A ilustração é uma forma de expressão não muito bem compreendida. Excêntrica demais para ser considerada arte e artística demais para ser chamada de design, sofreu até certo tipo de preconceito por essa indefinição. No entanto, hoje a ilustração tem destaque como uma das mais importantes representações gráficas de mensagens, reunindo estilo pessoal e informações pictóricas na transmissão de ideias. A ilustração era utilizada como meio de comunicação antes mesmo do desenvolvimento de uma linguagem. Ela tem o poder de fixar as mensagens na mente do expectador, de forma mais marcante até do que com a forma escrita.
Talvez com menos peso do que na sua origem, com as pinturas rupestres, que serviram para registrar as conquistas e o modo de vida de um povo, a ilustração contemporânea, considerada assim a partir de 1960, teve um papel fundamental na identidade visual de décadas. Um exemplo disso são as capas dos discos dos Beatles na década de 60, consideradas marcos da cultura pop.
Design gráfico e ilustração fazem uma parceria poderosa. A ilustração sem o design seria vista apenas como arte, sem condições de se sustentar comercialmente sozinha. Por outro lado, o design se utiliza da ilustração como forte instrumento de diferenciação, de personalização. Num mercado já tão poluído, a ilustração é capaz de capturar e transmitir a essência de algo de forma direta, eficiente e única. O design entra como canal para o uso da ilustração, ele recebe a demanda e se utiliza da ilustração para entregar uma solução adequada.
Dentro do tema ilustração há diversas variantes a serem discutidas. Uma delas é o estilo ou traço. Muitos defendem que um bom ilustrador tem que ter seu estilo bem marcado, aquele que reconhecemos só pelo traço.
Mas será mesmo que, dentro desse mundo de possibilidades e ainda mais pensando na ilustração como parte de um projeto, não somente como arte, podemos nos prender a um único estilo? Considerando a ilustração como parte do design (que até pode ser considerado arte, mas arte com compromisso) não seria mais adequado e eficiente moldar a ilustração e, consequentemente seu estilo, ao objeto do projeto e ao público ao qual ele se destina?
Como não estamos falando de uma ciência exata, certamente não existe uma única resposta, nem respostas certas ou erradas, mas fica uma reflexão. Para alguém que quer investir na ilustração, o que é melhor: Se dedicar a desenvolver um estilo bem marcado ou estar aberto a demanda e desenvolver seu trabalho de acordo com o projeto?
Fundamentos de ilustração. Lawrence Zeegen e Crush (tradução Mariana Bandarra), 2009.
fatosemcharges.wordpress.com/2008/11/22/jitet-kustana/
gamehall.uol.com.br/selectgame/crysis-2-tecnicamente-impressionante-gameplay-interessante/
mexidodeideias.com.br/index.php/infograficos/infografico-do-cafe-2-da-fazenda-a-sua-xicara/
Gisele Monteiro