Todos já estamos acostumados e, porque não dizer, enfastiados das piadinhas sobre este ou aquele software gráfico, em especial, o Corel.
Centenas de montagens engraçadinhas, comparações sarcásticas, expressões terroristas bombardeiam os programas que alguns julgam ultrapassados, ou menores.
Muito também já se discutiu (muitas discussões das quais em também fiz parte) sobre isso, com opiniões prós e contra o Corel, exaltação do Illustratror, xingamentos à Apple e por aí vai.
Pois bem, quero sair um pouco dessas discussões, que no fundo não levam a nada, e registrar uma opinião final sobre este assunto. Enquanto designers (os que o são de fato) continuarem a discutir sobre o software utilizado, esta nunca será uma profissão respeitada e reconhecida com o devido valor que merece. Se os próprios designers consideram a ferramenta mais relevante do que o resultado e acham que seu trabalho se resume a arte-final, desconsiderando todo o processo que envolve o trabalho de um designer, como as pessoas que estão de fora do processo vão entender a complexidade do que faz um designer? Quer dizer que se um “sobrinho” faz uma arte-final em Illustrator e não em Corel ele é o cara por causa disso? Ou será que se um designer fizer um super trabalho de pesquisa, projeto e finalizar com o Corel ele terá seu trabalho diminuído? Francamente…
Sei que muitos dirão, como já dizem, “é só brincadeira, zueira, etc”, mas o que é muito levado na brincadeira acaba perdendo o respeito. Um designer precisa encarar seu trabalho com seriedade ou será sempre “aquele rapaz ou aquela menina que faz arte”.
Pouco interessa se o designer finaliza seu trabalho com Illustrator, Corel, Photoshop, Paint ou o que for. Cada um prefere um ou outro software de acordo com um ou outro projeto. Ninguém deve ser julgado pelo que usa, mas sim pelo que é, e o que o designer é está no que ele apresenta.
Gisele Monteiro