Design Design de tudo

Design de tudo

Por Islard Rocha

Quantas vezes não vimos a palavra “Design” sendo utilizada em diversos cenários e de diversas formas? Termos como: design de sobrancelhas, design unhas, hair design e até mesmo design de plantas… Já fazem parte do nosso cotidiano.

Sendo assim, resolvi escrever um pouco sobre etimologia do design… E para isso, tomei como base o livro “Do Desenho Industrial ao Design no Brasil: uma bibliografia crítica para a disciplina”, da Milena Cara, arquiteta e Doutora em História do design pela Faculdade de Arquitetura e urbanismo de São Paulo (FAU-USP).

De acordo com a Milena, a constituição de uma bibliografia crítica do design no Brasil não poderia prescindir de uma simples definição da área de conhecimento, pois, segundo a autora, apesar de não faltarem contribuições sobre o tema, ainda não é possível obter uma definição consensual para a área.

Em seu livro, Milena traz as principais definições existentes na literatura da disciplina para o reconhecimento de alguns parâmetros sobre os quais a área de conhecimento se debruçou nos últimos anos, visando, a partir da etimologia do vocábulo design alcançar o reconhecimento das principais conceituações da área.

“O vocábulo design apresenta, segundo Cardoso, sua origem imediata na língua inglesa, no qual já estaria contida uma ambiguidade: a presença de um elemento abstrato, na medida em que o termo se refere à ideia de plano, desígnio e intenção e, portanto, vinculado a conceitos intelectuais; e a outro elemento concreto, relativo à identificação do termo com a ideia de configuração, arranjo ou estrutura. Sua origem mais remota encontra-se no latim, vinculada ao verbo designare que se aplica tanto no sentido de designar, quanto no de desenhar.”

A autora ainda traz mais uma definição bem comum…

“Segundo Bomfim, o termo design surgiu no século XVII, na Inglaterra, como tradução do termo italiano desegno. Para Cardoso há, ao menos, o consenso de que na maioria das definições presentes na literatura da disciplina, o design atua na junção de dois aspectos, o abstrato e o concreto: “(..) atribuindo forma material a conceitos intelectuais”.”

Já a designer, Heloísa Macedo, em seu trabalho de conclusão de curso, Folclore brasileiro & Design Emocional: aliados através do desenvolvimento de um jogo educativo para crianças, nos mostra que a partir de uma simples busca no Google com a pergunta “O que é design?”, em poucas linhas será possível identificar a diversidade de significados com os quais lidamos diariamente:

  • “É a concepção de um produto no que se refere a forma física e funcionalidade.” (Google, 2016);
  • “É a melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e visuais de um produto.” (Market Design, 2016);
  • “É uma profissão desafiadora, complexa, deliciosa e maravilhosa. […] o designer é apresentado com problemas que ele precisa resolver visualmente.” (CANHA, 2016);
  • “É criar e desenvolver projetos gráficos ou de comunicação visual.” (Guia do Estudante, 2016).

Após esse exposto, a autora afirma, em defesa pessoal que Design é muito mais que isso e que pode ser definido em muito menos. Design é projeto. No entanto, como explicar o ato de projetar é o “X” da questão.

Muitos criticam a maioria dos termos que citei no início desse artigo, porém, esse foi o principal motivo que me fez escrever sobre esse tema. Ao me aprofundar nesse assunto, pude perceber que existem pontos positivos e pontos negativos que envolvem todo esse cenário. Há quem diga que termos como “design de plantas” são a banalização do design e que o uso desses termos só gera desvalorização para nossa profissão.

Imagem: viladassobrancelhas.com.br

No entanto, também existem aqueles que defendem que o uso desses termos devem ser vistos como algo positivo, pois, isso mostra que o design está se tornando cada vez mais acessível e também mais visto por todos da sociedade. Afinal, a apropriação do vocábulo design por outras áreas, só mostra o prestígio com que a área é vista.

Imagem: cafecomgalo.com.br

Particularmente, acredito que todos esses cenários devem ser melhor analisados para que possamos compreender os reais impactos do uso desses termos em seus mais variados aspectos, pois, só assim conseguiremos tornar o Design Brasileiro mais acessível e reconhecido como agente de transformação da sociedade.

 

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