Muita gente acredita que o bloqueio criativo nasce apenas de dentro de inseguranças, medo de errar, falta de inspiração ou perfeccionismo. Mas o que poucos percebem é o quanto o ambiente emocional ao redor pode silenciar a criatividade. E quando esse ambiente é dominado por pessoas narcisistas, o impacto pode ser profundo e duradouro.
Pessoas narcisistas, sejam pais, irmãos ou outros familiares, tendem a desvalorizar as conquistas do outro, diminuir seus talentos e, muitas vezes, transformar qualquer expressão genuína em motivo de crítica. Eles não toleram o brilho alheio, especialmente quando esse brilho vem da autenticidade e da sensibilidade, justamente as fontes da criação artística.

O resultado é um processo de autossabotagem silencioso: a pessoa começa a duvidar do próprio potencial, passa a censurar suas ideias antes mesmo de colocá-las no papel, sente culpa por se destacar e medo de ser julgada. Aos poucos, a voz criativa interna vai se calando, substituída pelo eco constante das críticas e do controle.
Criar algo novo exige liberdade e liberdade emocional não combina com ambientes onde o amor é condicionado e a aprovação depende da obediência. Quem cresce nesse tipo de contexto aprende a se adaptar para não ser ferido, e essa adaptação muitas vezes significa abandonar a espontaneidade, o impulso criativo, o desejo de experimentar.
Mas a boa notícia é que essa voz pode ser resgatada.?A reconexão com a própria criatividade passa por reconhecer esses padrões, se afastar emocionalmente da influência tóxica e reaprender a confiar na própria intuição.

A arte, a escrita, a música, o design ou qualquer outra forma de criação, pode se tornar, inclusive, um espaço de cura.
Ao criar, você retoma o poder de narrar sua história com a sua própria voz é algo que nenhum olhar narcisista consegue calar.
