Artes Réplica do Partenon de Atenas feita com 100.000 livros

Réplica do Partenon de Atenas feita com 100.000 livros

Por Ana Procopiak

Os livros por si só nos conduzem a um universo de sonhos, imaginação, conhecimento. Pensar que as paredes e colunas de uma construção serão feitas de livros é inspirador. Pois é o que veremos na 14ª edição da Documenta, a grande exposição internacional de arte contemporânea que acontece na cidade de Kassel na Alemanha e que neste ano pela primeira vez se realizará também na cidade de Atenas na Grécia.

A réplica do Partenon de Atenas, quase em tamanho real, será instalada na Friedrichsplatz em Kassel. A instalação intitulada O Partenon de Livros da artista argentina Marta Minujín é constituída de uma estrutura metálica onde serão encaixados 100.000 livros do mundo inteiro que foram proibidos ou que sofreram alguma espécie de censura. Esta praça não foi escolhida por acaso, pois em 1933 foi palco da queima de 2000 livros banidos pelos nazistas durante a chamada ‘Campanha contra o Espírito Anti-Germânico’. A instalação em Kassel é uma versão de outra que a artista já havia realizado em Buenos Aires em 1983, quando a Argentina saia da ditadura caminhando para a democracia, não à toa ela se apropriou de um dos símbolos da cultura grega, o templo Partenon em Atenas, cidade berço da democracia e colocou livros que foram proibidos no período da ditadura argentina dos anos 70. Dado que a Documenta este ano se estende para a cidade de Atenas, nada mais apropriado do que mostrar novamente ao público o instigante Partenon de Livros. A artista pretende também realizar uma performance em Atenas, similar  à que realizou com Andy Warhol em 1985, onde fez o Pagamento da Dívida Externa Argentina com Milho, ironizando a questão econômica do país, só que desta vez será o Pagamento da Dívida Externa Grega com Azeitonas.

Parthenon de Livros, 1983, Av. 9 de Julho, Buenos Aires

A artista Marta Minujín uma das principais artistas conceituais da América Latina é conhecida por suas performances e instalações provocadoras desde os anos 60 e especialmente por suas grandes obras em espaços urbanos que possibilitam a participação do público, tanto na montagem da obra, no caso do ‘Partenon’, doando livros, quanto na desmontagem, pois as pessoas podem levar os livros que quiserem para casa, ficando de certa maneira com parte da obra, por isso, ela denomina suas obras de “conceitos de arte de participação massiva”. Para a realização da montagem na Documenta, foi feita uma grande chamada mundial de doação de livros na Feira do Livro de Frankfurt.

A artista se utiliza da estratégia da “participação massiva” em diversas obras, e em muitas delas o livro é um dos principais protagonistas e fonte de inspiração, “os livros são o veículo da cultura, o veículo do pensamento” segundo ela.

Torre de Babel de Livros, 2011

A Torre de Babel de Livros foi realizada em comemoração à escolha de Buenos Aires como Capital Mundial do Livro em 2011, por meio dos livros, a artista buscou representar a unificação de todas as culturas e raças. Foi feita com livros de 54 países. No andar térreo havia exemplares de todo o mundo, no primeiro e no segundo andar livros da América, no terceiro e quarto europeus, no quinto da África e no sexto da Ásia. Os 30.000 livros foram doados por vizinhos, amigos e embaixadas da cidade.

 

Ágora da Paz, 2013, Praça Alemanha, Palermo, Buenos Aires. Marta Minujín e Rogelio Polecello

A Ágora da Paz foi inspirada no templo de Hefesto, lugar onde se reuniam os gregos no século V a. C. para discutir sobre a democracia. Com 25.000 livros muitos deles usados na instalação Torre de Babel.

 

Marta Minujín e o Jogo da amarelinha, 2014, Praça do Palais Royal, Paris.

Em homenagem ao escritor Julio Cortázar pelo centenário de nascimento realizou uma instalação intitulada Jogo da Amarelinha, em Buenos Aires e em Paris. Fazendo referencia à grande obra do escritor “Jogo da Amarelinha”, com vários jogos de amarelinha multicoloridos aplicados no chão ela convidava o público a jogar, criando uma interação entre a literatura, a arte e o jogo.

“Estou viva e passo a vida jogando. Por isso, quis lembrar de Cortázar num espaço público para que as pessoas passem a vida jogando”. Marta Minujín

 

http://www.dw.com/

http://cultura.elpais.com/

http://www.documenta14.de/en/

http://u-in-u.com/es/documenta/2017/

 

 

 

 

 

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