Design Aprenda a precificar o seu design – Parte 2 de 2

Aprenda a precificar o seu design – Parte 2 de 2

Por Mauri Ribeiro

Olá, pessoas!

No primeiro artigo dessa série, comentamos um pouco sobre saber qual tipo de designer você é (se ainda não viu, clica aqui e confere o material pra depois olhar esse). Falamos sobre o tipo de profissional, local onde atua, se é home office e assim vai… foi apenas uma pequena abordagem pra entender o seu momento.

Nessa segunda parte, vamos focar nos custos, quanto cobrar, como cobrar, como calcular sua hora de trabalho e mais um monte de dicas legais. Fica ligado porque acho que vai ficar um pouco longo, mas vale a pena. Prometo!

1 – TENHA CONSCIENCIA DE TODOS OS CUSTOS QUE O SEU TRABALHO GERA

Trabalhando de forma independente, você tem muitos custos que não são preocupantes quando se trabalha empregado. Custos com internet, aluguel, água, energia, manutenção de computadores, softwares e outros. Isso falando de forma mais simplória e considerando que trabalha em casa. Dependendo do caso, podem ter muitos outros custos envolvidos todo mês.

Tendo em vista todos os custos que estão envolvidos na operação, calcule seu preço considerando que o valor cobrirá uma boa parte dessas despesas. Claro, quanto mais coisas tiver que pagar, mais caro ficará cada projeto. Então, é necessário ter uma boa noção de tudo pra não esquecer alguma conta e levar ‘prejuízo’ depois.

Trabalhando como freelancer, não dá pra se saber 100% o quanto de trabalho vai ser ter no mês. Aí, é interessante estipular valores e deixar pelo menos 20% de cada trabalho para essas despesas. Claro, tem projetos que já cobrem boa parte, mas tem projetos que cobrem pouca coisa. Por isso é importante ter essa noção e saber distribuir cada valor que recebe.

DICA DE OURO

Sempre trabalhe deixando algum valor pra uma emergência ou como um fundo de caixa para meses mais apertados. Muita gente não considera isso e vive passando sufoco. Um computador pode quebrar, o escritório pode ser assaltado, pode acontecer algum acidente… e seus clientes não podem ficar esperando isso pra poder fazer alguma coisa. Também podem ter meses de poucos trabalhos, mas as contas não param, né?

 Então, tire uma parte de tudo o que ganha e deixa separado pra esses momentos porque eles vão acontecer. Beleza?

2 – COBRAR POR HORA X COBRAR POR PROJETO

Essa é uma grande questão sobre a precificação e não existe regras pra isso.

Essa escolha depende mais de você e do seu momento na carreira. Há quem diga que cobrar por hora é melhor, já outros dizem que esse não é o método certo. Quando se cobra por hora, é preciso ter uma certa disciplina em quanto gastar por dia no projeto e saber parar no momento certo. Isso é bem difícil (pra mim, pelo menos) porque varia muito o meu processo criativo.

É preciso saber ter um ótimo balanço e perspectiva de quanto de tempo vai se gastar por dia num projeto. No entanto, dependendo do projeto, pode se ganhar mais com o acumulativo de horas, mas os prazos são muito mais apertados, e em minha opinião, tem mais pressão. Mas novamente, isso varia muito de quanto se cobra e quanto se trabalha por dia.

Já falando de valores por projetos, essa forma permite mais flexibilidade no processo. Como existem as deadlines, você sabe o tempo que vai levar da partida até o fechamento, e no meio tempo, pode trabalhar da forma que achar melhor pra finaliza-lo. Como não tem tanta pressão, você pode trabalhar uma semana completa no mesmo projeto ou apenas 2 dias, com tanto que entregue na data acordada.

Na minha opinião, no momento que estou agora, cobrar por projeto é a melhor opção. Como eu tenho poucos clientes com demandas recorrentes, essa forma me permite organizar melhor o meu tempo com os novos projetos que podem aparecer. Sim, eu organizo o que preciso fazer no dia, mas geralmente não defino quanto tempo vou gastar naquilo se tiver mais que uma coisa pra fazer. Pra mim, definir um tempo limite é como começar a trabalhar já limitado, e isso mina minha criatividade. Por isso, prefiro trabalhar dessa forma.

