Crítica – A pequena Sereia live-action: o encanto de halle bailey como ariel

Crítica – A pequena Sereia live-action: o encanto de halle bailey como ariel

Por Nathalia Medina

A Walt Disney Company tem enfrentado desafios em sua estratégia de trazer seus clássicos para o formato live-action. Embora haja um potencial rentável na exploração da nostalgia e na revitalização dessas histórias, o estúdio tem enfrentado dificuldades em capturar a essência que se tornou as animações eternas. No entanto, A Pequena Sereia consegue capturar a essência do original de forma fascinante, mantendo o lado lúdico e fantástico do conto infantil. Ao focar em um realismo vazio que sacrifica a magia, a nova versão abraça a magia inerente à história de uma princesa e consegue transportar Ariel e seus amigos marinhos para o mundo real com sucesso.

Isso torna A Pequena Sereia um grande abraço não apenas às memórias dos fãs que cresceram com o filme de animação de 1989, mas também ao encanto dos contos de fadas, o que torna essa aventura poderosa além do simples saudosismo. Ao mesmo tempo, o filme consegue modernizar e expandir o clássico original sem perder a essência mágica da animação.

Um dos grandes acertos é a excelente escolha de Halle Bailey para o papel de Ariel. A jovem atriz incorpora perfeitamente a protagonista e é um enorme acerto da Disney ao dar vida a um dos personagens mais queridos pelo público. Ela entrega tudo o que se espera de uma princesa e até mesmo mais.

A voz da atriz é impressionante, graças à sua carreira como cantora, o que justifica sua poderosa interpretação das canções mais famosas do repertório da Disney. Além disso, Bailey é extremamente carismática. Em poucas cenas, ela consegue transmitir as dores de Ariel, uma jovem que sonha em ir além dos limites impostos por seu pai e explorar um mundo diferente, apaixonando-se de forma desafiadora e ingênua.

Essa interpretação não é superficial. Enquanto a animação permite que a heroína seja construída com simplicidade, o live-action exige uma complexidade maior, e a atriz consegue explorar a personalidade de Ariel de maneira profunda, permitindo que entendamos seus conflitos com o Rei Tritão e sua conexão com o Príncipe Eric.

No entanto, a escolha da atriz para o papel de Ariel nunca foi uma verdadeira preocupação. O verdadeiro desafio para A Pequena Sereia era como transformar toda a ludicidade e a fantasia da animação em algo crível no formato live-action. Adaptações anteriores funcionaram nesse sentido, como foi o caso de O Rei Leão, que perdeu toda a magia que tornava o clássico animado algo fantástico, desenvolvido em uma experiência sem vida. Felizmente, a Disney aprendeu com esses erros e evitou repeti-los neste filme.

Além disso, A Pequena Sereia abre mão do hiper-realismo excessivo e dá expressões mais humanas aos animais. Assim, Ariel não parece uma pessoa falando com peixes que não se importam com ela, e as reações e “interpretações” dos personagens marinhos são facilmente compreendidas. Dessa forma, Ariel não parece uma pessoa desequilibrada conversando com peixes que não se importam com ela, e você aceita facilmente as reações e “interpretações” até mesmo dos crustáceos mais simples.

Há alguns problemas, é claro. O Linguado (Jacob Tremblay) é realmente ruim e merece ter se tornado o meme que se tornou, mas o estúdio parece estar ciente disso e fez questão de esconder o peixe sempre que possível, sem contar da maquiagem de alguns personagens, como o da vilã Úrsula e em alguns momentos, da própria Ariel, que deixou a desejar.

A NOVA VERSÃO

A nova versão de A Pequena Sereia desenvolve uma história de forma muito mais aprofundada, criando motivos plausíveis para que uma heroína se encante pelo príncipe a ponto de arriscar tudo. Ao estabelecer um paralelo entre eles, é muito mais fácil entender suas escolhas e como as coisas chegaram ao ponto que todos conhecem.

Ao mesmo tempo, o filme também dá mais profundidade ao próprio Eric, tornando-o um personagem real em vez de apenas um rosto bonito. Alguns podem considerar essa expansão complementar, mas ajuda a tornar o momento em que ele ganha mais destaque – quando Ariel perde a voz e passa a acompanhá-lo no mundo dos humanos – é muito mais interessante.

Falando em McCarthy, ela merece um tópico dedicado a ela e ao que é o grande ponto fraco de A Pequena Sereia – a vilã Úrsula. Tradicionalmente, a Bruxa do Mar é um dos vilões mais icônicos de toda a Disney até hoje, e havia muita expectativa sobre como o novo filme daria vida a essa feiticeira e todos os seus trejeitos tão encantadores.

Além disso, é bom ver como a Disney está atenta às críticas feitas nos live-actions acima em relação à qualidade da animação. Embora ainda tenha algumas sequências escuras – quase impossível ver o que está acompanhado no confronto final com Úrsula -, a média geral faz com que A Pequena Sereia seja não apenas muito colorida, mas cheia de vida e magia, como uma história desse tipo precisa ser . Tanto no fundo do mar quanto nas cenas em terra, há vida pulsando na tela, e é isso que faz com que a saga de Ariel funcione tão bem.

VEIO PARA FICAR

E é no meio de tudo isso que A Pequena Sereia alcança seu maior acerto: a magia. Mesmo com rostos de carne e osso – e CGI -, toda a fantasia típica dos contos de fadas está presente e transborda encanto. Isso é essencial para esse tipo de história e é fortalecido tanto por uma trilha sonora muito boa quanto por um protagonista que é puro carisma.

MELHOR VERSÃO DE LIVE-ACTION – HALLE BAILEY

Sem exageros, Halle Bailey é a melhor versão em live-action de uma princesa Disney – e ela faz isso com uma das personagens mais amadas pelos fãs. Com muito carisma e uma voz impressionante, ela tem tudo para permanecer no coração do público por gerações, assim como Ariel da animação fez por tanto tempo.

O Incrível filme da Pequena Sereia chega aos cinemas no próximo dia 26 de maio e vai te fazer mergulhar em grandes aventuras dentro e fora do mar. 

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