Design é uma área que envolve muito o ego das pessoas. Elas não querem se envolver com o processo inteiro, entender que o uno é igual ao todo, que para você se tornar um bom designer, um profissional completo, você precisa SIM saber fazer um bom fechamento de arquivo para a gráfica.
Para os profissionais mais experientes, até pode parece obvio…E é! Mas, por incrível que pareça, ainda escuto de colegas da faculdade coisas como: “Fechamento para a gráfica? Ah, já domino, é só sangrar e acabou” ou “Eu sou o Designer, eu penso, a gráfica que se vire para fazer a impressão”
Não estou dizendo que você tem que ser um expert, até porque sua formação não é de Profissional Gráfico (e sim, existe formação para profissionais que entendem dos tipos de papeis, gramatura, tipos de tintas, fechamento e etc).
Mas por que raios estou dizendo isso? Porque esses dias passei por uma experiência interessante e que gostaria de compartilhar com vocês.
Quando estamos trabalhando em alguma peça que vai para o meio analógico, trabalhamos com CMYK. Só que, como sabemos, o monitor emite luz, fazendo com que o que vemos no monitor não seja muito fiel àquilo que vamos imprimir. Por exemplos o “K” (preto), se deixarmos ele 100%, no monitor ele parecera um preto puro, só que ao imprimir, você verá que ficará como se estivesse desbotado. Para isso, é necessário calçá-lo, isso é, usar outros canais para que o preto fique mais forte.
A razão que sempre usamos com a gráfica que indicamos para os nossos clientes, é essa:
C: 40%
M: 30%
Y: 10%
K: 100%
Para o meio digital, podemos usar 100% em todos os canais, pois teria muita tinta resultando em um papel rasgado de tanta tinta.
C: 100%
M: 100%
Y: 100%
K: 100%
Como você pode ver nas imagens abaixo, há uma grande diferença entre os três pretos:
Usado por nós como preto calçado / 100% em todos os canais para o formato Digital
E o famoso preto, que só é 100% no K, que a maioria das pessoas não sabiam que teriam que calça-lo.
Usávamos aquela razão que havíamos falado anteriormente tanto para os textos que iam na peça, quanto para quadrados chapados, degrades e demais objetos que tivessem o preto. Só que dessa vez, a peça foi para uma gráfica de muita competência (por indicação do cliente), que nos alertou que usar todos os canais do CMYK em textos, que as linhas são pequenas era um risco, porque a fotoliteira teria que bater quatro (cor CIANO, MAGENTA, YELLOW E BLACK) vezes – por exemplo na letra A e que isso poderia gerar um erro de registro.
Resumindo, nessas 4 batidas, pode ser que uma fotoliteira batesse um centímetro para o lado, deixando o texto todo embaçado e ilegível. Vocês já devem ter visto isso em alguma revista ou ate em algumas peças, certo?
E também nos indicou que para a tecnologia da fotoliteira deles, teria que deixar os quadrados calçados nessa razão:
C: 30% M: 10% Y: 10% K: 100%
O que para mim era muito estranho, já que no monitor, o preto tinha ficado “azulado”, mas, ao imprimir ele realmente ficou preto calçado
(Cor indicada pela gráfica)
Isso mostra o quanto uma gráfica boa é importante e que devemos ser humildes e sempre seguir as orientações da gráfica. Seguiremos agora esse modelo de preto calçado mas, quer um conselho? Seja humilde e pergunte para eles quais porcentagens eles sugerem para cada canal para deixar o preto calçado. Uma relação entre a gráfica e o profissional é MUITO importante.
Façam o teste em algum programa de edição que estejam acostumados e vejam a diferença.
Digam nos comentários quais experiências com gráficas vocês já tiveram.Vamos trocar experiências!
Abraços!