Inspirações Brainstorming: o guia completo que você sempre quis

Brainstorming: o guia completo que você sempre quis

Por Diogo Mattos
O poder do Brainstorming

O poder do Brainstorm

Na semana passada fiz um post exclusivo sobre processo criativo, onde abordei passo-a-passo todos os itens envolvidos nele, seus princípios e etapas. Nele destaquei a importância do brainstorming atrelado a etapa de aquecimento da criação e prometi um post inteirinho dedicado a ele. Sendo assim, seja bem vindo a ele, espero que você descubra porque essa arte é tão crucial em qualquer ramo de negócio.

Mas antes disso, queria ressaltar os benefícios da técnica, pois por mais antiga que seja, ainda é atual e relevante. Quem se destaca em seu meio, especialmente o criativo, é por saber empregar bem os métodos envolvidos no brainstorm, o que é raro de se ver. Ele é a chave para se começar qualquer coisa, desenvolvendo um problema desde sua raiz até sua execução. Por isso é também largamente usado como ferramenta de gestão e manutenção de processos, identificando margens de melhora.

Agora que você já entendeu isso, vamos começar. Está preparado? Então vem comigo.

Afinal, o que é Brainstorming?

O que é Brainstorming?

O que é Brainstorming?

É uma dinâmica de grupo criada pelo publicitário Americano Alex Osborn com o objetivo de resolver problemas específicos ou desenvolver novas ideias para um projeto. Ele junta informações posteriores e estimula o pensamento criativo dentro de uma organização ou em atividades informais.

A bem da verdade, a origem do termo vem do inglês, onde brain=cérebro e storm=tempestade. Traduzindo e adaptando temos “tempestade de ideias”, uma verdadeira hemorragia do cérebro, em uma interpretação bem tosca. Assim, o substantivo brainstorm, quando no estado da ação, leva o gerúndio –ing no final, se tornando brainstorming ou “tempesteando ideias”.

O que ele causa? Uma agitação mental tremenda, como bolhas numa garrafa de água com gás ou refrigerante, onde confinadas geram um sabor diferente. Passa por duas fases: uma individual e outra coletiva, sendo a última mais comum. Em outras palavras: o pessoal complementa o grupal. Para você entender na prática como é isso, vamos rir um pouquinho? O canal do Youtube Porta dos fundos lançou um vídeo há um tempo atrás satirizando todo o acontecimento dentro de uma agência de propaganda. Se você não viu, vale a pena. Se já viu, vale rir de novo. Veja:

Hilário não é? Mas também é a mais pura verdade. E nesse momento você deve estar se perguntando se existe uma melhor forma para começar, se existe uma ordem e várias outras coisas. Calma, eu vou te ajudar. Pois como quase tudo na vida, existem sim regras fundamentais para se iniciar o processo. Nas próximas linhas vou te explicar por exemplo, porque a crítica de ideias pode matar a criatividade. Dessa forma, te convido agora a ficar comigo nessa página por mais alguns minutos.

As 7 regras básicas para um bom brainstorming

Regras básicas do Brainstorming

Regras básicas do Brainstorming

O famosos dizer “toda a regra tem exceção” não se aplica aqui, pois não há brecha quando se quer fazer uma tempestade de ideias de qualidade. Nesse caso ela começa individualmente, com as referencias trazidas em sua memória e da sequencia com uma grande reunião de pessoas com o interesse comum de gerar boas soluções para um problema. No caso de designers e publicitários seria a resposta ao briefing proposto pelo cliente, seja na forma de logo, projeto, peça ou campanha.

Vale a pena lembrar que antes de adentrar a sala de reunião é preciso se desconectar por completo do mundo externo, portanto é de bom tom desligar o celular ou deixar no modo “não pertube” (aquele que retém todas as ligações, mensagens e outros sem emitir sons). Mesmo que você coloque no silencioso não vai adiantar, porque ele vai vibrar e você não vai resistir em dar uma espiadinha no que está acontecendo na tela.

Sabendo disso, você está pronto para entrar na sala, vamos as regras?

