Cyberpunk e layout distópico
No movimento de veículos elétricos, drones, ao invés de carros voadores, mas considerando a forma como os computadores e “smart-trecos” invadiram nossas vidas cotidianas e nossas casas, parece que estamos vivendo no futuro sonhado em obras sci-fi como Blade Runner e Ghost in the Shell (o anime, não o filme, please!).
Essas cores fortes, futuristas, e de alta saturação são associadas diretamente com esse ambiente escuro, futurista, e de cidades inundadas de neon, conhecido como cyberpunk. Esses esquemas de cores tem um forte apelo convidativo ao expectador e direciona a percepção à experiências surreais.
Ainda na onda do futurismo, como o visto nos episódios de Black Mirror, ou no filme Alita, Anjo de Combate, e alguns episódios de Love Death Robots, a distopia surge como uma forte tendência no design para 2020.
Mostrando cenários onde a tecnologia assume um papel primário e o orgânico e humano margeia a totalidade da importância, peças trabalhadas sobre essa perspectiva assumem um tom crítico à desumanização das relações e à supervalorização das relações com a tecnologia.
Suas peças normalmente apresentam a ausência do elemento humano, ou apresentam um cenário em que o orgânico, o natural, é mesclado ou englobado pela tecnologia.
Ilustrações Isométricas
Saindo do cenário político do design, e retomando somente à fatores estéticos, temos como mais um direcionamento para o próximo ano o uso cada vez maior de elementos 3D ou de simulações dos mesmos para o ganho de percepção de profundidade.
Nesse aspecto as ilustrações isométricas ganham destaques, pois utilizam-se do espaço 2D para ilustrar objetos tridimensionais.
Diferente das ilustrações 3D que usam ambientes com os 3 eixos (X, Y, e Z) as ilustrações isométricas fazem uso dos recursos de perspectiva para criar em um ambiente bidimensional (plano cartesiano) a sensação de profundidade.
Tendem a ter grande aplicação nas áreas de motion e web design por terem um visual que estimula forte engajamento.
3D
Com o avanço das placas de vídeo e outros recursos computacionais, o 3D se mantém como uma aposta promissora para 2020.
Seu uso tanto para peças publicitárias quanto para a arquitetura permitem a simulação de cenários e situações cada vez mais realistas, e a sensação real da profundidade tanto em animações quanto no desenvolvimento de personagens traz ao designer uma gama mais vasta de possibilidades.
O uso dos recursos tecnológicos oferecidos pelo 3D, assim como as novas tecnologias (destaque para o Ray Tracing das novas placas NVIDIA) facilitam a aplicabilidade e desenvolvimento de materiais e cenários cuja interação com outros elementos da peça se comportem cada vez mais como os objetos reais.
Identidade Visual Unificada
Ainda que as logos sejam o principal elemento visual das marcas, a expectativa é que em 2020 vejamos marcas pensando em um trabalho mais amplo e efetivo em sua comunicação e construindo uma identidade de marca mais compreensiva e concisa.
Grandes empresas já abraçaram essa tendência ainda em 2019 como o Netflix unificando suas interfaces e marketing em torno de uma mesma tipografia e elementos visuais, ou como a Globo que construiu um novo manual de marca com um direcionamento único de marca. Isso, mais uma vez, é prova de que mesmo marcas consolidades precisam manter a consistência de sua comunicação renovando e se atualizando, e que a gestão de uma marca é um trabalho que envolve muito mais que o desenvolvimento de uma logo e um cartão de visitas, mas sim uma estratégia de comunicação mais global.