Cinema e Séries Ela disse, ele disse. Um filme para além de um beijo

Ela disse, ele disse. Um filme para além de um beijo

Por Eric Frantto

Uma história recheada de diversão e contexto super atual, baseado na obra de Thalita Rebouças que dialoga diretamente com nosso consumo de cultura vigente no país.

Maísa Silva é Júlia, a garota popular da escola.

Dia 3 de outubro de 2019 estreia o filme “Ela disse, ele disse” nos cinemas do Brasil e essa produção merece nossa análise e abirdagem a respeito.

O projeto cinematográfico que segue a obra da grande e querida Thalita Rebouças, está dando o que falar e não obstante, tem um elenco admirável. A autora que escreve há séculos (desde 1999, na verdade) com foco no público mais jovial e é a queridinha da maioria dos adolescentes que leem no país, sobretudo por sua abordagem leve e imersiva no que se refere ao universo dessa turma.

Thalita é a queridinha dos leitores adolescentes.

O filme busca seguir fielmente a obra escrita (o longa segue o mesmo propósito do referido livro), que aborda uma defesa pelo natural do imaginário adolescente frente às convenções sociais e conservadorismo autoritário. E o legal é que não hesitou ao tocar na temática da diversidade, assunto tão vigente e atual.

Diversidade é uma temática evidente no longa que estreia dia 3 de Outubro de 2019

O enredo gira em torno de um incidente que soa um tanto absurdo para a diretora Madalena (vivida pela irretocável Maria Clara Gueiros) e esta aplica uma severa advertência aos protagonistas Léo (Marcus Bessa) e Rosa (Duda Matte), que se beijam no corredor da Escola Integrada Rebouças e gera um alvoroço entre os alunos, suscitado por Júlia (Maísa Silva), o que leva os alunos da entidade se unirem para a defesa dos “beijoqueiros” e resolvem fazer uma campanha – com direito a programa de TV aberta, como o Mais você, da Rede Globo dando apoio – usando a hashtag a #correntedobeijo. Isso se expande e acabam amolecendo o coração da diretora durona e tradicional.

Houve muito cuidado e dedicação na produção de um filme feito para toda a família.

Conversando com a Thalita, ela me confirmou que não houve intenção de promover um beijo gay, mas isso acabou acontecendo naturalmente e não como uma problemática que suscita tal discussão, mas não passa de um simples beijo. Um beijo em si. “O fato de ter sido um beijo entre pessoas do mesmo sexo, não configura um beijo gay”, salienta. No entanto, mesmo sendo uma produção que segue uma obra literária que foi escrita há de cerca de 10 anos, a temática segue atual e plenamente contextualizada com o momento em que o Brasil se encontra, onde uma onda “tradicional / conservadora” cresce cada vez mais e tenta inibir a expansão da Ciência, Cultura e Arte, bem como as representações simples e naturais que o amor propõe, a despeito de orientação sexual.

A temática adolescente está entranhada na ideia do filme como um todo. O longa tem a ambientação ocorrendo basicamente na escola Rebouças, com a pegada descolada, cool e divertida sendo elemento essencial à história. Uma das personagens, a professora Fátima (que ganha vida no trabalho da talentosa Bianca Andrade) mostra como o ideal de “professora fofa” dialoga muito bem com o alunado e como faz bem ter uma figura realmente apaixonada pelo que faz no ambiente escolar, sendo fundamental na educação dos discentes.

Bianca Andrade vive e professora Fátima e deixa claro como o Design foi fundamental na composição da personagem.

Perguntada sobre o papel do Design (e outras vertentes visuais) na composição da personagem, Bianca revelou que a importância é gritante e sem um painel de referências, semântica, Gestalt, Psicologia das Cores, Simbologia e afins, a ideia de uma representação “fofa” poderia ser equivocada e quebrar a proposta do livro para a personagem. “Sem essa questão estética e o cuidado com a representação do que cada elemento da composição representa, não conseguiríamos ter a Fátima tão bem apresentada como no livro da Thalita.”, reforçou a Bianca (que ainda mandou um recado super fofo para nosso portal – confira aqui).

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Dica Design: Além do mais, o campo visual é um dos pilares essenciais em uma produção como essa. A ideia de vender o que se produz, ganha força com uso correto de cenas e imagens que valorizam o que está sendo exposto (Confira aqui sobre como valorizar mais um produto ou serviço com o uso de imagens). Falando nisso, a Direção de Fotografia, por Pedro Serrão e Direção de Arte da Joana Mureb deixou todo um clima descolado, teen e levemente atrativo, com boas nuances juvenis e ligadas à ideia de conectividade e redes sociais, o que trouxe aplicação atualizada para a película.

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No fim das contas – e sem mais delongas, esse longa traz à tona um misto atrativo de emoções e sensações, o que leva a ser uma produção apreciável por toda a família. E ainda desperta boas discussões antropológicas e sociais como um todo. Com linguagem simples e leve; figurino e cenário muito bem elaborados; divertido e esteticamente pensado, “Ela disse, ele disse” é um filme para assistir acompanhado/a ou não e sair do cinema com uma vibe boa e tranquila.

Confira o trailer do filme:

E é isso. Corra para o cinema dia 3 e aproveite ao máximo essa produção nacional que tá dando o que falar.

Até a próxima. Graça, paz e um copo de suco!

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P. S.: imagens e vídeo foram captados diretamente da internet.

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