Se você é um aluno graduação de Design já deve estar de alguma maneira preocupado (e talvez assustado) com o “tal” TCC – seu Projeto de Conclusão de Curso. Se já é formado, possivelmente já “escalou essa montanha” – e saiu vencedor, percebendo no fim que ele não era tão monstruoso como parecia! Recentemente, concluí meu projeto de conclusão de curso, e ao longo do meu processo de criação e execução do TCC, fui percebendo algumas coisas que gostaria que tivessem me falado antes de eu ter começado. Não apenas isso, mas descobri maneiras de trabalhar que funcionavam melhor pra mim e encontrei dificuldades que não achei que teria e tive que aprender a lidar com elas. Percebi que coisas para as quais eu não dava tanta atenção, eram na verdade essenciais.
E refletindo então sobre todo esse processo, escrevi “7 insights que aprendi fazendo um TCC em Design” – Esses insights me ajudaram muito no processo para terminar meu projeto. E creio que eles são úteis para qualquer projeto de Design, sejam projetos pessoais, acadêmicos ou profissionais. Vamos lá, então:
1. A IMPORTÂNCIA DE SE TER UM CRONOGRAMA.
A partir do momento que criei um cronograma, percebi o quão fácil minha vida ficou. Parecia que eu conseguia ter mais controle sobre meu TCC e onde eu estava naquele processo todo. Estipulei um cronograma mensal, semanal e diário – sendo o diário bem específico. Muitas vezes não consegui segui-lo fielmente, mas o cronograma foi fundamental para me fazer andar. Acho que é pra isso que servem as metas, certo? Pra nos fazer andar.
2. CONTROLE SUA MENTE (ou melhor, NÃO SE PREOCUPE A TOA)
É muito fácil deixar o TCC se tornar um “monstro de 7 cabeças” e se tornar algo maior na nossa mente do que deveria ser: Vários pensamentos vieram a minha mente do tipo “Nunca vou conseguir terminar isso!”. Frequentemente, a conhecida “síndrome do Impostor” também vinha me assustar com pensamentos “você nunca foi um Designer de verdade, ninguém vai gostar do seu trabalho!” Muitas vezes, essas vozes vinham e tentavam me assustar. Mas fui aprendendo durante o processo, que a melhor maneira de combatê-las é simplesmente ir fazendo as coisas, sem pensar muito. Compartilhar com alguns amigos e com minha orientadora minhas angústias em relação ao TCC também foram coisas que me ajudaram muito – eles colocaram meu pé no chão e me ajudaram a ver que era um projeto que eu tinha total capacidade de fazer, e que não precisava ficar enrolando ou procrastinando.
3. FAÇA VÁRIAS COISAS AO MESMO TEMPO
O bloqueio criativo acontece, é fato. Muitas vezes eu não tinha ideia de como acabar um infográfico, ou fazer um lettering. (Meu projeto era composto por vários infográficos e letterings.) Então eu partia pra outra. Deixava aquela arte repousar por um tempo, e ia desenvolver outra coisa ou “procrastinar” pesquisando referências para uma nova arte do projeto. No fim, eu estava com 10 arquivos de Illustrator abertos ao mesmo tempo, e quando me cansava de uma arte, fazia um pouco da outra, etc. E quando voltava para aquela anterior, já não a via com os mesmos olhos, e era capaz de identificar os erros que ainda não tinha conseguido enxergar e então, era capaz de desenvolver a arte até chegar ao ponto em que eu estava satisfeito com o resultado.
4. NÃO SE APROFUNDE, APENAS RASCUNHE
Esse insight foi fantástico pra me ajudar na construção do meu Relatório. Qual é a ideia: muitas vezes quando escrevemos um artigo, por exemplo, ficamos tentando escrever o melhor parágrafo antes de ir para o próximo e acabamos protelando e tendo dificuldade de finalizá-lo. Esse insight propõe que é melhor ir rascunhando tudo, e depois ir fazendo várias etapas e camadas de refinamento no que se está fazendo. Isso me ajudou muito a manter um equilíbrio emocional e não ‘me assustar’ com o tamanho do projeto ao longo do processo. Visto que eu me imaginava sempre rascunhando, nunca fiquei com o peso de que “isso precisa estar perfeito!” Dessa maneira, nas etapas de refinamento e melhoria, a qualidade do “rascunho” foi melhorando até chegar a um nível “ideal”, e eu não enfrentei aquele peso desnecessário de que tudo precisava estar perfeito.
5. FEITO É MELHOR QUE PERFEITO
É muito fácil também sermos dominados por um espírito de “Eu quero que isso fique perfeito!” E realmente a perfeição é algo que devemos almejar. Mas, nessa busca, podemos deixar de seguir em frente e fazer as outras coisas que precisamos. Ficamos esperando uma ideia mágica, que viria naturalmente se a peça gráfica fosse deixada de lado por um tempo e retomada depois. Então com equilíbrio, busquei ter em mente que “Feito é melhor que perfeito”, buscando sempre concluir o que eu tinha que fazer dentro do prazo, e após alguns dias, vendo novamente a arte,
novas ideias de refinamento vinham e eram executadas de maneira natural.
6. AMIGOS, NADA COMO AMIGOS!
Acho que um dos meus maiores aprendizados foi como os amigos são importantes em todo esse processo. Eu tive uma imensa ajuda de várias pessoas, desde pessoas que me apoiaram emocionalmente, dando aquele “tapinha nas costas”, até outros que me ajudarem revisando meus textos, sugerindo ideias, e propondo melhorias. Muitas vezes, aquilo que eu estava com dificuldade de executar, ao compartilhar com alguém, recebia um insight que fazia toda a diferença. Nossos amigos podem somar e muito para a construção dos nossos projetos pessoais.
7. ENCONTRE SEU PRÓPRIO RITMO
É muito fácil no meio do processo do TCC sermos dominados pela pressão de termos que acabar aquilo. E mesmo quando vamos ao cinema, saímos com os amigos ou fazemos alguma outra coisa, não conseguimos parar de pensar no TCC. Para mim foi muito importante achar meu ritmo: Entender que havia momentos que eu não estava bem, ou estava sem ideias, e a melhor coisa era, ao invés de ficar insistindo em frente do computador, sair e assistir um filme com um amigo, ou tomar um café com um colega. E nessas horas me policiei para tentar deixar o TCC totalmente de lado e ser intencional naquilo que estava me propondo a fazer. Coloquei na minha mente: “A hora que for pra você focar no TCC e se preocupar com ele, você vai se preocupar, mas agora esteja vivendo e aproveitando esse momento!”
CONCLUINDO…
É isso! Não tenho todas as respostas, e esses insights podem não funcionar para todos, mas espero que eles possam ser útil pra alguém que possa estar entrando nessa etapa final, que não é fácil, mas vale a pena! E você que já tenha passou por essa fase, tem algum aprendizado que poderia compartilhar com a gente? Escreve ai nos comentários! Abraços!