Este post é uma continuação de Gestalt – Origem do estudo [parte 1].
Neste post continuaremos a falar sobre a origem da Gestalt com foco em um personagem muito importante: Max Wertheimer. Wertheimer foi um psicólogo e teórico da Gestalt da Escola de Graz, mesma que Ehrenfels (de quem falamos na parte 1 deste post).
Organização visual do indivíduo
Wertheimer provou experimentalmente que diferentes formas de organização visual (objetos) são percebidas e organizadas de formas diferentes por cada pessoa, sendo assim, podendo ter significados distintos de acordo com a percepção do indivíduo. Ou seja, um mesmo objeto pode ter vários significados quando visto por pessoas diferentes. Um exemplo clássico é o da figura do “vaso-rosto” – figurinha carimbada das aulas teóricas da faculdade.
Neste ponto, há uma questão muito importante para nós designers. Temos a responsabilidade de transmitir a mensagem pensando nas diversas formas de interpretação do ser humano e o cuidado para não sermos mal interpretados. Afinal, o que não falta por aí são cases de logotipos desastrosos com mensagens subliminares.
Fenômeno phi
Abro agora um espaço para uma explicação sobre o Fenômeno phi do site Wikipedia (juro que foi a forma mais simples que encontrei para explicar).
Na experiência do movimento phi está envolvido um observador olhando uma tela onde são projetadas duas imagens sucessivas. A primeira é uma linha no lado esquerdo da tela. A segunda é uma linha no lado direito da tela. As imagens devem ser mostradas rapidamente e de forma sucessiva. Cada frame deve durar poucos segundos a ser visto.
Com as consequentes combinações de espaço (entre as duas linhas na tela) e de tempo (o atraso na projeção de uma das duas imagens em sucessão, cada uma com o seu tempo de permanência), o observador dirá que houve um movimento entre as duas linhas (no espaço entre ambas) e nos extremos da tela (na posição da primeira linha e depois da segunda). O observador constata uma sensação de movimento no espaço e em redor das linhas: um movimento entre duas linhas, sucessivas e distintas, e não um movimento contínuo do objeto. O movimento phi assemelha-se mais a uma região de movimento, envolvendo imagens sucessivas.
Complicou? Vou simplificar.
No cinema, o movimento é capturado em frames (quadros). Estes frames são reproduzidos em sequência e esta sequência é que dá a sensação de movimento. O mesmo acontece com um GIF animado: uma sequência de imagens é reproduzida em uma certa velocidade (frames por segundo) para dar a sensação de movimento.
E é com base nestes nos estudos de Ehrenfels e Wertheimer que a teoria da Gestalt pode fundamentar seus princípios e suas leis.
Estas leis serão tema do nosso próximo post.
Até a próxima terça!
Este post faz parte da série Gestalt: série de posts sobre a psicologia da forma.
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