Desculpe-me o bacalhau, mas nada é mais português que a sardinha.
Festiva e alegre, ela representa o melhor de Portugal. É a rainha nas festas populares, a soberana no verão, motivo de competição acirrada para ver quem melhor a representa artisticamente, entre outras atividades que este pequeno peixe representa.
Afinal, como pode a sardinha ser a rainha do criatividade portuguesa? Para começar, citamos alguns momentos onde ela desponta como modelo para expressões artísticas variadas.
A primeira acontece no período dos Santos Populares, um momento único e extremamente importante na cultura portuguesa onde a cidade muda de ânimo e tresanda a sardinha em qualquer esquina. Neste momento, um concurso criado em 2011 pela EGEAC, lança um desafio para a comunidade de artistas, designers, ilustradores e criativos em geral, de todo o mundo a participarem com a sua proposta original de sardinha.
As vencedoras já representaram Eça de Queirós, Amália Rodrigues e o fado, a arquitetura típica portuguesa, os quiosques e tudo mais que faz lembrar Lisboa. O concurso abre no final de outubro e vai até o final de novembro.
Além do lado artístico, a sardinha também representa um pouco da vida boêmia portuguesa. No Cais do Sodre, em Lisboa, você pode encontrar um bar e loja destinado a todos os tipos de sardinhas em conserva. Chamado Sol e Pesca. Vende e serve na hora diversos tipos peixes em lata, seja no azeite ou no molho do escabeche. A moda pegou tanto que até o Anthony Bourdain, do No reservations, foi no lugar e amou a experiência.
As conserveiras portuguesas exportam seu produto para diversos países e apostaram alto no redesign das suas latas. Umas clássicas, umas vintages, outras apostando na ilustração ou tipografia, as latas evoluíram tanto na imagem gráfica que viraram quase objetos de coleção. O negócio é levado tão a sério que até o conceito de “conservas arte” já existe. A marca JOSE, uma das mais antigas de Portugal, traz a vida latas com tradição, arte e design envolvidos.