Criar é uma das minhas paixões, e isso nunca escondi. Mas criar por criar pode ser algo muito vago. Como resolvo isso? Criar para divulgar minhas habilidades que podem ajudar outros negócios – e o meu próprio – à sairem do lugar. A direção de arte é parte importante de todo processo de comunicação com valor, afinal, é a imagem que o diretor de arte projeta que conquistará novas audiências.
A partir daí, com a Elemento recém criada, precisava divulgar o posicionamento e os valores da marca de alguma forma. Foi aí que resolvi criar uma manipulação fotográfica para divulgar os valores de um dos elementos fundamentais da marca.
1. Referências
Começar o trabalhando buscando boas referências é o passo prioritário de qualquer trabalho, seja ele bem feito ou não, seja para clientes ou autoral. É imprescindível que diretores de arte, designers e manipuladores fotográficos tenham noção do que já foi entregue, curtido e premiado. Todos os trabalhos que são tidos como genial pelo mercado.
Então comecei. Busquei, “fucei” e salvei o que eu poderia funcionar para o que eu iria gostar do resultado. A lista contava com materiais desde trabalhos já publicados até imagens isoladas que estéticamente valorizariam o trabalho.
Nesse ponto recomendo manter o Ember funcionando, afinal com ele podemos salvar capturas de tela e imagens de forma simplificada. Caso tenha alguma dúvida, recomendo que leia novamente nosso artigo Os 6 apps que você deveria conhecer e que podem mudar sua vida.
Lembrando sempre que criar uma biblioteca de referências é mais do que importante, é essencial!
Como queria passar a mensagem relacionando boas ideias à plantas bem cuidadas, liguei os pontos e decidi trabalhar com bonsais. Busquei diversas imagens de bonsais com qualidade alta, o importante neste momento era adquirir os mais diferentes formatos da planta.
Mesmo após muita procura de imagens, vários formatos interessantes, acabei de me interessando por uma imagem de banco de imagens pago. Apesar do custo, resolvi apostar e comprei a foto.
Com a peça principal da composição selecionada, parti para as demais camadas. Nesse caso eu não fiz um rafe do que eu queria, mas recomendo fortemente a sempre fazermos rafe. Ajuda a manter a ideia visualmente organizada e não nos permite fugir do que foi aprovado (caso seja trabalho para cliente).
Para o resto da composição, precisei juntar uma boa imagem de um belo gramado, folhagens e matos diversos e também um céu bem expressivo – com nuvens bem brancas e marcadas – com coloração bem azulada.
Pronto, agora que as imagens foram selecionadas é partir para as fases de produção.
2. Recortes
Esta é uma fase trabalhosa, não exige muita técnica, mas minúcia em cada detalhe. Não podemos deixar rastros do fundo branco que havia anteriormente na(s) imagem(ns). Então vamos lá, existem diversas técnicas para recorte de fundo, nesse caso usei o recorte via canais e fazendo ajustes na máscara. Multiplicando a camada e trabalhando com brushes ajustes finos, ficou nesse resultado.
3. Montagem e tratamento da cena
Após o recorte das imagens, produção básica e montagem da cena, chegamos ao que realmente interessa. O começo da produção da imagem. Como mostrei na imagem acima, recorte e montagem são fases que se misturam, ou seja, enquanto cortamos algumas imagens já vamos inserindo-as na cena.
Comecei pelo recorte do bonsai – como mostrei acima – e para inseri-lo na cena, precisei primeiro posicionar os elementos de base na seguinte ordem:
- O céu no fundo da cena;
- Após isso, o gramado, aplicando distorção de perspectiva;
- e por fim a grama alta na transição do segundo e terceiro plano, dando sensação de profundidade.
Pronto, com o posicionamento dos elementos totalmente definidos, podemos passar para o tratamento da imagem e da cena. Alguns fatores são necessários resolver em quase toda fusão fotográfica, e com o tempo e experiência, percebemos pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença. Aqui vão alguns itens importantes para resolvermos:
Equalização de cores;- Profundidade de campo;
- Comportamentos de luz e sombra;
- Clima da cena.
Nesse caso, por conta do comportamento difuso da luz natural que há na cena, foi necessário um trabalho de correção de cores, com aplicação de filtros e também uso de brushes sob áreas específicas. Gosto de utilizar um brush esfumado com espessura controlada pela pressão da caneta para este tipo de trabalho, com as configurações como esta a seguir.
Com a montagem básica pronta, apliquei três filtros para equalizar as cores e tonalidades. Além disso dupliquei a camada do bonsai, marquei a seleção da máscara, inverti e pintei de preto. Após isso, transformei em smart object e apliquei um efeito de Blur para criar a sombra da árvore. Pronto, boa parte da ambientação está concluída. Os efeitos aplicados para equalizar as cores foram no olho mesmo, apliquei um camada de Vibrance, uma de Color Balance e um Brightness/Contrast para finalizar o contraste. Foi também necessário fazer correções de luminosidade no bonsai, com a cor branca e brush configurado, apliquei sobre o caule e as folhas, trabalhando modos de mesclagem diferentes.
Vale lembrar algo bacana que aprendi no Photoshop Conference, o Alexandre Keese sempre repete, todas as transformações são feitas de modo não destrutivo. Isso quer dizer que aumentam nossas garantias de trabalho bem feito.
4. Tratamento e Clima da cena
Agora já temos boa parte da nossa manipulação fotográfica pronta. Precisamos nos atentar à todos os detalhes da cena, minúcia é a palavra de ordem. Agora devemos verificar máscaras de recorte, filtros, camadas de ajustes e correções feitas com brush. Literalmente o olho clínico fará diferença. Uma vez tendo verificado tudo, salve (nunca se esqueça de salvar durante o desenvolvimento). Depois disso vamos selecionar todas as camadas e transformar num smart object, novamente alterações não destrutivas.
Agora neste ponto entra em utilização uma ferramenta que gosto bastante. Ela é paga, mas para quem trabalha constantemente com fluxo de edição de imagens, é uma “mão na roda”. A ferramenta em questão é o Color Efex Pro 4, da coleção da Nik Software e que hoje pertence ao mix de produtos do Google. Através de sua galeria de efeitos, consigo trabalhar combinações de filtros diferenciados para desenvolver novos efeitos para minha fusão.
Pronto, estou caminhando para o final da manipulação. Cores bem equalizadas e efeitos de profundidade de campo acentuados, agora é partir para os ajustes finos. Novamente recorro ao brush esfumado, com a cor que desejo aplicar ao céu para acentuar sua profundidade. Para isso crio uma camada e pinto apenas as bordas, após isso mudo a camada de mesclagem e vou ajustando a opacidade. Duplico quantas vezes for necessário para ajustar a imagem.
Pronto, minha manipulação fotográfica está pronta. Agora é pensar nas aplicações e partir para a arte-final. Agora você pode conferir na integra nossa manipulação fotográfica finalizada!