Quando falamos sobre projetar ou desenvolver um produto, seja ele digital, impresso ou físico, pensamos em quem vai usar esse produto. Sempre devemos nos perguntar qual a relação que a pessoa que entrar em contato com o nosso produto terá, se há repertório para entender e interagir, se está adequado a idade, classe social, princípios, cultura, vivência e quanto mais específico e fechado for esse grupo de pessoas, menos acessível será o projeto.
O conceito de Design Universal surgiu na década de 70, quando Ronald Mace designer, arquiteto e educador apresentou ideais de acessibilidade para um mundo onde pessoas sem distinção de idade, habilidades ou posição social pudessem usufruir dos mesmos produtos. Mas, todos os produtos devem ser acessíveis a todo e qualquer publico? Bom, se for desejável que o número de pessoas usando, comprando e consumindo seja grande, sim! Contudo, se o foco do projeto não prevê usuários com habilidades motoras reduzidas, por exemplo, logicamente não terá necessidade de certos cuidados em relação a acessibilidade para esse público.
Como base para um projeto acessível utilizamos os 7 Princípios do Design Universal:
1. Uso Equitativo – O design é útil e vendável a pessoas com diversas capacidades.
2. Flexibilidade no Uso – O design acomoda um vasto leque de preferências e
capacidades individuais.
3. Uso Simples e Intuitivo – O uso do design é fácil de compreender,
independentemente da experiência, do conhecimento, das capacidades linguísticas
ou do atual nível de concentração do utilizador.
4. Informação Perceptível – O design comunica eficazmente ao utilizador a informação
necessária, independentemente das suas capacidades sensoriais ou das condições
ambientais.
5. Tolerância ao Erro – O design minimiza riscos e consequências adversas de ações
acidentais ou não intencionais.
6. Baixo Esforço Físico – O design pode ser usado eficiente e confortavelmente e com
um mínimo de fadiga.
7. Tamanho e espaço para aproximação e uso – São providenciados um tamanho e um
espaço apropriados para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do utilizador.
Como podemos ver são princípios aplicáveis a todas as áreas do design e arquitetura. Um exemplo é quando um deficiente visual sai de casa para ir a um restaurante: ele depende de diversos produtos e ambientes, desde o transporte público até o menu do estabelecimento e tais produtos devem estar preparados para que esse consumidor tenha o mínimo de problemas no seu passeio.
Em que momento do projeto devemos pensar em acessibilidade?
Pense desde o início. Fazer adaptações quando se está na fase de implantação, por exemplo, pode lhe custar tempo e dinheiro que não estavam no briefing. Conceitos de acessibilidade devem ser pensamentos iniciais e não como ajustes finais, assim as soluções de design ou arquitetura serão as ideais.
Caso o projeto seja uma adaptação de algo que já existe, temos outro caso, outras dificuldades e soluções. Pouco se pensava em produtos acessíveis ao maior número de pessoas possível alguns anos atrás. Exemplo disso são os prédios mais antigos, pouquíssimos têm rampas adequadas à cadeirantes e hoje os mesmos buscam se adaptar.
A melhor maneira de saber se o seu produto é realmente acessível é testando, procure pessoas com diferentes características físicas, de diversas idades e repertório para lhe mostrar quais são as dificuldades que cada um tem. Se for o caso, entre em contato com instituições de apoio a pessoas com deficiência física, motora, cognitiva, visual e auditiva para estudar soluções com esses usuários.
Casas de repouso e médicos podem também mostrar ótimas soluções para o público da terceira idade.
Tem algo a acrescentar no assunto ou sabe de algum ótimo projeto de acessibilidade? Conte para nós e vamos compartilhar boas soluções de design e arquitetura para todos os públicos!