Ha 3 ou 4 dias me deparei com este novo anuncio da Tucca, entidade que cuida de crianças com câncer. O vídeo acima, criado pela agencia paulista Lua Propaganda, mostra de forma simples como cada um pode ajudar a cuidar de uma criança com câncer. De forma clara e direta, a propaganda conta um pouco sobre a entidade paulista Tucca e relata o quão bem faz a uma criança com câncer o retorno de seus cabelos perdidos pela quimioterapia. Utilizando isso como conceito, a Lua Propaganda bolou uma forma simples e singela de se incitar doações. A estratégia adotada foi utilizar os próprios pacientes ajudados pela Tucca como modelos de um “cofrinho solidário”, onde o formato do cabelo da criança com câncer é moldado por moedas doadas, evidenciando a diferença que o cabelo faz para uma criança com câncer. O tal cofrinho foi distribuído nos supermercados da rede St. marche, famoso em São Paulo.
O interessante neste anuncio é a forma didática e simples com que tudo foi feito. Isso prova que muita das vezes, um conceito forte pode ser feito a partir de uma ideia simples que também é humildemente executada mas que as vezes gera um recall muito maior do que um comercial caríssimo com altos efeitos visuais e recursos de escrita maravilhosos. Uma boa ideia não necessariamente significa algo genial ou mirabolante demais. Sou um avido defensor da simplicidade na propaganda.
Ultimamente tenho visto comerciais fantasiosos demais, fora do comum demais, que as vezes deixam o consumidor na duvida se aquele produto ou ideia é real; se aquilo vale realmente a pena. A lua propaganda mostrou neste caso que, apesar do nome meio fictício da agencia, tem potencial para criar anúncios geniais, com simplicidade. Para o conceito ser forte e a campanha dar certo, não precisamos de muito. Como publicitário posso dizer que precisamos sim pensar fora da caixa e deixar aflorar o pensamento, mas também precisamos ser condizentes com a nossa realidade, ser mais pé no chão e menos ambiciosos. Não uso aqui a ambição como algo negativo, pelo contrario, mas precisamos pensar que a publicidade não é movida apenas pelo capitalismo, mas também por paixão, por coração e amor. E o amor é um dos sentimentos mais antigos e mais simples que existem. Claro que cada caso é um caso, mas na publicidade de hoje acho que precisamos ser criativamente mais humildes.