Design Entrevista com Rodrigo ICO: As ilustrações e seus universos narrativos

Entrevista com Rodrigo ICO: As ilustrações e seus universos narrativos

Por Laila A.

Rodrigo Alexandrino (ou simplesmente ICO) é diretor de arte desde 2005, tem 28 anos e reside em Tubarão – SC. Para aqueles, como eu, que ficaram se perguntando do porquê do apelido de Rodrigo ser ICO, ele explica:

“ICO é apelido dado por minha irmã desde a infância, ela é um ano mais velha que eu. Ela não conseguia me chamar de Rodrigo/digo/Ro/Igo, ela me chamava de ICO, a família achava bonitinho e até que no fim, todos começaram a me chamar de ICO por causa dela, haha. Hoje raramente alguém me chama de Rodrigo, só quando estão bravos ou só quando alguém está me conhecendo.”

Rodrigo é formado em Publicidade e Propaganda pela UNISUL, e atualmente trabalha na UP Marcas (agência de Publicidade). Ele percorreu um longo caminho para finalmente estabilizar-se na área de ilustração. As obras realizadas por ICO são bem expressivas, com uma paleta de cores impressionante e suas artes carregam consigo um universo narrativo bem rico. O artista que ama desenhar cartoons, dá vida a todos seus cenários e personagens (preferidos ou originais) com um acabamento que flerta ao realístico (3D) no Adobe Photoshop.

Para ver o processo de uma de suas artes, confira o speedpaint (atenção para a melhor trilha sonora ever, haha):

Acompanhe a pequena entrevista com o simpaticíssimo ICO e inspire-se:

Seu interesse por desenhar veio desde da infância? Como e quando que você começou a trabalhar com ilustração?

Não lembro exatamente de quando surgiu o interesse por desenho, mas foi desde criança (como a grande maioria). Mas se não fosse pelo meu irmão Philippe, eu acho que não me apaixonaria por isso. Todo dia, eu, debruçado na mesa, via meu irmão desenhando e eu ficava encantado assistindo-o. Era a coisa mais incrível de se fazer, eu levava papel e caneta, pedia para ele desenhar para mim, para que eu pudesse ficar vendo como ele fazia super-heróis/anatomia/braço/perna/corpo…Nessa época, eu não tinha 4 anos de idade não, eu já deveria ter meus 11/13 anos. Devo tudo o que sei ao meu irmão, meu eterno mestre. O ato de desenhar subitamente participou do meu cotidiano; olhava meu irmão e ia lá desenhar perto dele, tentando copiá-lo. Com o passar dos anos, comecei a levar isso mais a sério e minha carreira começou em 2013. Mas só em 2015 que eu consegui o primeiro freela para a empresa que eu almejava, até então eu fazia trampos pequenos para amigos/conhecidos.

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Principalmente em suas obras mais recentes, pode-se notar que seus traços são simplificados (cartoons) e sua pintura é realista. Como você chegou nesse estilo? Quais materiais de estudo (blogs/vídeos/etc) você recomenda?

Isso foi um processo natural. Tu não escolhe o estilo, ele te escolhe. Você só tem que ir desenhando, praticando, e se divertindo, que uma hora tu percebe o que de fato tu curte fazer. Eu fiz de tudo um pouco: vetor, pintura tradicional, aquarela, digital, ou seja, perpassei por vários estilos. Até que um dia, eu vi o que eu realmente amava fazer e fui nessa direção.

Pra quem está começando, eu indico o Youtube, uma mina de ouro onde tem muitos tutoriais; quando eu comecei a ilustrar, não tinha essa maravilha que se tem hoje, basta só procurar (no Youtube) que tu encontrará qualquer coisa, até receita de bolo de milho sem milho. Já em relação a blogs, recomendo o BrushWorkAtelier, ótimo para quem quer levar os estudos mais a sério. O Luiz (fundador do BrushWorkAtelier) tem uma vaga garantida no céu, perto da praia, por causa do trabalho incrível que ele realiza neste blog, haha.

E estes são alguns vídeos que indico: 1 | 2 | 3

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Quais são suas maiores inspirações/referências?

São vários! Entre eles, estão: Mike Azevedo, Tiago Hoisel, Ryan Lang, Daisuke Tsutsumi, Johannes Helgeson, Sam Nielson, Tyson Murphy, Hayao Miyazaki, Loish, e claro, animações da Disney/Pixar/Dreamworks.

Quais conselhos você daria para aqueles que estão no início da jornada artística?

Busque se divertir durante o processo e faça coisas que você gosta, não o que os outros gostam. E a ideia/mensagem/história é mais forte que qualquer técnica, pense sempre nisso quando for criar algo.

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