Esta é uma questão que pode gerar muitas discussões, cuidado! Mesmo com todas as complexidades da prática, ao menos a teoria você entenderá de cor e salteado. Então leia atenciosamente, pois as entrelinhas são tão tênues quanto um traço de 1 pixel. Afinal, qual a diferença entre Designer, Diretor de Arte e Diretor de Criação?
Ei, vamos começar pelo começo:
A palavra “diretor”, segundo diversos dicionários significa “indivíduo com funções dirigentes, que administra e regula etapas, processos e pessoas”. A direção é o cargo mais alto que um funcionário pode ocupar, algo fácil de compreender a importância se observarmos grandes e médias empresas.
A arte e a criação são capacidades correlacionadas, inatas do ser humano, com ramificações imensas em significados; então não vamos entrar no mérito, porque já é algo subentendido.
Já a palavra “designer”, por mais comum que soe hoje em dia, é um anglicismo adotado no século XX. Advinda da língua Inglesa, do termo “Design”; que por sua vez significa projeto. Sinteticamente até o momento, designer tem o mesmo significado de artista ou desenhista quando envolvidos ativamente em projetos de informação visual. Qualquer artista que conheça, e execute com destreza as técnicas de elaboração visual em projetos, é um designer!
Pode ficar indignado inicialmente, mas calma! Isso não significa que qualquer pessoa possa ser um designer, inclusive são poucos os que se intitulam assim e são de fato. Agora voltemos ao ponto inicial. Qual a diferença?
Algumas questões vão além do que são ao pé da letra, e extravasam para fora da margem. Posso dizer que essa é uma delas. As concepções de cada uma das funções também envolvem o ambiente onde são encaixadas. Por exemplo: existem escritórios de design que não praticam, não exigem, e até banem quaisquer tipos de desigualdade entre cargos nos projetos. E existem agências de publicidade que estimulam, e definitivamente praticam a diferença. Então quando falarmos de diferenças, só podemos nos ater ao tipo de local onde são praticadas, não aonde não ocorrem.
Na escala hierárquica de etapas dentro de um projeto, teoricamente temos em primeiro o Diretor de Arte (junto ao redator), em segundo Diretor de Criação e em terceiro o Designer (intitulei assim, por neste caso ele não ocupar um cargo com outra nomenclatura). Leve em consideração que para um indivíduo exercer funções dirigentes em qualquer que seja a área de atuação, o requisito mínimo é ser responsável e ter conhecimento completo sobre todas as etapas e processos que dirigirá. O que nem sempre ocorre, e posso dizer que raramente acontece hoje em dia.
Isso significa que o designer é o menor? Não, isso significa que o mais capacitado profissional dirigirá os demais; que podem a nível ser tão bons quanto os seus diretores, entretanto não portam a capacidade de administrar.
Isso significa que um designer é incapaz de ocupar um cargo de direção? Não, desde que além de designer, conhecedor da arte e suas técnicas, o indivíduo tenha a capacidade gerir pessoas e processos que envolvem o meio. A verdade é que neste quadro o designer é a peça fundamental do projeto (Design). Não é à toa que o termo é derivado! Pois o Diretor de Arte encaminhará as diretrizes formadas em conjunto com um redator; o Diretor de Criação lapidará o que foi formado, e coordenará os Designers para seguirem a mesma linha de raciocínio durante a criação, podendo haver mão dupla para auxilio neste processo. É um trabalho em equipe, os diretores podem ser formados em design (um designer), entretanto por terem uma função especifica dentro dos processos, são titulados como Diretor de Arte, ou de Criação.
E o que seria de um relógio sem suas engrenagens? Poderia marcar a hora, mas sem ter como movimentar os seus ponteiros viraria um acessório inútil. Entende? Em suma, se detalharmos em escala micro, pequenas empresas, autônomo; o designer é capaz de dirigir tudo. Pois executará todas as funções; é a mesma mente pensando, criando e expondo os resultados. E se detalharmos em escala macro, seria um tanto difícil todas as mentes pensarem na mesma linha de raciocínio, executarem em conformidade e exporem os resultados homogeneamente sem ter um suporte. Observamos a hierarquia acontecer “tranquilamente” em multinacionais, e empresas com seu próprio departamento especializado. E pela flexibilidade dos profissionais atualmente, é possível afirmar que todos, em pequena escala conseguem exercer com maestria funções de cada etapa dispensando nomenclaturas.
Não é algo fácil desmistificar se colocarmos o ego no meio do páreo, porque por irresponsabilidade ao designar funções, muitas vezes temos diretores “leigos”, passando diretrizes vazias e esperando um resultado plausível, para assim se responsabilizar por algo não desenvolveu. Mas isso já é questão de caráter, isso já é outra história.