Comportamento Porque generalistas tem sido tão (ou até mais) valorizados quanto especialistas?

Porque generalistas tem sido tão (ou até mais) valorizados quanto especialistas?

Por André Souza

Por muitos anos para se destacar no mercado e alcançar maiores rendimentos financeiros foi necessário escolher uma área ou software e espacializar-se. Porém, com a revolução tecnológica e digital, o ciclo de evolução das profissões, bem como o constante surgimento de novas profissões tem colocado esse argumento em cheque e, mesmo com a escolha uma área mais específica de interesse, o generalismo pode ser um grande trunfo e diferencial em seu currículo.

Primeiramente, precisamos entender que o generalismo não pode (e nem deve) mais ser visto como era no início dos anos 2000, assim como a especialização que, comparado à atualidade pode ser encarada como uma “super especialização”. Com a popularização da internet e a revolução da chamada “Indústria 4.0”, surgem novas áreas de conhecimento cada vez mais específicas e que exigem um número maior de habilidades técnicas a serem dominadas.

Se no início da década de 2000 um profissional que conhecia de HTML era tido como um “o cara da internet”, hoje a internet se segmentou em várias outras áreas havendo a necessidade de outras especializações, tais como programador back-end, designer de interfaces, designer de experiência de usuário, especialistas em web-analytics, digital influencers, social media designers, entre outros.

fonte: Shutterstock

Vemos isso em outras áreas como a edição de vídeos, onde temos uma clara separação hoje entre editores, montadores, motion graphic designers, animadores de personagens, etc.; ou na área 3D, onde temos modeladores de personagens, texturizadores, e especialistas em construção de ambientes… Esses são alguns exemplos, ainda que simplifiquem suas respectivas áreas, pois temos inúmeras outras áreas possíveis de especializações em cada um dos segmentos citados.

À medida que o mercado exigiu a especialização operacional, e os profissionais foram buscando se especializar para atender essa exigência desenvolvendo foco em determinadas hard-skills (habildades técnicas), diminuiu-se muito a quantidade de profissionais que possuem uma visão mais ampla em determinados segmentos, e é nesse cenário em que os generalistas tem ganhado destaque no mercado de trabalho, muitas vezes atuando no papel de líderes ou de integradores comunicacionais entre as áreas especialistas.

A demanda pelo profissional generalista vem de encontro a cobrir a lacuna que existe entre as áreas comerciais, administrativas, e técnicas de um projeto onde, inúmeras vezes, a comunicação é ineficiente justamente pela falta de alguém com a visão técnica do todo! Entretanto esse generalista, como dito antes nesse artigo, não deve ser confundido com o especialista dos anos 2000 que tinha um cenário mais limitado e portanto necessitava de um número menor de habilidades para ter uma visão ampla.

Enquanto nos anos 2000 conhecer o HTML seria o mínimo suficiente, a demanda atual é que o profissional possua conhecimentos básicos sobre cada uma das áreas que envolve a sua atuação. Um generalista em e-commerce precisa entender sobre o backend, o frontend, a experiência de usuário, a interface, meios de entrega, meios de cobrança e recebimento, e sobre mídias digitais, de forma que a soma desses conhecimentos seja o suficiente para que esse indivíduo faça a ponte de comunicação das áreas visando o atingimento dos objetivos de negócio com eficiência e alta rentabilidade. Aqui falamos de, minimamente, noções de linguagens de programação, marketing, publicidade, gestão financeira, e logística, para saber o que, e como pode ser feito.

Apesar de serem necessárias noções de cada uma dessas áreas para o exemplo citado, o aprofundamento, ou a gestão otimizada dos recursos especialistas é o que vai gerar o grande diferencial competitivo por parte do generalista.

Observando-se esses aspectos, é interessante notar que boa parte da carreira do generalista vai depender, além de seu conhecimento técnico, do aprimoramento de algumas soft-skills (habilidades de relacionamento e interação) e da forma como essa habilidades serão disseminadas em uma equipe multidisciplinar.

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Vamos deixar aqui as dicas de algumas habilidades que podem ser grandes diferenciais em sua carreira:

  • Colaboração: “Ninguém é uma ilha”, logo é importante compreender como o seu trabalho auxilia o próximo e como o trabalho do anterior afeta o seu para que, JUNTOS, façam o fluxo do trabalho ser mais eficiente.
  • Flexibilidade: ora, em um mundo globalizado onde as reações de mercado geram situações que demandam alta adaptabilidade, não ser tão rígido com as posturas e maleável nas reações não é mais um diferencial mas quase uma necessidade de sobrevivência profissional!
  • Comunicação eficaz: saber ouvir atentamente e falar claramente sobre suas idéias, decisões, necessidades e ações é um quesito fundamental para manter alta a assertividade em quaisquer aspectos de um projeto.
  • Orientação para resultados: focar no objetivo para que ele seja atingido com a maior eficácia possível, mantendo-se livre das distrações e resiliente à eventuais intempéries.

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