Cinema e Séries A importância do repertório na criação

A importância do repertório na criação

Por alexsoares

No design é comum os profissionais criarem com base em referências de algo que já existe, por isso é de extrema importância que os mesmos busquem conhecimento diversificado sobre tudo que está ao seu redor.

Algumas ferramentas como a metodologia Bi-Associativa e a Matriz Morfológica são grandes parceiras na hora de gerar novas ideias, porém nada disso é significativo se não existir uma vasta gama de conhecimento coletado sobre o projeto e sobre o público que queremos atingir.

Mas o que isso tem a ver com cinema?

Muitos diretores e roteiristas costumam misturar elementos distintos para criar algo novo, um bom exemplo disso é a franquia Star Wars, que surgiu de uma primeira ideia de George Lucas querendo fazer uma ópera que fosse ambientada no espaço.

Outro filme clássico que faz essa combinação de ideias que podemos mencionar é o De volta para o futuro, que faz ligação com uma história de ficção científica em conjunto com uma comédia romântica.

Robert Zemeckis, Bob Gale, Michael J. Fox, Neil Canton e Steven Spielberg no set de filmagem do De Volta Para o Futuro em 1985 (Foto: www.bfi.org.uk)

Podemos mencionar muitos outros filmes em que seus diretores ou roteiristas utilizam essa linha de raciocínio para criar suas obras, porém tem um que possui essa forma de pensar como sua própria identidade, o diretor Quentin Tarantino.

Tarantino começou a estudar cinema desde muito jovem, porém sua grande escola foi em uma locadora de filmes que ele trabalhou quando tinha 22 anos, a Video Archives, lá ele tinha acesso aos filmes que as pessoas deixavam de lado por serem menos conhecidos, entre eles estavam os filmes de artes marciais, filmes de faroeste espaguete e os famosos filmes trash.

É inevitável não enxergar essas influências em sua filmografia, mas com o grande diferencial de misturar todos esses gêneros junto com outras referências da cultura pop.

No filme Django Livre por exemplo, ele faz críticas ao racismo e ao período de escravidão que aconteceu nos Estados Unidos, porém ele misturou elementos da cultura afro-americana em conjunto com os dos filmes faroeste espaguete para criar sua narrativa, esses elementos estão presentes nos diálogos entre os personagens, nos figurinos e até mesmo em sua trilha sonora.

Em Kill Bill também podemos notar outras referências da bagagem de Tarantino, tendo em sua história elementos dos filmes de artes marciais, presentes até mesmo nos figurinos, como na roupa utilizada pela personagem da Uma Thurman que presta uma homenagem ao ator Bruce Lee.

Mas o que deixa o filme ainda mais interessante são os elementos extras ao da cultura oriental que faz essa junção de ideias conversarem, como as músicas Ironside de Quincy Jones ou Twisted Nerve de Bernard Herrmann, sendo esse último um compositor já muito admirado pelo Tarantino por ter feito trabalhos com Alfred Hitchcock e Martin Scorsese.

Quentin Tarantino (Foto: www.cinematographe.it)

O grande mérito de Tarantino é ter um repertório imenso e conhecer muito do que já foi feito no cinema, sabendo aproveitar com maestria essas referências para contar suas histórias.

Por isso é importante que nós, profissionais de criação, temos que sempre estar em busca de conhecimento, mesmo que ele não tenha ligação com nossa vida no atual momento, pode ser que lá na frente a gente possa usá-lo e criar algo fantástico em um futuro próximo.

“Você não consegue ligar os pontos olhando pra frente; você só consegue ligá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro.” – Steve Jobs

 

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