Assistindo vídeos no youtube durante a semana, fiquei impressionado com uma publicidade anunciando um novo modelo de celular. No comercial, um rapaz mostrava umas fotos em seu celular e sua respectiva quantidade de curtidas que cada uma delas recebeu e disse que qualquer um pode ser um fotógrafo, só bastava ter tal aparelho celular em mãos. Achei interessante a ousadia da campanha ao afirmar que para ser um fotógrafo e ganhar mais de 2 mil likes em suas fotos só bastava ter um celular de ponta. A partir daí pensei no quanto está ameaçado o rumo de algumas profissões, o quanto os verdadeiros profissionais estão sendo escrachados com esse tipo de publicidade. Qual o rumo que irá tomar os profissionais da comunicação e ligados a ela? (jornalistas, fotógrafos, designers, publicitários, marcadólogos).
Pois bem, está nítido que qualquer um pode ser um fotógrafo de acordo com algumas campanhas de aparelhos tecnológicos, mas o pior é que ao ver o comercial lembrei-me de um lugar onde trabalhei em que se tinha a necessidade de ter um fotógrafo para cobrir as matérias e tudo mais, só que não queriam investir. Um dos familiares da empresa tinha uma câmera profissional e se debandava para ir fazer as fotos que depois eram destinadas à impressão. Não falarei do resultado, acho que está claro o que acontecia. Mas enfim, qual é o problema? Será dos profissionais que não se valorizam? Ou será de algumas empresas que não tem discernimento sobre as profissões?
O problema é de ambos, muitos profissionais realmente não se valorizam e deixam as portas abertas para empresas exploradoras e amadoras fazerem o que bem entendem. O mercado é grande demais, há espaço para todos, acho que não há necessidade de vendermos nossos serviços a preço de bananas. Há quem diga que o futuro dos fotógrafos será o de “família”, pois a quantidade de casamentos e nascimentos todos os dias é muito grande, seria um mercado em mais do que expansão. O quanto balançarmos com orgulho a bandeira de nossa profissão, uma hora teremos sucesso naquilo que buscamos e sonhamos. Não seremos mais o “clicador das festas”, o “sobrinho das artes gráficas” e por aí vai. O destino de nossas profissões somos nós que fazemos, a gente escreve essa história, mas lembre-se sempre de levar a bandeira de sua profissão adiante em todos os lugares com você.