  1. Mantenha o foco: o ambiente preparado para sua tempestade mental não é lugar para fofocar sobre os acontecimentos da empresa. Todos estão ali para gerar novas soluções, então, não fique de conversinha mole, vá direito ao ponto. E isso vale para todos os membros da reunião.
  2. Não critique as ideias: sejam elas as suas ou a dos seus colegas, é importante não criticar pensamentos, por mais comum e irresistível que isso seja.
  3. Anote as ideias sem parar: Não é hora de se expressar ainda, isso vai ocorrer no final, então apenas eleja alguém para tomar nota e o instrua para fazer isso constantemente. Aqui você vai querer preencher a folha o mais rápido possível, não importa se você achou uma ideia ruim ou não, é hora de botar as cabeças para funcionar. Por isso, quem tiver escrevendo não pode dar opinião.
  4. Dispare ideias em sequencia: especialistas afirmaram e comprovaram que um pensamento precisa sair da frente para vir o outro, ou seja, um desbloqueia o outro, criando uma série saudável.
  5. Não se prenda a primeira ideia: Esse mandamento tem muito a ver com o anterior, pois é importantíssimo manter o pensamento fluindo. Quando a próxima concepção desbloquear a primeira e o ciclo for estabelecido, outras opções mais adequadas vão certamente surgir.Isso não é apenas convenção, é verdade, digo por experiência própria. Quase sempre a primeira ideia é ruim, e ninguém vai escapar disso.
  6. Não insista na sua ideia, ela não é soberana: não existe coisa mais chata numa assembléia de brainstorming do que aquele sujeito que não desapega da sua abstração. Fazendo isso você não só atrapalha os outros como também o resultado final.
  7. Tenha poder de síntese: A última dica, ou regra, não é menos importante do que todas as outras e nem as exclui. É essencial que você, ao comunicar sua idealização, não se estenda e tente explica-la. Esse não é o momento para isso, é apenas para soltar e colocar na mesa, ou melhor, no papel. Falou, calou, simples assim.

Ufa, depois de toda essa jornada mental está todo mundo esgotado, não é mesmo? Então, o melhor para isso é dar um tempo, dar uma relaxada, sair um pouco da sala e dar uma andada, tomar um café ou uma água, ir no banheiro para só assim voltar para o batente. Sim, é preciso, pois a batalha ainda não acabou.

Nesse momento, ainda não foi solucionado o grande problema, o briefing ainda não foi atendido, pois não temos a ideia matadora, aquela que vai prevalecer. Mas como chegar a ela?

Como chegar a solução final: 3 métodos infalíveis

Como chegar a ideia final?

Como chegar a ideia final?

Com todos os dados e ideias em mãos é preciso se organizar para chegar a uma conclusão. E todos sabemos que chegar a grande ideia, aquela mestre que vai satisfazer o cliente ou o seu propósito não é nada fácil e por isso mesmo você necessita de método e disciplina. Então, vamos aos três que eu separei para você:

  1. Diagrama Espinha de peixe
O diagrama Espinha de Peixe

O diagrama Espinha de Peixe

Uma forma visual, clara e objetiva que mostra em um só lugar as motivações e consequências de cada ideia proposta. Por isso também é conhecido como “diagrama de causa e efeito”. Aqui cada participante do grupo levanta parâmetros influenciadores para cada raiz ou pensamento apresentado, podendo utilizar-se da metodologia do 5 porquês para se levantar os efeitos (veja como funciona na imagem acima). É de fato uma ótima forma de gerar resultados esquematicamente de maneira bem organizada.

  1. Learning Canvas
O Learning Canvas

O Learning Canvas

É uma ferramenta, criada por Alexandre Magno, que permite a criação colaborativa de novas ideias a partir do aprendizado surgido. Algo aplicado durante a reunião de brainstorming, mas que ao meu ver, é um ótimo modo para aplicar o que foi feito no bate-papo, ajudando todos a chegaram a uma resposta, ou seja, a escolha da ideia mestre, da que vai valer. Nela são definidos três papéis principais (veja o canvas na imagem acima): Asker – é o dono do problema, nesse caso, o dono do briefing; Sharers – são todos os que contribuíram efetivamente na assembléia feita e o facilitador – é aquele que conhece a fundo a ferramenta do canvas e as melhores formas de aplicar, facilitando a chegada a um consenso.

