ATO 1 – O que é Contra o Mundo?
“Contra o mundo” ou em inglês “Boys kill world” é um filme brutalmente divertido e subverte clichês de filmes do mesmo gênero, além de trazer semelhanças com outra grande franquia de filmes de ação. A história parte da seguinte problemática – “Depois que sua família é assassinada. Boy, um surdo com uma imaginação vibrante, é treinado por um misterioso xamã para se tornar um instrumento de morte”.
ATO 2 – Resenha e comentários gerais
O longa-metragem “Contra o mundo” não se preocupa, e nem é o objetivo dele te situar de forma profunda naquele universo através de sua lore, mas cativar você com suas incríveis e belas cenas de luta, muito sangue e violência brutal. Além da ótima construção de alguns de seus personagens, incluindo o protagonista, que mesmo sem falar da forma tradicional, utiliza suas expressões e pensamentos para te conquistar e se importar com ele e seus companheiros.
Como apresentado na sinopse, à história segue um jovem filho de revolucionários, que moram em uma cidade governada por uma família/governo totalitário dos Van der koy, e que teve sua família morte pela líder Hilda (Famke Janssen) e seus familiares Guideon Van der koy (Brett Gelman) e Melanie Van der koy (Michelle Dockery), em um ato anual de abate a todos os seus inimigos como forma de manter a estrutural social inabalável.
O mesmo acaba misteriosamente sobrevivendo ao abate e sendo treinado por um Xamã (Yayan Ruhian) que busca transformá-lo em uma arma para matar toda a família elitista e acabar com o governo autoritário. Após muitos anos treinando, o garoto, cansado de esperar o momento certo e em um surto de impulsividade após massacre na captação de voluntários para o dia do abate, invade a base inimiga para realizar sua vingança.
Ao invadir a base e acabar se metendo em problemas por conta de seu estado mental e traumas do passado, ele se junta a Basho (Andrew Koji) e Benny (Isaiah Mustafa), dois outros revolucionários, para pôr um plano maluco de derrubar a família no dia do abate. Assim, depois de muitas lutas, sangue derramado, cabeças esmagadas e piadas super divertidas, a trama segue para seu ápice, com muitas reviravoltas, que para quem ficar atento irá pegar logo de cara, além de subverter todo um clichê de filmes de vingança, revolta e ação, o que deixa o longa-metragem ainda mais delicioso de se assistir e querer consumir ainda mais daquele universo e suas cenas de tirar o fôlego.
ATO 3 – Direção
Quem ficou responsável por conduzir esta deliciosa trama violenta foi o diretor Moritz Mohr, que tem um currículo bem pequeno em Hollywood, quase como um iniciante, talvez. Mas que conseguiu fazer um ótimo trabalho de direção nesse seu atual trabalho. Alguns de seus antigos projetos são Akumi (2005) e Ronin 2035 (?).
Em “Contra o mundo”, Moritz traz uma criatividade imensa para as cenas de luta, são fluidas, bem coreografadas, bem captadas pelo mesmo, quase como uma dança. Mesmo com alguns cortes para trazer mais dinamicidade às cenas, ele consegue fazer bastantes cenas completas, sem cortes, e que você consegue acompanhar e entender o que está acontecendo durante as lutas. Além disso, faz movimentos de câmera nada convencionais, como 360°, a câmera fora do enquadramento trazer o sentimento de caos e bagunça, e faz bom uso dos planos convencionais, como plano próximo para explorar bem as reações e emoções dos atores, planos abertos, para usar o espaço ao seu favor e trazer uma maior imersão as cenas.
ATO 4 – Atuações
Moritz escolheu bem o elenco para sua história. Como “Boy” seu protagonista, temos Bill Skarsgård, nosso amado PennyWise de “Iti”, e ele dá um show de atuação e mostra toda sua versatilidade como ator. Conseguindo transmitir diversas emoções só com suas expressões e sem dizer uma só palavra. Seus parceiros de equipe, Basho (Andrew Koji) e Benny (Isaiah Mustafa), mesmo com poucos minutos de tela, conseguem entregar muito carisma e loucura a seus personagens. Os vilões Van der koy, Guideon (Brett Gelman) e Melanie (Michelle Dockery) são outro poço de carisma, e você se apega a eles, ama, odeia, ri, e pode ficar até triste, com o destino de alguns. Já a chefe, Hilda (Famke Janssen), mesmo com pouco tempo de tela e falas, consegue entregar uma vilã interessante, manipuladora e fria, mas que possivelmente possui várias facetas, contudo, não é explorada neste filme, infelizmente. Por fim, Cameron Crovetti, o jovem “boy”, nosso protagonista, dá um show de atuação sendo tão novo, não é para menos que ele é filho do psicopata Capitão Pátria em “The boys”, ele tem muito potencial.
ATO FINAL – Conclusão
Ademais, “Contra o mundo” é um excelente filme de ação, com ótimas cenas de luta, muito sangue, gore, violência e um humor bem simpático. Que apresenta um universo bastante interessante, mas acaba por não o desenvolver, o que deixa brecha para uma possível sequência, spin-off ou prelúdio de como os Van der Koy chegaram ao poder. No mais, o filme traz belas referências a games, lembra muito o ritmo e direção de outro filme de ação famoso, Kingsman. Espero que o longa-metragem faça sucesso para termos mais produções deste mundo violento e totalitário.
Contra o Mundo estreia dia 25 de abril nos cinemas brasileiros!