Design O designer como autor

O designer como autor

Por Mélio Tinga

A discussão sobre o designer como autor, data do século passado, em 1996, por exemplo o tema fora tratado por Michael Rock no ensaio “The Designer as Author” (O designer como autor), publicado na revista Eye, nesta época Rock abre espaço para uma profunda discussão sobre o facto de que a actividade do designer ultrapassar a função de ser apenas um projectista. O mesmo tema veio a ser tratado por Norman Potter, em 1964, por Ken Gerland no manifesto First Things First, de 1964 e em 1991 veio a ser tratado por Rick Poynor.

“No texto de 1996, Rock não deixa de chamar a atenção para as contradições que o termo acarreta. Segundo ele, ‘autoria’ tinha-se tornado um termo popular nos círculos do design gráfico, «especialmente naqueles que se situavam na periferia da profissão: as academias de design e o território turvo entre a arte e o design. A palavra tinha uma sonoridade interessante, atractiva, com conotações sedutoras a originalidade e agência. Mas a questão de como os designers se tornam autores é uma questão difícil, e exactamente quem e o quê é qualificado como design de autor, parece depender de como definimos o termo e determinamos a admissão ao panteão” Bicker, 2014

O termo autoria em design, apesar dos anos que passam desde o início deste debate, ainda coloca dúvidas sobre o que é? Se o designer é autor de um determinado projecto? E em que situações é que este pode ser considerado autor. É uma reflexão que merece, ainda espaço nos tempos actuais, e principalmente, os profissionais do design precisam continuar a reflectir sobre sua (ou não) autoria em diferentes projectos. É um conjunto de reflexões que Rock, 2009 citado por Bicker, 2014 já levantada: “o que significa realmente chamar a um designer gráfico um autor? O significado da palavra mudou significativamente ao longo da história e foi objecto de escrutínio ao longo dos últimos 40 anos. As mais recentes definições não estão associadas à escrita per se, mas antes denotam ‘a pessoa que origina ou dá existência a alguma coisa’. Outros usos têm conotações autoritárias – mesmo patriarcais: ‘o pai de toda a vida’, ‘qualquer inventor, construtor ou fundador’ , ‘aquele que gera,’ e ‘um director, comandante ou governante’ ”

Na perspectiva de autor, o design é olhado como produtor de conteúdo, não apenas que cria ou dá forma. O designer tem um papel preponderante na concepção da mensagem, ainda que visual. Não se limita apenas a responder problemas propostos pelo cliente, ele cria, elabora, concebe. Para além de trabalhar simplesmente na forma, quando o conteúdo deve ser reformulado, o designer como pensador é chamado a intervir a nível textual e quando passar por esta fase trabalha como operador, criando, dando forma ao conteúdo anteriormente tratado.
É uma discussão por continuar, em conversas, artigos e livros. Em que situação o designer pode ser considerado como estando entre as duas actividades, a de autoria e a de designer. Como é que consegue gerir as duas actividades e se realmente podemos o considerar autor.

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