Design O xadrez e o design

O xadrez e o design

Por alexsoares

Já faz algum tempo que eu escrevo aqui para o site sobre a relação do cinema com o design, onde encontramos vários pontos em comum, desde a maneira de se pensar sobre eles, até nas próprias ferramentas criativas que ambos utilizam.

Faço essa relação como uma tentativa de mostrar para os designers que podemos trazer algo que gostamos, como o próprio cinema, para o nosso dia a dia e deixar o nosso trabalho ainda mais prazeroso.

Mas como bem sabemos, nossa profissão está querendo alçar vôos mais altos, deixando de ser o design como algo com um viés mais artístico para ser mais estratégico dentro das empresas, isso acontece muito graças às abordagens pertencentes ao Design Thinking e Design de Serviços.

Essa evolução me fez lembrar do passado, para ser mais exato no ano de 2011, sendo este o ano que conheci o xadrez pela primeira vez em uma aula de matemática.

O jogo era apaixonante, algo que me fez tirar da frente da televisão e dos videogames da época para dedicar-se de corpo e alma durante cinco anos da minha vida, disputando torneios regionais, estaduais, nacionais e internacionais.

Este período me ajudou a entender valores como saber ganhar e perder, buscar atingir minhas metas e acima de tudo assumir desde cedo minhas responsabilidades.

A lógica também era algo que desenvolvi muito jogando xadrez, mas diferente do que é dito, não virei nenhum gênio matemático, mas sim mais estratégico em minhas decisões no tabuleiro e na vida.

E foi essa última reflexão que me fez trazer para este artigo a relação entre o xadrez e o design, em especial as três etapas mais comuns durante qualquer partida: Abertura, meio de jogo e final de jogo.

Abertura de jogo

Todo enxadrista sabe que os sete primeiros movimentos de uma partida são de extrema importância para o que vai acontecer depois, com certeza um dos momentos mais estudados pelos jogadores profissionais do mundo todo, sendo nomeados pelos mesmos como abertura.

As aberturas geralmente são baseadas em partidas que já aconteceram no passado, onde os jogadores estudam o que deu certo e o que deu errado, buscando sempre uma evolução para serem mais assertivos em suas estratégias.

Essa primeira etapa podemos trazer como comparativo a importância do repertório e as ferramentas criativas escolhidas pelos profissionais no início de qualquer projeto de design, podendo variar de acordo com a situação, assim como no xadrez.

Meio de jogo

Depois dos sete movimentos de ambos os jogadores, já podemos considerar este o meio do jogo, sendo essa a etapa que vamos validar o que planejamos lá na abertura.

Dificilmente esses próximos lances vão imitar alguma partida que aconteceu no passado assim como as aberturas que são mais previsíveis, claro que pode acontecer em uma jogada ou outra, mas as possibilidades são maiores e os jogadores afloram mais sua criatividade, testando seus movimentos de ataque e defesa.

Um lance errado pode custar a partida, por isso o repertório continua valendo muito por aqui, assim como no design na hora de validar uma ideia com o usuário através dos protótipos.

E é por isso que sempre temos que nos questionar: Para ser criativos temos que reinventar a roda?

O interessante é que aprendemos com os erros e mesmo que seu lance ou o seu protótipo venha dar errado, podemos repensar ambos para evoluir no futuro.

Fim de jogo

Chegamos ao fim da partida e se os jogadores fizeram bem a lição de casa, o jogo será decidido nos pequenos detalhes.

A partida pode ser ganha através do xeque-mate (a captura do rei do adversário) ou com o abandono do oponente que observa que a posição está muito inferior, podendo ser por número de peças ou pelo xeque-mate inevitável nos próximos lances.

A vitória vai vir para quem realizou melhor as etapas anteriores e essa é a maior beleza do jogo, o sucesso só vem pelo merecimento.

O design é muito sobre isso também, não adianta achar que uma ideia fantástica vai vir do nada, só vem com muito estudo e muito trabalho, a sorte é um requisito quase nulo para o profissional.

Então se você quer ser um bom designer ou enxadrista, estude o que já foi feito, alimente seu repertório de ferramentas e seja criativo no que realmente importa, em sua estratégia para chegar no que busca.

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