Cinema e Séries IT – A Coisa | Nova adaptação mostra que Stephen é o King.

IT – A Coisa | Nova adaptação mostra que Stephen é o King.

Por Herbert Almeida

Stephen King é o Mestre do Terror. Ponto. Isso é indiscutível. E não é só pela quantidade de contos, romances e roteiros criados por ele. É, principalmente, pela qualidade de suas histórias. Claro que em uma carreira tão longa e produtiva como a dele, suas obras-primas acabam por dividir a prateleira com outras não tão inspiradas. Por ser o autor mais adaptado do mundo, o mesmo acontece com as versões audiovisuais de suas obras. Para cada Carrie – A Estranha (Carrie, Brian de Palma, 1976) ou O Iluminado (The Shining, Stanley Kubrick, 1980) existe um Fenda no Tempo (The Langoliers, Tom Holland, 1995) ou Sonâmbulos (Sleepwalkers, Nicholas Pike, 1992). Com estreia marcada para o próximo dia 7 de setembro, It – A Coisa (It, 2017) é a mais nova adaptação de um de seus livros para o cinema.

Stephen ainda é o King: It – A Coisa é a mais nova adaptação da obra do escritor.

Baseado em um livro de grande sucesso e com uma produção televisiva já lançada em 1990, é inevitável comparar o novo filme com as suas versões anteriores. Enquanto a obra original é um calhamaço de mais de mil páginas, o filme para TV adapta a mesma história em quase 4 horas de duração. O livro é um dos melhores já escritos por King porque consegue mesclar o medo infantil do sobrenatural com outros mais reais, como homofobia, pedofilia, bullying e até mesmo pais abusivos e controladores. A versão televisiva, na época, dividiu a crítica, mas ganhou o status de cult com o passar do tempo. Bastante reverente à obra original, o filme conseguiu adaptar bem o clima do romance, alternando a infância e a vida adulta dos personagens, mas as atuações fracas, a direção burocrática e a falta de dinamismo do roteiro deixaram o filme um pouco enfadonho.

Ameaça subterrânea: o desaparecimento do pequeno George desencadeia a história.

Acertando em cheio onde o telefilme falhou, o diretor Andres Muschietti (Mama, 2013) conseguiu criar a sua própria versão da história, sem exagerar na fidelidade, mas, também, sem desperdiçar um ótimo material, como visto recentemente em A Torre Negra (The Dark Tower, Nikolaj Arcel, 2017). O roteiro, escrito por ele, Cary Fukunaga, Gary Dauberman, David Kajganich e Chase Palmer, atualiza a história para o fim dos anos 80, aproveitando o momento nostálgico criado por Strangers Things, série da Netflix inspirada, entre outras coisas, nos livros e filmes do próprio Stephen King. De resto, a história é basicamente a mesma: depois da morte de seu irmão George, Bill e seus amigos começam a investigar o desaparecimento de outras crianças na cidade. Denominados como O Clube dos Perdedores, eles enfrentam o descaso dos adultos, uma gangue de valentões e o palhaço Pennywise, uma ameaça sobrenatural que atormenta a cidade de Derry, no estado americano do Maine, há séculos.

Clube dos Perdedores: as crianças enfrentam um mal antigo que vive sob a cidade.

As cenas do filme são muito bem planejadas e conseguem transmitir a sensação de perigo à espreita que os personagens sentem. Alguns movimentos de câmera usados para realçar o poder demoníaco do palhaço são excelentes e causam desconforto na audiência. A fotografia é belíssima, trazendo aos cenários um ar sufocante de ameaça crescente, mesmo em lugares comuns, como uma biblioteca ou o banheiro de casa. Mas, talvez, o ponto alto do filme seja mesmo as atuações. As crianças estão excelentes em seus papéis, mostrando um grupo diverso em etnia, tipo físico e, principalmente, em personalidade. Cada uma delas traz seu próprio medo, todos plausíveis, fazendo da presença do palhaço apenas um catalisador para o amadurecimento individual e o crescimento do grupo como um todo. Por falar no palhaço, a personificação de Bill Skarsgard como Pennywise é realmente assustadora, deixando para trás, inclusive, a atuação icônica de Tim Curry na versão televisiva.

Atuação icônica: Bill Skarsgard dá vida a Pennywise, o palhaço dançarino.

Misturando cenas de drama, aventura juvenil e um pouco de humor, mas mantendo a tensão até o fim, o filme conta apenas a primeira parte dessa história e deixa o terreno muito bem preparado para o desfecho que está por vir, com os ecos desse encontro com o palhaço Pennywise na vida adulta de cada uma das crianças. It – A Coisa é um filme que merece ser visto no escurinho do cinema, em uma tela enorme e com som bem alto. Mas antes de você correr para a sua sala favorita, dê uma conferida no trailer abaixo. Você vai flutuar também…

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