Todo domingo, eu defino o que tenho que fazer. Aí, divido os dias de cada coisa, mas não as horas que cada um deles me leva. Funciona bem porque dentro das coisas planejadas, posso encaixar um novo freela que surge. Mas a desvantagem é que as vezes passo muito tempo em uma coisa e esqueço das outras (mas no fim, tudo dá certo).

No fim, quem define isso é você. Não vou dizer qual é o melhor ou pior de fora, sem saber qual o seu contexto. Mas pra mim, esse segundo método tem funcionado bem; e não mina minha criatividade. Mas claro que é muito válido cobrar por hora.  

3 – QUANTO COBRAR POR PROJETO?

Isso já foi explanado no artigo 1. Falei que depende do seu nível, conhecimento, área e assim vai… Não dá pra eu dizer quanto cobrar por uma logo se não sei a experiencia e sua expertise na área. Saca?

Isso tem muito a ver com seu autoconhecimento (to sempre falando disso porque é muito importante). Se faça essas perguntas:

– Que tipo de cliente vai pagar por uma marca minha?
O tipo de cliente que você pega define o profissional que é.

– Como você pode ajuda-lo focando em atender totalmente sua necessidade?
Se garante em entregar algo que realmente ele precisa ou vai fazer alguma coisa que agrade ele (ou não) mas que não funcione?

–  Você é um designer excepcional ou ainda tá aprendendo?
Não tem problema em ainda estar aprendendo, mas tem que saber que o preço do projeto vai ser outro se estiver nessa categoria.

Percebe que essas pequenas perguntas mudam o preço final? Então, tem que se conhecer bem e entender seu valor. O que pode ajudar também é pegar valores que outras pessoas cobram e fazer um paliativo de quanto cobrar sendo bom pra cliente e você. Não posso dizer exatamente os valores, mas talvez essas dicas te ajudem. = )

4 – QUANTO COBRAR POR HORA? QUANTO VALE A SUA HORA?

Eu disse que não uso muito esse método, mas não significa que ele não é bom. É muito válido saber quanto vale sua hora; porque dependendo do projeto, trabalhar por hora é muito bom. Vamos dizer que você vai participar de algum evento por 3 horas. Sei lá, ministrando um workshop. É importante saber quanto cobrar não apenas por essas 3 horas, mas por tempo de preparar a aula, transporte, ajustes e a própria aula. Então, você precisa calcular o preço ideal contando as horas que vai gastar nisso.

Se você não sabe muito sobre isso, tem muitas ferramentas que podem ajudar. Vou listar algumas aqui que talvez sejam boas pra calcular quanto vale sua hora.

Calculadora Freelancer – 99frelas

É bem fácil calcular horas aqui. Respondendo algumas estimativas de gastos e quanto quer ganhar por mês, o site gera o valor exato de quanto vale cada hora de trabalho.

Calculadora FreelaWorkana

Esse site já faz um calculo mais completo. Ele pergunta mais coisas pra dar um resultado ainda mais fechado. Demora mais, mas vale porque fica tudo mais consistente.

Existem outras ferramentas e métodos, mas esses 2 são os que vez ou outra to usando. Se você realmente não sabe quanto cobrar por hora, esses são bons primeiros passos. Mas o essencial mesmo é se conhecer, saber seus limites e como trata os projetos pra que você possa saber cobrar por hora.

O artigo já tá bem grande e acho que esses pontos são essenciais pra se começar a precificar melhor. Isso tudo pode variar e não é regra, mas a vivencia nesses anos com design me permitiu acumular experiencias que ajudam bastante a ajudar quem tá dando os primeiros passos.

Espero que após esses 2 artigos, vocês possam aprender mais e se posicionarem pra serem profissionais melhores e relevantes no mercado. Existem muitos outros passos que poderiam ser inseridos, mas isso é apenas uma introdução num assunto que é bastante difícil de falar.

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Tem mais alguma dica? Não gostou de algum ponto? Fala aí e bora trocar ideias.

Abraços e um copo de café num dia frio.

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