Olá a todos, aqui estou eu mais uma vez para dar continuidade à matéria sobre tipografia.
Como já tinha anteriormente referido, a minha idéia é iniciar com artigos bastante básicos, que serão sempre a base do conhecimento teórico. Pretendo assim ajudar estudantes e profissionais a relembrar ou aprender matérias, para posteriormente poderem quebrar as regras, evoluir, justificar melhor os vossos projectos e fundamentar as vossas escolhas.
No post passado abordei 5 características para um bom tipo, independentemente do projeto que você estiver a desenvolver o tipo terá sempre de ter: Flexibilidade, Legibilidade, Uniformidade, Equilíbrio e Personalidade.
Hoje vou escrever sobre as “Famílias Tipográficas”.
Todas as fontes podem-se enquadrar numa família específica. O desenho da fonte, é a principal característica para conseguirmos fazer essa classificação. Existem autores que fazem uma divisão diferente de fontes, no entanto esta teoria foi sempre aquela com que trabalhei e espero que vos seja útil. Antes de mais é necessário ter em conta que todas as designações familiares têm fundamentação na sua origem histórica, e isso poderá ajudar-nos a entender o porquê do desenho dessa fonte, bem como servir de suporte justificativo às vossas opções em determinado projecto (memória descritiva).
Pudemos dividir as fontes em 7 famílias distintas.
1- GÓTICAS – 1450
– O primeiro tipo de impressão em livros no Norte da Europa (Johann Gutenberg). As suas formas são baseadas nos estilos caligráficos que se utilizavam para reproduzir livros. As Góticas foram utilizadas quase durante 500 anos mas actualmente são pouco utilizadas por serem fontes muito complexas e de difícil percepção.
2- ROMANAS
–Transição – 1750 – Este estilo é uma refinação evoluida das Romanas antigas, e foram possíveis devido à possibilidade de fundir tipos. São letras serifadas sempre que existam hastes, tanto na versão de caixa-alta como em caixa-baixa. A sua principal característica é na junção da haste com a serifa fazer um angulo arredondado. A diferença de espessura entre hastes também é pouco acentuada.
3- CURSIVAS – 1500
– É uma fonte que tem origem na escrita caligráfica italiana, e aproxima-se das fontes que se baseiam na escrita manual.
-São fontes que descendem das Romanas, e por isso se confundem algumas das vezes. Há um maior contraste entre as hastes, e a sua principal característica é a sua terminação da haste bruscamente em angulo recto na junção da serifa.
5- EGÍPCIAS – 1825
– São fontes com serifas rectangulares bastante evidentes, geralmente da mesma espessura que as hastes. Letras baseadas no estilo das inscrições egípcias (hieróglifos), que eram esculpidos em pedra.
6- GROTESCAS – 1900
– As fontes pertencentes às grotescas não apresentam serifas, são chamadas letras de bastão e são das fontes onde é mais provavel encontrar bold, italic, light e regular.
7- FANTASIA
– São fontes que não se conseguem enquadras nas famílias acima referidas, e que têm características confundidas, misturadas, ornamentadas e até icónicas.
Agora já sabe…se fizer um cartaz sobre a BAUHAUS tente não utilizar uma fonte Romana, poderá não se adequar.
FONTE: Kane, John, Manual de Tipografia, GG