Saul Bass, designer, cineasta e revolucionário. Bass nasceu em pleno século 20, no Bronx, em Nova York, de pais imigrantes. Desde infância demonstrava certa criatividade e habilidade com o lápis e papel, além de ter a “fama” de ler tudo o que encontrava para ler. Bass trabalhou como aprendiz no departamento artístico do escritório de New York da Warner Brothers Studio, o seu trabalho era ajudar a criar cartazes de cinema. Esse dom pode ser desenvolvido nas aulas noturnas da qual participava à noite no Art Students League, onde teve a sorte de estudar com György Kepes , um mestre da estética funcional de Bauhaus.
Sua carreira durou mais de 40 anos e abrangeu de tudo, desde a impressão e desenvolvimento de identidade a créditos finais de filmes. Além disso, passou por grandes corporações, onde projetou identidades e trabalhou com branding, entre essas corporações estão a AT & T, United Way e Continental Airlines; também criou sequências de créditos para mais de 30 filmes, ganhando também um prêmio da academia pelo seu filme Why Man Creates. Por incrível que pareça, além disto tudo que foi citado, foi um espetacular no campo da tipografia, seu estilo de “corte de papel” é um dos estilos mais reconhecidos do design dos anos 50 e 60.
Bass começou a interessar-se pelas ideias professas na Bahaus após a leitura do livro “The Language of Vision”, de Gyorgy Kepes. Quanto a cartazes de cinema, era defendido que em vez de fazer referências a todas as cenas significantes do filme, como em alguns trailers, um cartaz deveria apresentar apenas uma ideia ou o tema expresso no filme que cativaria a imaginação. [1]
Bass revolucionou os cartazes de filmes, seus cartazes tinha um quê sofisticação devido ao seu estilo minimalista, muito distintivo na época, e como deixei claro nos parágrafos anteriores, seu papel no cinema internacional não parou por aí, além dos pôsteres, inovou totalmente o papel dos créditos finais nos filmes.
Saul tinha o compromisso de injetar vidas nos créditos dos filmes em que trabalhava, tornando-os parte da experiência cinematográfica como qualquer outra parte do filme. Apresentando seu tipo “kinetic type” de assinatura, as letras de “Bass” saltavam e moviam-se através da tela e frequentemente incorporavam com outras imagens, além de textos.
Bass’ famed title credits for North By Northwest (1959)
Bass’ title credits for Goodfellas (1990)
http://https://www.youtube.com/watch?v=s8pQJOeTkFs
Um fato deveras interessante e que poucos conhecem sobre Saul Bass é que:
No filme Psycho Bass aparece nos créditos como Pictorial Consultant. Um fato pouco conhecido é que foi Bass o responsável por uma das mais memoráveis cenas na História do Cinema. Depois de ter criado o storyboard para a cena do “assassino no chuveiro” com Janet Leigh e Anthony Perkins no filme Psycho, Alfred Hitchock pediu-lhe que realiza-se a cena. [2]
Devido ao seu envolvimento no meio cinematográfico, Bass acabou por dirigir os seus própios filmes. Ganhou o Grande Prémio no Festival de Veneza com Searching eye, um Hugo de ouro no festival de Chicago com From here to there e uma nomeação nos Oscáres para o filme The Solar film and notes on popular art. Em 1968 ganhou um Óscar na categoria de curta metragem para o filme sobre a criatividade humana, Why man creates.
Design de marcas
Nem de longe o design de logotipos define o trabalho de Saul Bass, mas estes também foram inegavelmente maravilhosos. O tempo médio de vida de um logotipo de Saul é de 34 anos. Alguns de seus trabalhos ainda não foram substituídos, como os projetos absolutamente brilhantes para Kosé Cosmetics (1959), Kibun (1964), Warner Communications (1972), Girl Scouts (1978, este teve um pequena alteração em 2010) and Geffen Records (1980).
Caso tenha se interessado por Bass, pode-se encontrar disponível nas lojas internacionais, o livro Saul Bass: A Life in Film and Design.
[1] e [2] http://tipografos.net/designers/bass-saul.html