Empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e de entendermos algo (no caso do Design, o problema) segundo o seu ponto-de-vista. Contam que Walt Disney quando visitava os parques da Disney em construção, costumava ajoelhar-se e então olhava ao redor. Ao ser questionado sobre esse hábito curioso, ele dizia que queria ver o parque como uma criança, para provar da sensação que os pequenos teriam ao olhar o parque.
O Design Thinking, por exemplo, é uma área que trabalha fundamentalmente com a empatia. O designer norteado por este tipo de abordagem projetual busca primeiramente uma imersão no problema, à procura de um entendimento que só pode ser obtido próximo ao usuário/serviço/produto para o qual pretende projetar. Essa elucidação é bem diferente de outros modos de trabalho nos quais o projetista recebe o cliente em seu escritório, faz um briefing padrão e após isso senta à mesa para criar, nunca aproximando-se da realidade do projeto.
Trabalhando com a empatia e em um modo de pesquisa exploratório, o designer sai das 4 paredes à procura de vivências, histórias e experiências reais; e não o faz somente para entender as necessidades dos usuários e consumidores, mas também para visualizar as possíveis barreiras in loco, dificilmente compreendidas sem o contato pessoal. Então volta ao escritório ou home office com uma mente cheia de insights. Todas essas informações obtidas em campo se transformarão em dados que delimitarão a sequência do trabalho.
Sobre estes insights, Tennyson Pinheiro e Luis Alt no livro Design Thinking Brasil, comentaram o seguinte:
“Insights são estímulos, pequenos fragmentos de informação coletados pela equipe, e que sozinhos transmitem pouco significado, mas que quando são colocados juntos contam histórias e ilustram cenários, esclarecendo pessoas, crenças, hábitos e valores. Não estamos em busca do insight perfeito. Insights são meros pedacinhos de informação. Coisas que você percebeu, sentiu ou pensou enquanto observava e interagia com alguém.”
Se colocar no lugar do outro é fundamental, principalmente para designers. Em um mundo com tantas disparidades sociais e econômicas, não podemos permanecer fixos no nosso meio. Precisamos dialogar e entrar em contato com diferentes realidades, pessoas, situações e profissões. Dessa forma poderemos entender melhor funcionamento desse grande sistema onde todos estamos, entrelaçados, e para o qual trabalhamos.