Após uma viagem a Buenos Aires, onde percebeu que designers faziam o papel de criadores, produtores e comerciantes, Nicole Tomazi deixou de lado a carreira de arquiteta e conseguiu concretizar um sonho: a autoprodução, com um trabalho mais artesanal e social. Considerada um talento no atual cenário nacional de designers, Nicole traz novos ares ao mercado moveleiro — e tudo em parceria com um grupo de mulheres da periferia de Porto Alegre.
Sobre trabalhar com pessoas em vulnerabilidade, como surgiu a ideia?
Foi da vontade de trabalhar com resíduos. Muitos artesãos não se interessam por essa matéria-prima. Eu chamo de produção social e não costumo falar em sustentabilidade, pois no fundo somos insustentáveis. Mas a ideia é tentar reduzir o impacto no planeta e também diminuir o abismo social. Eu faço somente os protótipos para viabilizar as técnicas. É um trabalho de formiguinha, mas bem gratificante.
O que você faz para se manter sempre criativa?
São as minhas curiosidades, vêm da minha vida, do meu cotidiano. Eu não tenho um único tema de inspiração, é o cotidiano.
Fonte: Revista Construir Nordeste, edição 73.