Mergulho no desespero: Uma crítica de Sem Ar

Mergulho no desespero: Uma crítica de Sem Ar

Por Nathalia Medina

Uma expedição de mergulho em alto mar rapidamente se transforma em uma luta angustiante pela sobrevivência para duas irmãs. Após um catastrófico deslizamento de terra, rochas desabam nas profundezas do oceano, prendendo as irmãs sob a superfície.

“Sem Ar” (conhecido como “The Dive”), a mais recente aposta da Paris Filmes no gênero de suspense de sobrevivência, surge com a promessa de rivalizar com o excelente “A Queda”, que estreou no ano passado. No entanto, a intensidade tão esperada nunca atinge seu auge, embora isso não signifique que o novo filme esteja completamente desprovido de tensão. Ao explorar o conceito fundamental da privação de oxigênio e mergulhar nos mistérios das profundezas oceânicas, o filme mantém a audiência à beira de seus assentos durante a maior parte da projeção. No entanto, sua trama, em alguns momentos, parece ser uma colcha de retalhos cheia de lacunas e inconsistências.

Ao adentrar o núcleo da narrativa, encontramos um thriller que, embora faça nossos pulmões implorarem por ar, adere a um roteiro básico no qual os personagens parecem seguir um conjunto predefinido de ações e reações. A autenticidade que outros filmes, como “Águas Rasas”, conseguiram transmitir com maestria, aqui se dissolve nas águas do clichê.

A história apresenta um relato angustiante sobre duas irmãs apaixonadas pelo mergulho. No entanto, o mergulho que deveria ser comum rapidamente se transforma em um pesadelo subaquático quando uma delas fica presa. O drama familiar, que poderia ser um ponto forte, muitas vezes parece mais um fardo adicional nas mochilas de oxigênio das personagens.

A luz de esperança neste naufrágio narrativo são as atuações brilhantes de Sophie Lowe e Louisa Krause. Elas cativam e mantêm o público hipnotizado. Quanto ao diretor Maximilian Erlenwein, embora crie um cenário submerso cheio de suspense, nos guia por caminhos tão familiares que quase podemos prever cada reviravolta.

A direção de fotografia nos leva às profundezas do oceano, mas é na trilha sonora que o filme parece flutuar sem direção, perdendo a oportunidade de elevar ainda mais a tensão. “Sem Ar” às vezes parece um esboço de um grande roteiro que nunca emergiu completamente. No entanto, sua abordagem ao terror, que dispensa monstros marinhos e psicopatas, cria uma atmosfera densa que vale a pena explorar.

Ao retornar à superfície após essa experiência subaquática, podemos concluir que “Sem Ar”, embora não cause a mesma agonia de outros filmes do gênero, ainda nos deixa sem fôlego e certamente deixa sua marca. Ele nos mergulha em uma crescente angústia que, como uma correnteza, nos arrasta para o fundo de nossas poltronas. Apesar de se inspirar em outros gigantes do gênero, busca oferecer seu próprio sabor de aflição. Uma expedição tensa e envolvente, mesmo que tropece em obstáculos narrativos familiares.

Assista ao trailer oficial

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