Não é novidade para ninguém que a disciplina de design está se tornando cada vez mais popular em diversos segmentos do mercado. Engenheiros e outras profissões de tecnologia e exatas se aproximam cada vez do conceito social e humano do design.
Já faz algum tempo que levanto essa bandeira, seja aqui ou no blog da minha agência. O que mais acredito que é que serviços que demandem visão holística deve ter um designer na equipe; agora, não passe a frente quando existe uma demanda de design. Contrate um profissional de design.
Vamos aos por quês.
Fatores importantes na contratação de um designer
1. Falta de conhecimento sobre a área
Então você é daqueles designers que sempre reclamam de problemas de mercado. Falta de conhecimento por parte de clientes, não entendimento da sua função profissional e o não pagamento de valores justos pelo trabalho que você entrega.
Ok, nesse último quesito, é algo que você enquanto empresário ou freelancer deve resolver por você mesmo. Aceitar ou não o job e outras nuanças que só em contato mais próximos podemos entender.
Pense em seu cliente, como ele enxerga seu trabalho e o que você entrega a ele? Pois é, para muitos a atividade do designer é confusa e se confunde com diversos profissionais e também com não-profissionais.
2. Pagamento não condizente com o trabalho
Receber bem é diferente de receber o justo, afinal para um profissional amador (micreiro/sobrinho) R$50,00 pela criação de um layout pode ser uma fortuna.
Coloque-se no sapatos do seu cliente em potencial. Ele pagar um valor baixo (R$50/R$60/R$100) por um projeto que poderá ser refeito ou repetido durante algum tempo, valerá a pena na visão dele. É uma relação de ganha-ganha. Ele gasta pouco, o micreiro ganha muito.
Entendeu?
Nosso papel enquanto profissionais formados, experientes e que querem fazer a diferença no mercado é quebrar esse paradigma.
3. Falta de experiência das partes
A parte difícil desta situação está realmente na exposição do valor do trabalho para o seu cliente. Por que ele deve lhe pagar uma quantia muito superior ao que ele pagaria ao sobrinho ou micreiro que já realizou trabalhos para ele?
Somente a experiência mostrará os caminhos a percorrer, mas o principal é que precisa ficar claro para o cliente os resultados que você pode trazer. Beleza de peças em seu portfolio é relativa, mas o quanto aquelas peças trouxeram de lucro, não é.
Se o seu cliente não tem experiência na contratação de designers, cabe a você mostrar o caminho correto. Se você também não possui experiência ampla para fechar o negócio, entre em contato com algum colega de confiança, mais experiente, e peça uma mentoria. Garanto que não irá se arrepender.
Projeto de design realizado por designers
1. Confusão entre profissionais
É comum muitas vezes vermos projetos de design não serem executados por designers. Para mim é o mesmo que pedir para um pedreiro pintar suas paredes e esperar o resultado igual ao do pintor. É possível obter êxito? Sim, é. O resultado será o melhor possível? Não.
Obviamente, diretores de arte, mais experientes e estudados, já tiveram contato suficiente com designers durante suas vidas profissionais, e isso pode garantir-lhes a qualidade necessária para determinadas funções. No entanto, projetos complexos, ainda são passados à designers.
A realidade de cada mercado molda os profissionais, mas não podemos deixar que apenas isso seja a escola desses profissionais em formação. Em mercados menores, práticas viciosas podem estar constantemente presentes, e somente com uma boa formação com discernimento fará a indústria local avançar. Espelhar-se em exemplos de sucesso é essencial.
2. Funções similares, resultados distintos
Como já foi dito anteriormente, nas profissões criativas existem funções similares, mas que garantem resultados distintos. Sabemos disso pelos anos de experiência adquirido, correto?
Não adianta pedir para um redator publicitário escrever uma matéria, nem para um jornalista escrever um título e sub-título para um anúncio. Aliás, até adianta. Se o resultado não for o mais satisfatório, isso já era esperado. Afinal as funções são similares (ambos vivem de escrever) mas seus focos são completamente distintos.
