rhoe, Alvar Alto, entre outros, às explicações de produção em série, encaixes e diferentes tipo de materiais, por exemplo. É sem dúvida um livro que exige um pouco de repertório, e por isso o considero de leitura um pouco difícil, não pela linguagem, mas pelo assunto e pelo panorama que trata, com lentes de amplo alcance periférico. É preciso entender um pouco sobre tudo. É preciso ter lido ou visto um pouco sobre vários assuntos para entender o livro. Não considero isso ruim, na verdade, acho que isso faz parte do perfil do profissional Designer e Arquiteto de Interiores, olhar o mundo de maneira mais ampla e dinâmica.9788584520268_1DSC_0022
É destacada a importância do mobiliário, do conforto e do caráter que ele traz ao ambiente, se empregado de forma correta no livro:

“Ainda que um designer deva saber como construir os elementos principais de uma edificação – paredes, pisos e tetos –, também é importante que domine e aprimore as habilidades práticas em que consiste a linguagem arquitetônica miniaturizada do mobiliário. Não importa o quão magnífica é a intenção conceitual; se a solução prática for ruim, provocará e merecerá respostas negativas.” (BOOTH, PLUNKET, pág. 6)

Os autores enfatizam também que o mobiliário é algo além de sofás, mesas, entre outros. O mobiliário é tudo que é independente da estrutura do ambiente: parede, teto, piso.

“O mobiliário pode estar embutido nas paredes ou fixado nas paredes ou no piso, pois a maioria dos móveis criados por designers de interiores, além de consistir em componentes que definem o projeto, visa resolver as idiossincrasias dos layouts e dos espaços. O mesmo status é outorgado às peças únicas e à variedade de opções fabricadas cujas características foram especificadas em vez de desenhadas.” (BOOTH, PLUNKET, pág. 7)

“[…]Do layout simples e utilitário das cadeiras de plástico empilháveis em uma sala de reunião que, sem elas, ficaria vazia e sem caráter algum, a peças que vão além das definições e expectativas convencionais, tornando-se algo similar à escultura ou à arquitetura interna, o mobiliário inevitavelmente transmite valores simbólicos, estéticos e culturais. O balcão da recepcionista no saguão de entrada de um escritório pode refletir o status e o tipo de trabalho do local. As cadeiras no lobby de um hotel podem indicar a qualidade das experiências que ele oferece. O balcão de atendimento de um bar se torna sua identidade. O mesmo espaço vazio pode ser ocupado com diferentes móveis organizados em diferentes layouts, e cada variação lhe conferirá uma identidade distinta – formal ou informal, prático ou romântico, tranquilo ou vibrante –, sem fazer referência à arquitetura da pele original, apenas utilizando-a como um envoltório para intensificar a percepção do novo.” (BOOTH, PLUNKET, pág. 6)

Mais ao fim do livro temos também uma descrição da evolução do projeto, o que me parece muito proveitoso em um livro para Designers; da teoria ao prático, em um livro altamente ilustrado e explicativo. Em todo o livro, mas especificamente nesse ultimo capitulo temos algumas descrições dos atributos dos profissionais da área de abrangência da obra:

“O processo criativo é conduzido dentro da imaginação do designer e se, não for desafiado, desembocará em um objeto comum e repetitivo. Por outro lado, os desafios práticos, se forem abordados de modo positivo, podem conduzir a imaginação a um território novo e inesperado. O conceito do design surge de modo intuitivo e rápido e, de longe, a maior parte do tempo devotado a um projeto será (ou deveria ser) gasto resolvendo questões práticas.” (BOOTH, PLUNKET, pág. 168)

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O livro, que faz parte uma coleção completa de 4 livros sobre o Design de Interiores, é indicado para quem quer se informar sobre a totalidade e sobre as partes do Design. Ele é inteligentemente dividido em assuntos, que dá ao leitor a oportunidade de se aprofundar um pouco mais nos temas. A linguagem não é comum, porém não traz grandes problemas ao leitor, mas, assim como o conteúdo, exige repertório de projeto, de desenho, etc, pois é do vocabulário da área.
Quanto ao formato, gostei e entendo que tenha quer ser em uma configuração maior por causa das imagens, ainda que isso dificulte que ele seja carregado para qualquer lugar.

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Que a Editora GG é uma das minhas editoras favoritas, isso não é novidade para ninguém que me conhece, pela excelência de conteúdo, pelos valores acessíveis, pela qualidade de impressão, de brochura, e com esse livro não foi diferente, indico e recomendo!

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Fontes: Editora GG Brasil |  Free Pik

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