Diversos artigos são produzidos e discutidos sobre Design e sua “razão de ser”. Um das respostas mais comuns é a de que o Design é “forma e função” e é nessa perspectiva que diversas pesquisas e práticas se embasam em um cenário onde a tecnologia avança rapidamente com o uso de recursos computacionais.
O propósito principal – em grande parte – se dá na geração de soluções cada vez mais práticas e efetivas através de rotinas e algoritmos que interpretam e simulam tanto comportamento como situações definindo até mesmo comportamentos, mas esse é um assunto para outro artigo.
Para simplificar, algoritmos são, basicamente, uma receita. Reunimos ingredientes (dados) e misturamos de uma forma específica (processamento de dados) para produzir uma comida específica. Se quiser uma explicação mais complexa, um algoritmo reúne regras que visam obter resultados específicos através da manipulação de dados e informações específicas. Estes podem ser processados por um sistema computacional ou em nosso dia a dia.
A pergunta que cabe agora é: o que isso tem haver com design?
Bem, tudo! Ao pensarmos nos algoritmos para geração de geometrias, temos um algoritmo generativo. Em outras palavras, os dados são transformados formas geométricas através do leitura e manipulação desses dados e parâmetros. Nisto temos, por exemplo: quantidade de material, densidade e até mesmo a estrutura à ser usada.
Nessa perspectiva, esses parâmetros norteiam toda construção e oferecem dados necessários para elaboração de estruturas simples e complexas. Temos então, o DESIGN PARAMÉTRICO que nada mais é do que o design que se utiliza de parâmetros e suas (inter)relações para definir formas. Ao invés de pensar no objetivo, pensasse no processo que gera o objeto.
O que isso representa para o mercado?
Tudo! Uma nova forma de pensar a forma e sua função através de especificações que podem adequar-se a diversos cenários. Arrisco afirmar que antes, tínhamos o objetivo determinando o ambiente e uso, agora o inverso. O design de um objetivo passa a ser produto dos parâmetros que o dão “razão de ser”. Além de agilizar a elaboração de soluções tendo em vista uma exigência cada vez maior no tocante a efetividade e tempo de produção.
Essa mudança, iniciada nos anos 2000, tem sido crucial para o sucesso e avanço na arquitetura e no design. Arranjos e formas complexas que seriam impossíveis sob metodologias tradicionais, são facilmente processadas e aplicadas de forma a solucionar problemas.
Se você acha que se limita a grandes construções, achou errado! Já imaginou entrar em uma sala, quarto ou até mesmo cozinha e ver aquele móvel que dá a impressão que foi impresso agora a pouco em uma impressora ou é parte de uma decoração futurista de um filme? Com facilidades para modelagens em 3D utilizando softwares específicos, o design deste tipo de peça oferece um visual singular.
Atualmente, a modelagem paramétrica é possível no ambiente Rhinoceros através de plugins que são interfaces gráficas de programação, como o Grasshopper 3D, Ladybug, Honeybee, Geco, Kangaroo Pshysics, Karamba, BullAnt, Hummungbird, Heliotrope-Solar, Mantis e outros.
Esses aplicativos e interfaces gráficas tem sido amplamente utilizadas não só na arquitetura, mas também no Design de produtos. No Brasil, essa metodologia ainda é pouco usada, mas seus impactos são e serão importantes, bem como cada vez mais presentes em nosso cotidiano.
Empresas como a AUTODESK, através do REVIT e DYNAMO tem investido bastante em soluções para desenvolvimento e modelagem para Design Paramétrico. Vale a busca por mais informações e ampliar conhecimento sobre essa metodologia.
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