Tá, a grande maioria dos designers já sabem que é importante saber vender o que se produz. Mas ainda uma grande maioria vive vendendo o serviço (de material intelectual, acima de tudo) categorizando como sendo peças gráficas, simplesmente. Isso não é exatamente ruim, de todo, tendo em vista que o produto final são peças gráficas, realmente. No entanto, a ideia de conceituação ainda não tem sido uma realidade para uma gama de entusiastas da área. E isso, infelizmente, contribui para que a classe não avance mais.
Um bom exemplo de como não entendemos claramente o valor que o design tem para o mercado, é quando vemos discussões com críticas incisivas às tabelas do tipo da ABRADI, por exemplo. Talvez não seja realmente uma realidade do mercado atual os valores que a tabela traz, mas só não o é, porque não há uma imposição de mercado para que o seja. E sim, tem agências e designers por aí fazendo capas para fanpage a 3k (a questão é que poderia ser você e eu também, ganhando essa grana). O diferencial nessa questão é que o cliente sabe que vale à pena investir esse valor nesse serviço, sobretudo por uma série de questões não apenas designicista, mas mercadológica também. E isso envolve entender e perceber o Mercado, para assim, vender para e dentro deste, interagindo diretamente com suas possibilidades.
Parte da problemática
Muita gente (designers, inclusive) ainda vê o designer como uma função dentro de uma agência, simplesmente. É aquela pessoa subordinada à Criação e segue exatamente as orientações do setor, junto à Redação e/ou Direção de Arte, para simplesmente atender a essa função. Há uma necessidade urgente por entender o Design como sendo elemento universal de abrangência na vida. Em outras palavras, é importante sacar que Design existe desde sempre e sempre foi o bastidor mais importante na história humana, tanto por ser função antes de forma, quanto por assumir papel fundamental num mercado de competição por oferecer o que a humanidade necessita. E numa abordagem mais imersiva, auxiliar diretamente a ação de tornar necessidade um desejo e assim, um gancho de consumo.
Aplicabilidade
A ideia de mudança que desejamos ver em nossa classe, passa pela conscientização pessoal de cada envolvido no processo, com análises do tipo:
Tenho realmente investido nos insumos que envolvem a minha produção pessoal, como um banco de imagens premium, com imagens adequadas para cada job desenvolvido (como o Bando de imagens da Adobe, o Fotolia)? Meu workspace representa materiais de qualidade, que me fornecem uma boa experiência de trabalho (e mensuro esse investimento naquilo que desenvolvo)? É realmente interessante cobrar por hora? Mas se o que se está entregando evolve material intelectual (desenvolver conceito, por exemplo), com imersão, análise, estudo de caso e afins, por que raios então não mensurar isso de forma a qualificar ainda mais o que se propõe entregar? E se o que entrego é antes de tudo, um elemento de concepção intelectual, como não pensar que isso não tem um custo e sim um valor?
Ver o produto / serviço como a representação palpável daquilo que foi pensado e projetado, torna este um protótipo e, entendemos assim, que o valor pago pelo job em si, está ainda muito aquém daquilo que esse realmente vale, mas entendendo que o Design precisa ser acessível, ajustamos os valores para a situação atual do Mercado, sem o tornar um elemento que se compra na padaria da esquina. Desenvolver essa linha de raciocínio nos fará cada vez mais valorizados e imersos no Mercado. O mesmo Mercado que permite agências conquistarem contas de 15K apenas gerenciando uma fanpage com 3 posts semanais.
E é isso, por hoje a palavra de ordem é consciência de Mercado para alcançar o melhor deste. Tamojunto e até a próxima, criativo!