Atualmente existe uma aura hipster que circula sobre a área do design, afinal nunca estivemos tão em voga. Corporações entendendo a real relevância de nosso trabalho, a experiência do usuário sendo tratada à peso de ouro…enfim, diversas tendências na área de design começaram a surgir pelo mercado.
O fato é que a produção de design sempre esteve associada à atividades criativas e manuais, afinal, grandes figuras se destacaram nesse mercado por simplesmente sair do convencional.
Com referências vindas desde o Arts and Crafts, passando por Bauhaus e chegando até a Escola de Ulm e então o design suíço, o design sempre teve a ligação com o fazer diferente e pensar no novo.
Para quem não conhece, aqui está uma breve apresentação do que era a Escola de Ulm.
Com o tempo a digitalização da vida, o design tomou novos rumos e para alguns tornou-se uma commodity. Alguns apontam plataformas como o Dribbble, responsável pela vulgarização – e até certo ponto romantização – da categoria. Existem artigos inclusive que esses designers tornaram-se inúteis.
Vamos recapitular, design é processo e metodologia, não aspecto visual. Como Wollner sempre defendeu, forma e função.
Quais tendências da área de design serão relevantes?
1. Do it yourself / Handmade
Voltando praticamente ao período pré-design, a tendência do Handmade e do Do It Yourself tem sido uma constante nos últimos anos. Lembrando atividades artesanais, esse tendência do feito à mão atualmente se difere pelo fato de ser pensado numa forma de reprodução em série. Ou seja, o que é feito aos moldes artesanais é o piloto do projeto e sua representação em diversas mídias se dá por métodos industriais de escala.
Quando pensamos, em por exemplo, como o desenho de letras tem ganhado espaço vemos o quanto essa tendência já está à prova. Faça um procura no Pinterest por handlettering e terá aí sua resposta.
2. Design programado
Quando falo design programado, estou falando de uma tendência que esteve em processo de maturação nos últimos 4/5 anos. No mundo inteiro já sabemos que existem cargos de designer que exigem conhecimentos básicos de programação. Surgimento de funções como front-end designer e UI/UX designer garantem que a programação é uma tendência que veio para ficar.
Ano passado, entrevistei o designer Gabriel Gianordoli, um dos pioneiro no uso do Processing para trabalhos com visualização de dados. Veja aqui.
O entendimento que código será uma disciplina tão importante para os trabalhadores do futuro é tamanha, que recentemente o presidente americano, Barack Obama fez um pronunciamento sobre a importância da ciência da computação.
3. Fazer o cliente feliz não é suficiente
“A maior lição que eu aprendi até agora é que fazer o cliente feliz não é o suficiente”, aconselha Sagi Haviv, designer e sócio da Chermayeff Geismar.
O fato é que fazer o cliente feliz não é necessariamente fazer o que ele quer, mas sim entregar a melhor solução para o problema dele, afinal nós designers temos essa raiz na solução de problemas. Deixar o cliente tomar as rédeas de um projeto não é produtivo, essas rédeas devem ser compartilhadas e o cliente deve entender que a participação dele é tão importante quanto seu conhecimento técnico.
“No final do dia, você, o designer, deve estar orgulhoso do resultado, e a maneira de conseguir isso é só para mostrar ao cliente as opções que você acredita de todo coração.”
Essa afirmativa de Haviv, demonstra o quanto é importante que todos os envolvidos no projeto precisam participar. A criação do designer nada mais é que a co-criação do cliente/interlocutor e isso sempre será tendência na área de design.
4. Trate cada projeto como sendo o seu melhor
“Uma das lições mais importantes que aprendi? Para tratar cada novo projeto como se ele fosse o melhor da minha carreira”, diz o designer gráfico e escritor David Airey, sediado na Irlanda do Norte.
Lições aprendidas em meus quase 7 anos de escalada profissional, quando maior sua atenção aos detalhes e cuidado para que seja entregue o melhor material possível para aquele projeto, garante bons resultados. Independente de ser um sucesso de mercado, o melhor resultado está no crescimento profissional.
“Não importa quem é o cliente, ou para que indústria é. Eu estou projetando e eu sou o único responsável por quão bom, quão interessante, quão bem sucedido será o resultado.”
Quando estamos orientados para a qualidade, não há nada melhor que o desenvolvimento da mesma. Crescer como designer é importante e por isso cobrar de si mesmo e de sua equipe dedicação, é o primordial para angariar cada vez mais melhores projetos.
Bem pessoal, por hoje é isso. Essas são as tendências que separamos para o design em 2016. Sabemos que podem existir outras; mas essas são as que acreditamos ter maior relevância. Quer discutir mais possibilidades, deixe um comentário abaixo, adoraríamos saber a opinião de vocês.