Design Para o andar de cima: perdemos Sérgio Rodrigues, ícone do design brasileiro

Para o andar de cima: perdemos Sérgio Rodrigues, ícone do design brasileiro

Por Design Culture

Essa semana tivemos a triste notícia da morte do arquiteto e designer carioca Sérgio Rodrigues, um marco na história do design. Sérgio, que criou a sua identidade nos móveis e ambientes tipicamente brasileiros, foi sucesso no mundo todo. E assim será por muito tempo, dada sua importância e talento.

Seu maior sucesso, a famosa poltrona Mole (imagem) é só um pequeno pedaço de sua enorme produção e extensa carreira. Segundo ele próprio, Sérgio não se rendeu ao mercado e ditou sua própria moda, servindo de inspiração e referência para muitos designers e arquitetos.

A paixão pelos espaços internos e pela madeira o levou a focar mais nesse mercado, deixando a arquitetura em segundo plano, mas também trabalhando no projeto de casas. Uma delas é a casa da apresentadora Regina Casé, que virou amiga pessoal do designer. Confira neste link um vídeo onde Regina explica o projeto, no programa Casa Brasileira.

Dentro suas criações, está a cadeira Oscar (imagem), de 1956. O nome faz referência a Oscar Niemeyer. Em entrevista ao site Produção Cultural, Sérgio explicou melhor essa homenagem. Confira o trecho a seguir:

“Vou falar dessa cadeira. Ela foi criada em 1956 e eu estava tendo os primeiros contatos com o Oscar Niemeyer. Eu realmente era muito tímido. Agora, sou descarado, mas não era. Não chegava nem perto do Oscar. Para mim, era um ícone, um deus. Fiz a cadeira por encomenda do Jockey Club para uma determinada série de jogos. E eles não aceitaram, porque disseram que era uma cadeira muito nova e moderna. Não aceitaram porque disseram que era cópia de Brasília. E eu perguntava: “Qual prédio se parece com essa cadeira?”. Mas tive que tirar de lá, porque não gostaram. Deixei na loja. Certo dia, entra o Niemeyer, que ia constantemente lá, procurando móveis para o Catetinho. Quando viu essa cadeira – e ele não é de grandes efusões – falou: “Embrulha duas cadeiras dessas, que eu vou dar para minha filha”. Achei maravilhoso. A cadeira tinha sido rejeitada por um grupo de pessoas e ele chega e diz que quer. A cadeira se chamava Jockey, tirei o nome e rebatizei de Oscar. Acabei tendo um bom relacionamento com ele.”

Em outro trecho da entrevista, quando perguntado sobre a identidade brasileira por meio do design, respondeu:

“Eu procurei a brasilidade. Acredito que consegui botar brasilidade no móvel. O móvel, na realidade, não é só a figura, a peça, não é só o material de que essa peça é composta, e sim alguma coisa que tem dentro dela, o espírito da peça, o espírito brasileiro. É o móvel brasileiro.

Sobre a morte de Sérgio Rodrigues, o designer Zanine de Zanine declarou:

“O maior legado que Sérgio deixa é uma identidade e um estilo brasileiro reconhecido por todo o mundo. Já para mim, ele deixou o entendimento de que quando as coisas são verdadeiras e feitas com o coração, as chances de darem certo são grandes.”

Confira mais alguns trabalhos deste mestre, que partiu aos 86 anos de idade:

Fontes: 1, 2, 3

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