  1. Grupo nominal
Método do Grupo nominal

Método do Grupo nominal

Trata-se de uma técnica mais estruturada e completa onde é permitida a solução do problema através do desenvolvimento de um consenso em conjunto, sem que um participante influencie o outro. É normalmente aplicada em quatro passos:

  • Gerar ideias – o brainstorming em si
  • Recolhe e registra ideias – sugerido para ser feito durante o processo, que agora pode ser transportado para um flipchart ou painel
  • Reveja e discuta – todo mundo debate sobre o que foi proposto, votando nos mais adequados
  • Volte as ideias – aqui todos olham novamente para aquelas propostas mais votadas no passo anterior

A meu ver, talvez esse seja o método mais utilizado, até por ser mais objetivo e descomplicado em relação aos outros, embora seja completo. É preciso lembrar também que existem muitas outras táticas que não foram mencionadas, mas que funcionam igualmente, apenas sendo aplicadas de diferentes formas.

Polêmica: será que o brainstorming ainda funciona?

Qual o grande problema do Brainstorming?

Qual o grande problema do Brainstorming?

Eu acredito que sim e sei de muitos que pensam como eu, mas nem tudo são flores e tem especialistas que realmente acham que essa técnica vai morrer. Ano passado escrevi um post em Ingês para o Design Culture onde apresento um vídeo ilustrado do grupo RSA Animate (que você pode ver abaixo) com um argumento contra bem interessante.

Nele Jonah Lehrer diz que a tempestade de ideias deve ser mais maturada como um procedimento individual, onde cada um levanta suas próprias ideias antes do encontro coletivo. Algo que meio que complementa o que disse antes, pois segundo ele é necessário esse plus aliado ao processo de coleta de referencias que mencionei.

E na real, o cerne da questão está na regra número 2 que coloquei acima: não criticar. Jonah propõe que o não criticar previne o debate e portanto mata a criatividade, pois a discussão coletiva sobre um pensamento é que faria crescer. Resumindo, ele coloca o foco e o poder em cima de apenas um indivíduo e é por isso que eu não concordo com ele.

Acredito que seja o contrário, se você criticar um ao outro aí sim que você mata a criatividade. Precisamos uns dos outros e do impulso coletivo para tirar a primeira concepção de nossa cabeça e manter a roda girando. Novas possibilidades então serão abertas e tudo flui. Porém, não tiro totalmente o poder de seu argumento no sentido de que precisamos estar sempre pensando em novas maneiras de fazer um bom brainstorm e não ficar apenas preso no modo tradicional.

Enfim, a polêmica é essa e você pode agora conferir o vídeo que mencionei e dar sua opinião nos comentários ao final do texto. Infelizmente não consegui o filme dublado ou com legendas em português, mas, recomendo habilitar a legenda em Inglês pois fica mais fácil acompanhar assim. Depois fica comigo para fazermos o fechamento.

Conclusão

Em suma, depois de tudo que vimos, fica fácil perceber que o brainstorming é muito mais do que uma simples metodologia de criação. Ele é a essência principal da geração de conceitos e portanto implantação da inovação em toda e qualquer atividade que você realize. É um método eficaz para a solução de problemas, o que na área criativa da comunicação é a resposta ao briefing, é o achar uma solução que realmente atenda e demanda do cliente.

Logo, ele precisa passar por etapas fundamentais para que seja bem executado. Aqui ele compreende o individual, com todas as suas referencias de vida e repertório criativo e a fase coletiva, onde a contribuição de outras pessoas é crucial e benéfica.

Portanto, entendemos que todos precisam se comprometer para o bom desenvolvimento e conclusão. É igualmente eficaz a participação de todos os integrantes da assembleia para a chegada da solução final, da ideia mestra, que é aquela que você vai entregar para o cliente. Achando aí o melhor caminho, o melhor método de solução de problemas.

Sendo assim, precisamos estar atentos ao briefing primeiramente, para depois extrair dele o melhor que podemos. E aqui vem o papel do mediador e daquele que anota tudo como costuradores, como cozinheiros da melhor receita. Por fim, independente da polêmica envolvendo a crítica, precisamos nos engajar com cada brainstorming tentando trazer o melhor que podemos para finalmente alcançar o modelo ideal.

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