Hoje escrevi um post bastante teórico, mas que poderá ser uma boa referência para ajudar na criação de projectos de naming.
Actualmente, criar bons nomes é das tarefas mais importantes, mais difíceis e mais demoradas no processo de construção de marcas. A marca é um dos activos mais importantes de uma empresa e é fundamental garantir que os nomes criados estejam de acordo com a estratégia da marca. Isto significa que os nomes têm de transmitir, visão, âmbito, posicionamento, carácter e a ideia central da marca, quer se trate de um produto/serviço ou de um empresa.
Existem vários tipos de nomes: descritivos, associativos, abstractos, acrónimos, siglas, apelidos, combinações, etc… Cada um tem os seus pontos fortes e fracos em termos de comunicação e disponibilidade de registo legal. Há marcas que apenas por mudarem de nome conseguem ter resultados excelentes. Em Portugal a Lorenz Bell, ao designar-se anteriormente por um nome típico português, não facturava 1/10 do que factura hoje! A marca Ford, teve a infelicidade de lançar um modelo de um carro que na língua portuguesa era considerado obsceno, também não vingou em Portugal e o Toyota MR2, em França teve um problema idêntico. Em Portugal a “NOS” quer ser apelidada de “nós” mas então porque não criaram a marca com o acento agudo? É verdade, foi uma empresa inglesa que criou a marca NOS…será que utilizaram a metodologia correcta para essa criação?
Faça o exercício: telefone a um amigo e diga-lhe que a sua nova empresa se chama “Autorinobrasiletabdu“. Será que ele vai entender alguma coisa? Ele conseguirá escrever o endereço web desta empresa? E enviar um e-mail? Com este comprimento de nome, soletrar também não seria fácil para si. Acha que ele entendeu que a sua nova empresa operava no ramo da educação sénior? Consegue prenunciar o nome da sua nova empresa sem ler novamente? Pois é, há marcas com nomes tão complicados, que parecem quase exercícios usados por terapeutas da fala (destrava línguas).
Desta forma, existem 10 regras de ouro que devemos ter em conta quando adoptamos/criamos um naming!
Regra 1 – ser curto, fácil de prenunciar/escrever.
Regra 2 – ser neutro a problemas/organizações da sociedade e da cultura envolvente.
Regra 3 – adequado ao que pretende vender.
Regra 4 – de fácil memorização.
Regra 5 – não deverá ser descritivo.
Regra 6 – não pode ser contraditório.
Regra 7 – deve de ser lícito (permitido por lei).
Regra 8 – ser verdadeiro quanto ao seu conteúdo.
Regra 9 – estar disponível (não esquecendo a internet).
Regra 10 – ser pronunciado internacionalmente (pensar no futuro).
A METODOLOGIA.
Por vezes, em estúdios de design pequenos é o Designer ou o departamento criativo – que com a sua visão global e com uma ampla e vasta cultura baseada na experiência – que tem de auxiliar o cliente a criar ou recriar o nome para a sua marca, produto ou serviço. Este serviço é crucial para o desenvolvimento e criação de uma marca, é no nome que tudo começa, logo o serviço de projecto de naming terá de estar contemplado no orçamento. Ter boas ideias leva o seu tempo e tempo é dinheiro. O cliente pode até já ter escolhido o nome e até ter um brief completo com estudos englobados. No entanto teste sempre esse nome e faça uma chamada de atenção caso note que a direcção não está a ser a mais correcta. O cliente também poderá não ter nada pensado, nem fazer a mínima ideia do que é bom ou mau para o seu próprio negocio, e para isso estamos lá nós!
Para um correcto e mais completo processo de naming devemos de ter em conta a seguinte metodologia:
1- Investigação;
2- Brainstorming;
3- Filtragem;
4- Sondagem;
5- Análise;
6- Apresentação ao cliente;
7- Registo do Nome;
8- Plano de Contingência.
Como já percebeu, criar um nome não é fácil. No próximo post irei aprofundar cada ponto desta metodologia, explicando assim todo o processo para a criação de um bom projecto de naming. Fique atento!