“Desista, empreender não é pra você”, pois é, esta frase pode parecer ruim, mas nem tanto. Será?
Atualmente temos visto a proliferação do termo startup. Mas o que seria? Existem três definições que os especialistas costumam usar ao definir o termo startup, são elas:
1. qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup.
2.uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores.
3. uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.
Startups existiam antes mesmo do termo se popularizar, mas foi somente com a modernização dos meios de comunicação juntamente com as novas tecnologias e aí o termo saiu pelo mundo afora. Então vamos deixar claro que isso é apenas um termo, algo que é muito mais motivacional do que importante. Eu começo e me perguntar se isso virou modinha.
Hoje virou febre chamar qualquer empresa de startup e sonhar em ser o dono do negócio.
Apesar de achar que o termo startup virou algo módico e usado por todo mundo é fato que pequenas empresas e até mesmo pessoas sem qualquer escritório começaram a transformar o mercado com ideias inovadoras, diferentes e de impacto. As pessoas começaram a buscar soluções que antes não existiam e com isso muitos revolucionaram uma área específica. O problema não está aí, o grande mal se encontra no achismo. É fácil buscar termos como “abrir startup” ou “negócio de sucesso” pela internet, inclusive é possível achar modelos prontos de negócio, basta ir ao Google e pesquisar sobre empreendedorismo ou startups que você encontrará dicas, métodos, mentores, consultorias e até gurus que prometem milagres. A maioria é balela. A questão é que muitos deixaram os empregos, venderam casas e foram viver o sonho da empresa própria, ou a criação da startup inovadora que iria ganhar, segundo eles, milhões de dólares.
Aonde quero chegar. Simples. Startup é legal, mas nem todos vão conseguir empreender. Seja em uma ideia pequena ou grande, alguns de nós não estamos prontos para isso, mas fique tranquilo, não quer dizer que é algo ruim, pois não é.
Temos que definir agora três tipos de pessoas:
- Os empreendedores;
- Os desistentes;
- Os realistas.
Os empreendedores podem ser divididos em dois grupos, os bons e os maus investidores. Estamos vendo uma geração que faz de tudo para serem os próximos donos de um Facebook ou WhatsApp da vida. E o mais interessante é que estes “empreendedores” querem tudo isso para hoje, agora. Muitos não possuem visão de negócios, não tem sequer um plano de negócios.
O outro grupo dentro dos empreendedores são daqueles que sabem o que estão fazendo, estudaram pra isso, se informaram, pesquisaram e o mais importante, pensam em sucesso sem associar a escalas. Como assim, escalas? São estes empresários que inovam em um bar, na barbearia, em coisas pequenas, grandes, difíceis ou fáceis. O sucesso não vem de um dia pro outro, é muito esforço nas coisas pequenas, um passo por vez. Empreender pensando em milhões ou ser do tamanho do facebook não é errado, mas pare e imagine que pra tal feito são poucos no mundo, faça a diferença onde você estiver.
Os desistentes compõem o grupo de pessoas que desistiram do sonho de ter uma empresa por achar que apenas os grandes empresários tinham fatia no mercado e apenas eles dão “sorte” na vida. Ah! E se você não criar uma empresa de milhões de dólares é um fracassado, empresas com ganhos menores não contam. Certo? Não. Se você desistiu porque sua ideia não iria pro livro dos recordes ou você acha que ninguém vai dar a mínima, saiba que você está no pior grupo, no purgatório do empreendedorismo.
A vida é muito mais legal quando a gente arrisca, quando tentamos algo novo e se der certo é só comemorar, se der errado é tentar de novo. Desistir nunca foi solução pra ninguém. Se o seu negócio é pequeno, faça ele ir pra frente com amor, dedicação, sai do face e vai estudar maneiras de evoluir. Parece que é fácil, mas não é, então o que posso dizer resume na palavra dedicação.
Os realistas são todos que dizem em alto e bom som “Eu não quero ser empresário”. Socialmente falando, vivemos uma era em que as pessoas olham para aqueles que se dizem satisfeitos em seus empregos e os julgam como medíocres e sem visão.
