Cinema e Séries Sobrenatural: A Última Chave | terror provocado por vivos e por mortos

Sobrenatural: A Última Chave | terror provocado por vivos e por mortos

Por Erica Oliveira Cavalcanti Schumacher

Há de se reconhecer que o terror, gênero comumente ignorado pelo grande público, se reinventou na última década com uma nova forma de tratar o medo. Desde Atividade Paranormal (2007), uma nova leva de diretores, escritores e produtores se uniram para reerguer a categoria, fadada ao descrédito naquele momento, e conseguiram. Nomes como Ori Peli, Andy Muschietti, Carey W. Hayes e James Wan concederam um novo foco a essas tramas e garantiram admiração, novos seguidores, continuações e uma agenda lotada para os próximos anos.

Em relação à Sobrenatural, o conto teve início em 2010 e ganha o quarto capítulo nesta quinta-feira, 18 de janeiro. As obras de 2010, 2013 e 2015 acompanhavam famílias que necessitavam da ajuda da médium Elise Rainier (Lin Shaye) para solucionar questões metafísicas causadas por espíritos em dívida com os vivos. Ocorre que, dessa vez, a trama se volta para a vida da própria Elise e seu passado conturbado, marcado pela insistência do pai em extirpar da pequena menina o seu dom, junto com o amor materno e a companhia fiel do irmão mais novo.

Elise atende a uma chamada comum, mas o endereço indica a residência onde sua família viveu quando ela era uma criança. A casa fica ao lado de uma penitenciária e os horrores que assolam o lugar aterrorizaram a menina, que absolvia a energia carregada do local e convivia com os antigos habitantes do passado. Ao lado dos seus assistentes, a Elise do presente confronta os medos da infância na esperança de libertar os outros e a si mesma nessa nova missão paranormal.

O filme usa e abusa dos efeitos sonoros, de modo que até quem está de olho fechado é capaz de se assustar com as visões que a médium tem dentro da casa. Como de praxe, todas as ações horripilantes ocorrem no período noturno, enquanto que as manhãs são voltadas à pesquisa, revelações, conversas amenas e rememorações do passado. Uma vez que esse é o quarto filme da série Sobrenatural, a plateia familiarizada com as desventuras de Elise agora terá a chance de conhecer o lado pessoal da caça-fantasma. O lado cômico fica por conta dos dois jovens que a auxiliam nessas empreitadas. Vale destaque que a dupla Specs e Tucker esconde o produtor Leigh Whannell, um dos responsáveis pela leva de terrores citado acima.

Um fato interessante sobre a trama é que nem todos os rostos assustadores são pessoas do além. O filme brinca com a vilania dos vivos ao lado da influência do mal, de modo que nem sempre o vilão da hora é um espírito. Esse fator apresentado em cenas fortes tem o condão de confundir o expectador algumas vezes. Vivos e mortos são tão horripilantes quanto e isso garante susto em dobro.

Em que pese a familiaridade da protagonista com o papel, Lin Shaye derrapa no convencimento quanto ao drama que passa por enfrentar uma situação pessoal em meio à atividade paranormal de costume. Algumas frases deixam a dúvida sobre o medo ou a coragem da personagem e o desfecho parece rumar no sentido contrário à lógica do argumento utilizado por ela nessas sequências. O peso das cenas de terror balanceia com o humor leve de seus ajudantes e garante alguns momentos de alívio durante a tensão crescente da trama, que mescla passado e presente para garantir maiores explicações sobre os conhecimentos de Elise sobre a casa e seus habitantes indesejados.

Os jogos de luz e sombras e as cenas que giram para apresentar um fator surpresa são utilizadas a todo momento, como em qualquer filme do gênero. As teias de aranha, os rangidos, cortinas de plásticos, brinquedos velhos, corredores escuros e o sempre presente porão formam um cenário comum, desprovido de ineditismo e que ainda assim, garante um público fiel a essas exibições. Os takes que aproveitam o cenário acima do ombro também não podiam ficar de fora para garantir que as companhias semivisíveis estão mais próximas do que o desejado.

Devido ao sucesso dos longas anteriores, as tramas são sempre relembradas, como para explicar o elo que une os capítulos e garantir uma expansão coesa da saga. No mais, é certo que Sobrenatural: A Última Chave se utiliza da tendência moderna de apelar para o mundo astral em contato constante e visível com seus caçadores.  Mesmo que possa ser considerado como uma trama igual a diversas outras, é certo que se utiliza de uma fórmula eficaz, que garante suspense, sustos e surpresas.

Sobrenatural: A Última Chave estreia nessa quinta-feira, 18 de janeiro. No link a seguir, confira o trailer:

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