Recebemos, todos os dias, milhares de estímulos, principalmente visuais. Somos constantemente bombardeados por informações dos mais diversos assuntos, vindas das mais diversas fontes, por meio dos mais diversos canais. É humanamente impossível assimilar tudo, e tampouco seria útil para a nossa vida todas essas informações. Acabamos fazendo automaticamente um filtro inicial e posteriormente, com mais critério, outros filtros, para realmente ficarmos apenas com aquilo que nos interessa. Estamos desenvolvendo cada vez mais essa capacidade de filtrar, que nos é obrigatoriamente exigida, caso contrário, entraríamos em colapso dado o volume de coisas a que estamos expostos.
Para um designer da mesma forma existem os mais variados estímulos, referências, influências, etc. São tantos, inclusive, que nos criam dúvidas…o que é realmente tendência e o que é apenas um modismo? Não que seja proibido dar certa “bola” para os modismos, afinal, é o que está circulando por aí, na massa, mas há de se ter certo cuidado para não ficar pulando de modismo em modismo, sem encontrar seu próprio caminho.
Mas então, como diferenciar modismos de tendências? Aqui vai uma interpretação totalmente livre e pessoal: modismo é algo efêmero, volátil, com pouca profundidade e de passagem relâmpago. Tendência é a inclinação que algo vai tomar, um lado para pender, um caminho, diretrizes. É algo mais durável, que considera e permite variantes.
Não sou daquelas que defende um estilo único de trabalho, bem marcado, até porque acredito ser isto impossível no mundo real, para um artista sim pode até ser possível, para um designer não. Mas ser tão suscetível às ondas que vem e vão não pode ser considerado um comportamento padrão para um designer que deseja ser reconhecido através de um trabalho sólido. As tendências sempre precisam ser observadas, pois demarcam o período atual que se está vivenciando, no entanto, há de ser ter atenção.
Flat design, vintage, low poly art, minimalismo, etc. Não vamos aqui dizer o que seria modismo e o que seria tendência, até porque existem interpretações múltiplas. Vai depender muito também da aplicação. Por exemplo, posso desenvolver um logotipo baseado em um modismo? Obviamente não, mas posso, talvez, fazer uma peça para ser usada na web, que é absolutamente momentânea, tendo uma validade muito mais curta.
A riqueza de referências sempre é algo positivo, mas a capacidade de interpretá-las, saber usá-las e também adaptá-las é fundamental.
Gisele Monteiro