Design Precisamos falar sobre Viés Inconsciente

Precisamos falar sobre Viés Inconsciente

Por Eric Frantto

Todos os dias e momentos precisamos tomar decisões. Parece que não, mas isso influencia -e muito- nas consequências futuras do cotidiano. Dentro da esfera criativa as decisões são essencialmente importantes, visto que a criatividade não resvala apenas em projetos gráficos criados em algum software dedicado. E o poder decisório ligeiramente ligado ao Viés Inconsciente tem força significativa nas ações do dia a dia.

Young reflecting alternative female student portrait with pencil in mouth

Mas afinal, o que raios é esse tal de “viés inconsciente”? Bem, de antemão já é bom saber que esse troço está diretamente ligado a nosso hipocampo, linkado a nosso inconsciente; em síntese, é um banco de dados pessoal, com base em experiências vividas e informação sensorial e intelectual absorvida ao longo da vida, que permite uma cosmovisão personalizada a respeito de tudo ao redor, em nosso ambiente de interação. Em outras palavras, mais vulgarmente falando, podemos chamar de pré-conceito a respeito de tudo o que é sentido ao redor.

Rusty old shackles with padlock, key and open handcuff used for locking up prisoners or slaves between 1600 and 1800.

Uma pesquisa, realizada pela revista Sience sugere que áreas da memória, localizadas no hipocampo, cuja função é basicamente consolidar memórias do cérebro, vinculam novas lembranças a antigas associações, oferecendo um itinerário prévio assim que precisamos tomar qualquer decisão, mesmo sem perceber que o temos de fazer. E isso dentro do campo criativo é imensuravelmente relevante, visto que esse preconceito ajuda a ratificar padrões ou mesmo pode ser fundamental no rompimento destes.

brain

Imagine a seguinte situação: você recebe uma solicitação de job para desenvolver uma peça promocional para uma marca de fast food que tá pra ser lançada no mercado. Imediatamente, seu cérebro vai te fazer lembrar de sensações diretamente ligadas à essa tua vivência com situações envolvendo fast food. Imediatamente, você é direcionado mentalmente, quase que visualizando, aqueles vídeos curtos de hambúrguer em movimento, com as partes deste bem destacadas, cores fortes, de tons que vão do vermelho ao amarelo; de repente, lembra até o cheiro da última vez que degustou um hambúrguer lá na Mcdonalds (risos). E certamente isso vai influenciar diretamente na peça gráfica que você vai desenvolver. Não somente as experiências pessoais, mais também as “universais” compõem essa tua visão sobre o universo fast food. E isso vai te fazer usar determinadas cores, tipografia, formas, iconografia, BGs, ilustração, fotografia e estrutura gráfica já típicas dos anúncios da área.

Cheeseburgers on wooden table with copy space

A questão é: Como não ser direcionado a cair no viés inconsciente? E a resposta é simples: Você não precisa fugir dele ( e não possa talvez ). Mas pode-se pensar na ideia de controlar essa sensação humana, usando-a a seu favor. Paulatinamente, esse controle vai sendo adquirido com base em tomadas de decisões menos típicas, fazendo certas análises antes de usar o preconceito natural para conceber novas ideias. E se, de repente, você decidir usar um lettering bem elaborado para uma peça mais formal, sugerindo inovação para aquela referida marca? E se mesmo sabendo que dada marca de roupas tem um público mais despojado, resolver usar uma tipografia mais formal para uma linha específica de peças da loja, sugerindo que esse material tem uma referência mais compromissada com o requinte? Em uma situação mais inusitada, elementos hipsters podem sugerir uma grande inovação para uma empresa de cosméticos femininos. A partir de um conceito assim, grandes ideias podem ceder aos estalos criativos.

Yellow umbrella in the middle of a sea of black umbrellas, representing special element, a different view in the society.

A ideia de se ter uma vasta biblioteca de informações internas, com bae nas experiências vividas é maravilhosa. Isso por si só já mostra que quanto mais material intelectual e sensorial se tiver, maior a chance de vencer o bloqueio criativo. No entanto, é preciso saber a regra para poder quebra-la da forma correta, quando necessário. Vencer o Viés Inconsciente ( no sentido de ter certo controle sobe este ) pode ser um grande diferencial e tornar alguém que simplesmente pensa em seguir as regras ao pé da letra a se livrar desses pré julgamentos e se ver um grande criativo, seja do ponto de vista profissional, criando artes gráficas sensacionalmente inovadoras ou mesmo na vida cotidiana, auxiliando em decisões grandes e pequenas, tornando as experiências pessoais cada vez mais interessantes.

business, startup, gesture, people and teamwork concept - happy creative team making high five in office

Pensar diferente do óbvio pode salvar o dia. Por enquanto, é tudo. Aproveita pra interagir com a gente sobre isso. Grande abraço!

É bom lembrar que imagens em alta qualidade, como as da Fotolia, que ilustram esse artigo, ajudam bastante nas etapas criativas do processo.

 

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