Quer saber a verdade? Nem tudo são rosas. Empreender, ter sua startup, enfim, tudo isto pode até ser uma boa ideia, mas nem todos nós queremos isso nas nossas vidas, e errado está quem pensa que ser um funcionário dedicado é coisa do passado. Não se deixe moldar pela sociedade, seja quem você quiser e ao final de um dia de trabalho esteja satisfeito consigo. A felicidade é relativa, cada indivíduo busca ela a seu próprio modo. Empreender é dedicar muito tempo, estresse e muita dor de cabeça, e caso esta não seja a vida que você quer saia fora, dê o seu melhor em algum lugar e busque ser reconhecido.
A miopia do empreendedorismo, consiste em tentar enxergar de modo equivocado a prática de levar um negócio adiante. Leia o que escrevi sobre os três tipos de pessoas e tente se encaixar em algum grupo. Agora comece a pensar na sua vida e o que você esta fazendo dela. Pronto, se você acha que está no grupo certo continue e busque o sucesso ali, caso você comece a entender que aquele não é o seu lugar, saia fora, vai ser feliz de outro jeito, a vida não vem com manual e você precisa descobrir por si como ela funciona.
Para quem conhece o mito da caverna, de Platão, se colocarmos ele baseado na pauta do empreendedorismo é perceptível que uma caverna é a falta de coragem de sair e ver realmente como o mundo dos negócios é, muitos estão ali dentro, divididos nos três grupo, uns com medo de sair, outros empreendendo mal e outros que não querem empreender mas continuam tentando pois são pressionados pela sociedade.
Vejamos aqui alguns erros cometidos por quem se encontra na caverna do empreendedorismo:
01. Sozinho eu consigo;
02. Desconhecer o mercado, seu nicho, a fundo;
03. Teimosia;
04. Não ter conhecimento técnico.
05. Falta de proatividade;
06. Desistir;
07. Gastar em exagero;
08. Prematuro em tudo;
09. Não estar disposto a assumir riscos;
10. Síndrome da perfeição.
Agora eu faço a você duas perguntas:
1. Todos tem a capacidade de empreender?
2. Todos conseguem empreender?
Acredito que todos tem a capacidade de empreender, sim. Capacidade é o ato de se capacitar, ou seja, estudar, correr atrás e ir em busca do objetivo. Mas respondendo a segunda pergunta, não, nem todos conseguem.
Para aqueles que desejam empreender veja a história de Antônio Carlos. Ele foi abandonado pelo pai quando nasceu e a mãe casou deixando ele ser criado com a avó. Começou aos 8 engraxando sapato, depois começou a catar sucata com uma carroça que o tio fez para ajudar a avó e chegava a juntar 50 Kg de ferro velho, entregando quase 10 reais toda noite para a avó. Hoje ele é dono de um das 10 maiores distribuidoras de tubo de aço do país e tem cerca de 350 funcionários. A empresa importa da China e EUA e possui duas filiais no Brasil. Veja aqui a história na íntegra.
Esta é uma história que motiva, ver alguém que saiu do nada, assim como você e eu e se tornou um homem de sucesso. É isso que você quer? Lembre-se que não se trata de dinheiro.
Posso não saber cantar mas com dedicação posso ser o empresário de algum músico. É fácil olhar para os benefícios de um negócio e se esquecer dos desafios e dores de cabeça. Nem todos estão preparados ou querem isso para a vida. Não se deve pegar meia dúzia de exemplos de empreendedores de sucesso e se basear neles, a vida real é muito mais complexa que nos filmes e cada um teve suas pedras.
Nós entendemos que o empreendedorismo é um esforço, dedicação e vocação que não são obtidos de um dia para o outro, é preciso ir além, estudar, conhecer pessoas, deixar de dormir, enfim, sair da caverna e da sombras de outros empreendedores e começar a ver o mundo como ele é. Muitas vezes seu negócio vai morrer, vai ir à falência, mas um bom empreendedor não volta para a caverna, ele acha meios de se reestabelecer. Todo dia você escuta que vai ser um ninguém e eu te digo que ignorar faz parte, apenas continue.
“Tente, tente, tente de novo.Se a princípio você não conseguir,Tente, tente e tente de novo” (William Edward Hickson, 1803-1870, foi um educador inglês).
Empreender não é para você? Fique tranquilo, apenas seja feliz.
Para ser feliz é preciso esforço, dedicação e força de vontade e as pessoas complicam muito essa parte da vida. Ser o dono de um negócio não vai trazer felicidade, e a vida é curta demais pra gente se preocupar em ter dinheiro e deixar de ser feliz.
Seja um bom empreendedor ou um grande funcionário, no final o importante é curtir a vida.