Questionamentos nos levam a respostas e essa busca nos fazem aprimorar o processo de busca das soluções. No campo do Design, agregar valor ao conhecimento é essencialmente importante. Proporcionalmente à nossa insistência, a capacitação vem com esse empenho em aprimorar aquilo que se sabe. Nosso Design tem sido relevante para nossa comunidade? Do ponto de vista profissional, temos contribuído para que nossa área seja levada mais a sério?
É muito comum vermos alguém oferecendo serviços (muitas vezes até bons) a preço de banana (na maioria das vezes, banana bem barata, mesmo). Essa discussão é recorrente e, infelizmente, ainda muito necessária. Alguns buscam estabelecer valor a partir do ponto do conhecimento, outros carregam uma visão mais comercial e visa mensurar o que se faz por meio de horas trabalhadas. Ainda outros, fitam-se na ideia de trabalho por empreita, ou seja, fecha um valor de acordo com prazo e empenho. E indo mais além, há os que solucionam a problemática da precificação no Design com o foco no grau de dificuldade do job.
Questionar custo, preço e valor é essencial. No entanto, a valorização na área de Design vai além da questão do preço a se cobrar pelos serviços prestados. Envolve até mesmo uma questão muito mais filosófica que meramente técnica. Muitos dos “profissionais” da área ainda não sabem o que é conceito, mas manipulam maravilhosamente alguns programas da Adobe, como Ps, Ai e Ae. Nesse campo, a questão de valor vai além de “mexer” nos apps.
Entendendo o Design como um artifício que envolve planejamento, desenho (projeto) e conceituação objetiva, facilita a percepção de que nossa área está bem aquém de onde deveria. Bons designers, escritórios, estúdios e agências estão crescendo cada dia por entenderem bem esses pilares. O Design está em tudo e não obstante, merece o válido respeito. E obviamente, os profissionais da categoria devem ser os primeiros a representarem esse peso de valor. Tudo fica mais fácil de resolver quando entendemos que “o design está sempre a tentar ligar a forma à função, o plano à inspiração”, como cita o cineasta Morgan Neville, da série documental, “Abstract: The Art of Design”.
Um job de Comunicação e/ou Design deveria ser mensurado pelo grau de construção e empenho intelectual que ele exige e não apenas pela quantidade de horas trabalhadas. Quando o assunto é concepção criativa e planejamento, estratégia ou solução gráfica, não tem preço específico que pague por um serviço, tendo em vista que este solucione a questão. O pagamento em si, visa amparar o empenho e dedicação profissionais direcionados ao projeto.
Assim, pois, a valorização que tanto almejamos na nossa categoria, perpassa pela forma como recebemos o Design em nossa cosmologia. O entendimento natural de que desenhar um conceito e/ou projetar uma ideia são algo que estão além do fato de uma mera mão de obra atrelada a investimento em equipamento e outros insumos, adianta em muito a responsabilidade posicional que temos em fazer com que se entenda o quanto antes a força que o Design exerce na sociedade como um todo. Trazer à luz uma solução de demanda, seja em visão gráfica, UX/UI, ou mesmo em prototipação para resultados (Design Thinking), é pensar a vida geral de uma forma otimizada e direcionada para soluções práticas e efetivas. E isso é puramente, uma questão de Design.
No fim das contas, tudo parte de um entendimento. E perdoe-me o trocadilho, mas depende, ironicamente, de um entendimento amparado por um conceito. É bom lembrar que Design é um exercício de empatia universal; é o ato de gente pensar como gente.