A geração do valor compartilhado é uma estratégica de gestão onde as empresas desenvolvem novas oportunidades de negócio considerando os problemas sociais dos locais onde estão inseridas. Com este pensamento que nasceu a Rede Asta, um projeto que gera valor compartilhado utilizando produtos sustentáveis para fortalecer o empoderamento de artesãs com baixa renda.
Criado em 2005 pelas empreendedoras Alice Freitas, Rachel Schettino e Rosane Rosa, a rede tem como objetivo capacitar e formar redes de produção e criar canais de venda e grupos produtivos de comunidades de baixa renda. Em seus produtos, elas adotaram o upcycling, que consiste o reaproveitamento de resíduos para criação de um produto novo, sem destruir a matéria-prima.
O lema do negócio social “bom, bonito e barato” é baseado nos seus produtos que são feitos de materiais reaproveitados de qualidade, além de serem peças produzidas à mão com um grande cuidado estético e por carregarem uma missão única de transformar artesãs em empreendedoras.
Os produtos artesanais são considerados peças únicas pois como são feitos à mão, cada peça é entregue ao consumidor cheia de histórias de quem as produziu. E seu valor agregado aumenta ainda mais pois durante o seu processo de produção, tiveram a orientação de designers. Atualmente são 970 artesãs espalhadas em 60 grupos em 10 estados brasileiros. E já chegaram a faturar nos últimos anos quase R$ 4 milhões!
São mais de 14 anos que a empresa está atuando e a rede já atendeu diversas grandes empresas como C&A, Coca-Cola, Ipiranga, Porto Seguro, Piraquê, Senac, Sebrae, Unilever, L’oreal, entre outras. Várias empresas como a Caixa e a Philips fazem doações para a Rede Asta.
Sobre o Upcycling
A prática do Upcycling é antiga. Porém, a sustentabilidade está em debate nas grandes e pequenas organizações e, por isso, a Upcycling voltou com tudo! Como já expliquei para vocês, esta prática consiste em dar um novo olhar, com criatividade, para um material que seria descartado, sem degradar a qualidade e composição do material. E o legal é que o material que passou pelo upcycle normalmente possui uma qualidade igual ou melhor que a de seu original.
Esta técnica reduz a quantidade de resíduos que vão para o aterro sanitários. E no mercado já faz muito sucesso pois várias empresas já provaram que esta prática é uma excelente oportunidade de negócio. Além da rede Asta, a Cavalera, por exemplo, é uma marca que apostou nesta ideia lançando uma linha com mais de 50 modelos de bolsas e carteiras, todas produzidas a partir de sacos de cimento usados. E também, podemos citar aqui o “boom” das cápsulas de café, que tem incentivado a vários artesãs a criarem brincos e colares com cápsulas usadas, integrando o resíduo na Economia Criativa.
Sistema B e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A Rede Asta faz parte do Sistema B. Para quem não sabe, o Sistema B é um movimento que pretende disseminar um desenvolvimento sustentável e equitativo através da certificação de empresas no âmbito global. Todas as empresas que fazem parte deste movimento, são consideradas Empresa B, que possuem um modelo de negócio o desenvolvimento social e ambiental e, por isso, possui como objetivo solucionar problemas socioambiental.
Em seu site, a empresa sinaliza quais são as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) principais do seu negócio: ODS 1 (Erradicação da pobreza); ODS 4 (Educação de Qualidade); ODS 5 (Igualdade de Gênero); ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico); ODS 10 (Redução das Desigualdades); e ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis).
Então, se você acreditava que empresas que apostam na sustentabilidade não lucram, agora você já sabe que isto é um grande mito! Pode parecer um tanto complicado no início trabalhar com a sustentabilidade mas é por este motivo que escrevo tanto sobre este tema. Até o nosso próximo encontro!