A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas homenageou os melhores atores, técnicos e filmes de 2023 no Oscar 95°. Entre as categorias atuais destacam-se as melhores produções em quesitos técnicos, onde a entrega dos prêmios retornaram para a cerimônia ao vivo.
Confira os vencedores das categorias técnicas:
MELHOR FOTOGRAFIA, TRILHA SONORA E DIREÇÃO DE ARTE
O grande vencedor em relação às categorias técnicas foi “Nada de Novo no Front”, com um trabalho espetacular para os amantes de cinema. O diretor de fotografia James Friend venceu o grande desafio de encontrar beleza num cenário devastador. Ele soube explorar as técnicas de iluminação em meio à obscuridade. Friend extraiu luz do sinistro da guerra, nas trincheiras da Frente Ocidental utilizando magníficos plano-sequência e os efeitos especiais das explosões a cada ataque.
A trilha sonora vencedora do filme é uma produção Netflix Music, composta pelo pianista alemão Volker Bertelmann. Em “Nada de Novo no Front”, ele utilizou um harmônio, instrumento musical de teclas similar a um órgão, sem os tubos. De acordo com Bertelman, a ideia é que a composição trouxesse sentimentos de antiguidade e modernidade. Uma das suas inspirações foi a banda britânica dos anos 60 “Led Zeppelin”, ele quis trazer para o drama alemão uma sonoridade marcante.
A direção de arte fez um trabalho impecável ao reconstruir um período da história mundial. Os premiados pelo trabalho de estética, cenário e ambientação foram Christian M. Goldbeck e Ernestine Hipper.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
O Oscar de melhor canção original foi para os indianos Chandrabose e M. M. Keeravani, por Naatu Naatu, do filme “RRR”, no estilo Bolywood.
“Obrigada, Academia. Cresci ouvindo os Carpenters e agora estou aqui no Oscar. Só tinha um sonho na minha mente, assim como na da minha família, RRR tinha que ganhar e me colocar no topo do mundo, obrigada por fazerem isso possível, amo vocês, namastê.”
M. M. Keeravani, seu discurso no Oscar.
MELHOR MONTAGEM/EDIÇÃO
Em “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, o vencedor Paul Rogers teve o enorme desafio de organizar as cenas em ordem cronológica, além de escolher as melhores cenas entre os diversos takes.
O filme te leva pelo multiverso. É surpreendente como Rogers explorou as diversas possibilidades das cenas, elevando o filme ao nível supremo, dando sentido à história.
MELHOR FIGURINO
Ruth Carter é a responsável, e agora vencedora pela segunda vez de melhor figurino com “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”. Ela teve que encarar o desafio de trabalhar com o luto no filme.
A figurinista junto com a sua equipe criaram padrões por serigrafia com tinta esbranquiçada em tecido branco puro. Em entrevista para a revista Entertainment Weekly, Ruth falou sobre o processo na construção dos figurinos.
“É um trabalho de amor. Centenas de artistas trabalharam nessas roupas. O trabalho em equipe faz o sonho funcionar, e isso não poderia ser mais verdadeiro neste caso. Foi bastante intimidador porque o tecido africano é muito colorido. Muitos dos identificadores da região são baseados em estampas, tapeçarias ou miçangas. As paletas de cores reais são diferentes de um lugar para outro. Então, como você representa isso quando todo mundo tem que estar de branco? Tudo tinha que ser branco, desde a saia de ráfia que M’Baku usa até as jóias e anéis de pescoço. Eu pintei muito. Espero que as pessoas possam fazer uma pausa e olhem todos os detalhes e o trabalho árduo que foi feito nesse filme”.
MELHOR CABELO & MAQUIAGEM
Os vencedores são Adrien Morot, designer de próteses de maquiagem, Judy Chin, chefe do departamento de maquiagem e Anne Marie Bradley, chefe do departamento de cabelos, pelo surpreendente trabalho no filme “A Baleia”.
O ator Brendan Fraser precisou ganhar peso e usar uma prótese que fazia ele aparentar ter 130 quilos a mais, para interpretar um professor de inglês de 270 kg que vive com obesidade severa e luta contra a compulsão alimentar após passar por um profundo luto. O processo de maquiagem chegava a durar até seis horas por dia. Fraser expressou a sua opinião sobre as próteses de obesidade usadas no cinema.
“Eu olhei para outras próteses de obesidade que foram usadas no cinema, na maior parte do tempo em comédias com piadas ofensivas… o humor vinha sempre do fato de que o corpo dessas pessoas ‘desafiava a gravidade’. Não é o caso aqui.”
MELHOR SOM
“Top Gun: Maverick” levou a estatueta do Oscar de melhor som. A equipe composta pelo supervisor do setor, Al Nelson, o editor de efeitos sonoros, Ben Burtt e o mixador de som, Max Weingarten desenvolveram um trabalho excelente com os avanços tecnológicos ao capturar os sons que foram usados no filme do maior porta-aviões da Marinha norte-americana, além de projetar um gravador de som acoplado nas roupas dos atores durante as cenas nos caças F-18, proporcionado uma verdadeira imersão como se o público estivesse ao lado do piloto no cockpit.
MELHORES EFEITOS VISUAIS
O já esperado e agora vencedor do Oscar de melhores efeitos visuais “Avatar: O Caminho da Água” proporciona para o público uma experiência única.
James Cameron nos leva novamente para o mundo de Pandora, para acompanharmos a família Sully e seus filhos. Utilizando CGI (imagens geradas por computador) e equipamentos tecnológicos, além dos efeitos especiais. O diretor comentou sobre a qualidade dos efeitos visuais do filme.
“Nossa equipe está constantemente contratando novos profissionais, e por isso sempre evolui. A WETA Effects é a melhor (da indústria). Depois dela, a Industrial Light & Magic também faz um ótimo trabalho, mas quando se trata do tipo de captura facial que estamos fazendo… Thanos? Não tem chance.”