Agora pense na possibilidade de confusão que pode existir com a profissão de designer. São tantas áreas de expertise (gráfico, marca, UI/UX, interface, serviços, etc) que para leigos torna-se confuso saber ao certo qual designer o negócio dele precisa.
3. Forma de pensar diferenciada
Uma forma diferenciada de pensamento começa quando nos focamos no valor que entregaremos. Aqui na Elemento, por exemplo, nos atemos ao todo. Buscamos mostrar ao cliente que não é somente o design que garantirá bons resultados à ele.
Organização interna, investimentos, processos bem definidos e principalmente, conversas francas, transformam as relações entre nós e o cliente. Claro, não são todos que conseguimos entrar e encontrar a “casa arrumada”.
Diagnosticar o que seu cliente precisa, vender à ele o processo correto, com qualidade de entrega (seja ela estética ou estratégica) e mostrar a importância desses processos para o negócio é o nosso papel.
Batalha por espaço no mercado
1. Micreiro e Sobrinhos
A vida de designer como autônomo/freelancer ou à frente de um escritório não é fácil. São diversas adversidades que o mercado já construiu e que faz parte da realidade diária do designer de desmistifica-las.
A principal dela, como já citada aqui no artigo é a do micreiro/sobrinho. O grande pesadelo de diversos profissionais. Falo por experiência própria, que logo que estava entrando no mercado sofri com isso. Era um jovem saindo da faculdade, com um trabalho de carteira assinada e resolvi me aventurar com freelas que surgiam.
Por diversas vezes, perdi algumas oportunidades para sobrinhos, uma vez que acreditava que meu trabalho estava alguns níveis acima e por isso cobrava o que eu acreditava justo, mas não dedicava tempo suficiente de relacionamento com o cliente. Afinal aquele trabalho era um extra, já tinha o meu garantido.
Resultado, falhas e mais falhas. Não fechava negócios e o pior, reclamava do mercado. Com a experiência percebi que estava errado, e o principal, onde errava.
2. Ser especialista é o diferencial
Nesse momento o importante sempre foi e sempre será o seu posicionamento. Quando nos posicionamos como especialistas que querem ver o sucesso de nosso clientes e garantimos ferramentas e conhecimento para tal, somos vistos de forma diferente.
Vejo o blog como uma bela oportunidade para tal coisa, nada mais eficiente para o cliente realmente entender sua capacidade técnica que num blog onde seus artigos ficam arquivados. Por isso aqui na Elemento, nos posicionamos como especialista e criativos através de nosso blog.
Caso o cliente tenha alguma duvida de nossa capacidade, mesmo tendo em mãos nosso portfolio e indicações de terceiros (por exemplo) o mostramos nosso blog e damos total acesso aos artigos.
3. Foco no resultado
Focar no resultado, tem sido uma máxima que ouvimos diversamente durante anos. Quando saímos do âmbito acadêmico e chegamos de cara no mercado, nosso foco muda. Aliás, diria que nem tanto.
Na faculdade nosso foco era no resultado, transformar esforços em boas notas. No mercado continuamos focados em resultados, no entanto, esse resultado deve ser convertido em verdinhas. Números reais, lucro, vendas e conversões, usuários atendidos e satisfeitos, etc. Precisamos mostrar ao cliente e ao mercado que chegamos, e chegamos contudo.
Sendo assim, o foco no resultado permanece. Seja ele renda, pessoas ou somente o cliente. Obviamente, se não captarmos qual o âmbito mais importante para focarmos, o resultado será falho. Não apegue-se somente ao dinheiro, no caso do design nosso principal foco é e sempre será pessoas. Se através disso geramos receitas e dividendos isso é outra história.
Quais as histórias que você já ouviu ou viveu sobre a relação mercadológica entre contratantes-contratados? Quero saber mais, compartilhem as experiências nos comentários.