Milton Glaser, o criador do célebre ‘logo-slogan’ I Love NY, não imaginava que ele seria copiado até hoje em todos os cantos do planeta, trocando-se, é claro, o sujeito amado. Criado em 1977 para uma campanha que pretendia reerguer os ânimos e o orgulho nova-yorquino, pois, o Estado e a cidade de Nova York estavam mergulhados numa profunda crise econômica. O seu logotipo I (Heart) NY, desenhado pela primeira vez em um pedaço de papel quando Glaser estava dentro de um táxi, foi uma declaração de amor usando um símbolo universal – o coração – compreendido em quase todas as partes do mundo.
. “‘I’é uma palavra. (Heart) é um símbolo para a emoção. ‘NY’ são as iniciais de um lugar. Assim, três atos de transformação estão acontecendo. Você tem que usar um pouco o seu cérebro para traduzi-lo, mas ao fazê-lo fica óbvio, e não há ninguém que não possa descobrir isso. Mas a atividade do cérebro que faz isso é parcialmente responsável pela sua durabilidade.”
No cartaz de 2001 ele revisitou o seu logotipo, após os ataques terroristas, colocando o coração com uma mancha negra e a declaração “Mais do que nunca.”
Glaser é uma figura influente nas comunidades tanto do design quanto da educação e tem contribuído com ensaios e entrevistas sobre design. Ao longo dos anos tem recebido vários prêmios, por sua contribuição profunda e significativa para a prática contemporânea de design.
“A questão não é dizer às pessoas o que devem fazer, mas sim tentar fazer as pessoas conscientes do que estão fazendo”.
“A primeira coisa que eu tento ensinar aos alunos, em sala de aula, é que você comece com o público. Se você não sabe com quem você está falando, você não pode falar com ninguém”.
“Normalmente existem três atores: um cliente, um designer, e uma audiência. Cada um deles tem necessidades diferentes. O que você pretende alcançar é uma integração de todas essas necessidades. O que você tenta fazer é obter um pouco para todos. Até certo ponto a reconciliação entre a ética, a beleza e a finalidade é apenas uma coisa. O jogo é como você concilia o que alguns podem ver como impulsos contraditórios e fazer com que todos se reúnam em uma resposta singular para o problema”.
Com quase 88 anos de idade, Glaser continua declarando seu caso de amor pela cidade de Nova York, “Eu acho que eu sou a cidade. Eu sou o que a cidade é. Esta é a minha cidade, minha vida, a minha visão. “ Mas por vezes, ele gostaria que as pessoas esquecessem que ele é autor do famoso logotipo, para conhecerem seu extenso trabalho, naquela que é sua profissão de fé – o design.
“O trabalho é a maior fonte de prazer na minha vida. Estou muito emocionado por fazer algo que não existia antes. Não há nada, nada mesmo que chegue perto disto. Eu nunca vou ao teatro, eu nunca vou a concertos, eu já não vou ao cinema. Eu não faço nada a não ser trabalhar. É como mágica”.