Hoje falarei de um assunto que todos designers conhecem, mas dificilmente alguem entende a profissão e para isso entrevistamos o Thiago, da Tipocali para falar um pouco mais.
Quem é Thiago?
Prazer, Thiago Reginato é de São Paulo, 23 anos, formado na ESPM no curso de Design visual com ênfase em marketing. Criador do Tipocali e sócio do Maquinário Laboratório Criativo (www.estudiomaquinario.com.br)
Quando nasceu esse seu interesse por caligrafia/tipografia? Foi difícil começar?
Essa paixão nasceu na sala de aula no meio de uma aula de tipografia quando vi o cartaz de um curso da minha mestre querida Andréa Branco. Esse cartaz me marcou muito e mudou minha vida. Bem cena de filme assim. Quando vi aquelas letras na hora me despertou a vontade de aprender tudo que poderia sobre aquilo.
Foi difícil sim, confesso, como tudo que é desconhecido e diferente, porém, meu combustível sempre foi a paixão que só cresceu e hoje me dá frutos.
Como nasceu a pagina?
A página nasceu mais pela minha formação “marqueteira” e também de maneira natural, muitas pessoas curtiam e comentavam as fotos e resolvi centralizar isso tudo em um canal mais organizado e de fácil acesso
Conte-nos um pouco como é seu processo de criação de uma fonte.
Já criei algumas fontes, mas meu foco é muito mais explorar a arte e a caligrafia de outra forma, seja em letterings, projetos experimentais e composições visuais que se misturam com outras áreas criativas. As vezes quando crio um logotipo ou uma arte dá vontade de estender aquilo e virar uma fonte, mas não é muito comum.
Vemos que você vai fazer um workshop na pixel show desse ano, como é isso para você?
Ano passado dei um workshop com eles também. A parceria com o pessoal da ZUPI é muito bacana. O Pixel Show é um evento sensacional, serve muito de inspiração para qualquer um que trabalhe com criação, fico feliz de saber que hoje estimulo as pessoas com meu trabalho e contribuo de alguma forma com a sociedade e o mercado.
Acha que um design tipográfico é um pouco solitário?
Não acho, muitas vezes prefiro trabalhar só com a tipografia, a riqueza dela é enorme, defendo muito que sabendo explorar bem ela você não precisa de muito outros recursos como ilustração, 3d, texturas etc….Claro que cada projeto tem um história e necessidade, mas sempre procuro me diferenciar pelas letras que crio e seleciono.
Como você vê o mercado tipográfico Brasileiro?
O cenário do mercado “tipocaligráfico” esta crescendo no meu ver, o trabalho do Tipocracia nesses 10 anos é maravilhoso. Ninguém fez mais que o Henrique Nardi nesta última década para o bem desse contexto. Cada vez mais vejo talentos aparecendo e fico contente com essa transformação mas ainda estamos no começo, pensando grande acredito que podemos ser uma referência
Qual é sua fonte preferida e o porque?
Ai é segredo né hahahahhaa. Não posso entregar o ouro assim. Acho que não existe UMA fonte preferida ou favorita, tenho várias que admiro. A que tenho usado como fonte de apoio no momento para o Tipocali me agrada bastante, pretendo ficar com ela um bom tempo.
Conte-nos o que é o Maquinário – Laboratório Criativo.
O Maquinário é a empresa que nasceu do meu TCC na ESPM junto com mais dois amigos (Cindy Nakashima e Bruno Scodeler). Assinamos como Laboratório Criativo porque acreditamos muito em projetos onde a experimentação é o DNA da solução. Dessa maneira podemos sempre renovar nosso pensamento e criar coisas inesperadas e diferentes. Cada sócio é de uma área, assim, somos uma equipe multidisciplinar o que facilita essa fusão de conhecimento e troca de ideias. Trabalhamos com design visual tanto no meio digital como gráfico. Estamos no começo de uma longa jornada de empreendedorismo e sabemos que teremos muitos desafio. Ainda bem que estamos caminhando bem =]
Nele, você tem espaço para usar seus estudos tipográficos?
Claro, como em qualquer escritório de criação
Para finalizar a entrevista, que dicas você da para quem está começando?
Acredito que a melhor dica que posso dar é muito mais sobre a postura que você tem que ter perante suas ideias e iniciativas. Primeiro ter muito amor pelo o q faz e realmente pensar grande e seguir seu sonho. Segundo, sempre procurar os melhores professores, eles são grandes aliados, temos que aprender muito com o exemplo deles. E por fim saber que as grandes metas da nossa vida não acontecem do dia pra noite, demoram, é preciso ter bastante paciência, ser persistente e constante, e claro ter bons tutores, mentores, amigos que te complementam faz muita diferença.
Nós do Design Culture agradecemos a sua entrevista!
Alguma das tipografias dele:
Nas próximas matérias falarei mais sobre tipografia. Aguardem.