O conceito de affordance foi proposta por James Gibson (1977, 1979) como parte de sua abordagem ecológica da percepção visual. O estudo do affordance é o mais estudado no campo de HIC (Human Interaction Computer) ou interação humano-computador.
Na percepção tradicional da psicologia cognitiva, é comumente entendida como um processo de desenvolvimento de representações. Neste processo os dados sensoriais que inicialmente não têm significado são combinados com as informações armazenadas na memória. Então eles são interpretados ganham siginificado.
Resumindo, o affordance é a capacidade de um elemento seja físico ou virtual, expressar seu uso de forma intuitiva. Todo bom design tem affordance e isso é o que define que a forma segue a sua função.
Portas tem um exemplo bem claro de affordance. A maçaneta redonda não informa visualmente qual sentido que devemos gira-la. Mas se a maçaneta for em formato de haste o atributo de uso é ativado e conseguimos prever qual será a direção para empurrar, mesmo que irracionalmente.
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Isso também é claro em alguns hospitais onde as portas não tem maçanetas e isso logo deixa claro que precisamos apenas empurra-las para abri-las.
No livro 100 coisas que todo designer deve saber sobre as pessoas, Stephen Palmer viajou pelo mundo e pediu para que pessoas por onde ele passava, desenhasse uma xícara de chá. Coincidentemente todas as pessoas desenharam a xícara na mesma posição formando o padrão conhecido por todos que já utilizaram uma xícara. Sendo assim, elas saberiam usar uma xícara desde que exista os atributos que informem o seu uso.
Créditos: 100 things every designer needs to know about people books
Em termos de interface digital, os atributos da interface precisam indicar o seu uso. Isso não quer dizer somente em usabilidade mas em experiências passadas, formando assim a experiência. Sliders, botões, abas e outros elementos possuem atributos que identificam quão intuitivo é o seu uso como por exemplo o slider para desbloquear a tela do iPhone.
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Através desses estudos é possível estabelecer padrões que ajudam a melhorar a percepção de uso dos objetos do nosso cotidiano e diminuir a carga cognitiva do usuário. É de extrema importância saber onde e quando o affordance acontece e como utiliza-lo. Neste link do site Design Interaction Foundation é possível saber mais sobre essa área de estudo dentro do HIC (em inglês).
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