Design Preferência e experiência estética do consumidor em design

Preferência e experiência estética do consumidor em design

Por Mélio Tinga

Existem no mundo inteiro pesquisas que versam sobre as preferências e experiências estéticas humanas, muitos dos resultados mostram complexidade, diferenças, e impossibilidade de ter resultados comuns em diferentes pessoas. De um lado existem pessoas que se mostram mais sensíveis, com experiências estéticas inatas, de outro existem pessoas que, o seu nível de preferência estética é não distante do primeiro caso. No primeiro caso, são pessoas que “fazem conexões sensoriais com maior rapidez, preferem o design mais sofisticado e favorecem as informações visuais em detrimento das informações verbais” (Childers et al., 1985 et al., 1983). Existem pesquisas que em seus resultados, mostram que alguns nascem com o senso estético muito mais desenvolvido do que outros, e desenvolvem com maior flexibilidade do que outros. Conforme sustenta DE MOZOTA (2011):

“Algumas preferências estéticas são inatas ou adquiridas no início da vida (por exemplo, a preferência humana por ordem e simetria das formas).”

A preferência por um produto em relação ao outro, envolve para além de outros aspectos o seu design e o “ (…) conhecimento de design requer educação, motivação e encontros frequentes com belos artefactos e ambientes. Consequentemente, é importante saber o nível de conhecimento de design de seus consumidores-alvo, e educa-los salientando a forma por meio de publicidade e exposição no ponto de venda” (Osborne, 1986).

Um individuo com preferência e experiência mais desenvolvidos, fará provavelmente melhores escolhas do que alguém que o que possui menor preferência e experiência estética. Esse facto coloca o desafio de, para além de vender e promover seus serviços, as empresas de design precisarem criar diferentes formas para educar seus consumidores e mostrá-los a importância do design em seus produtos e também para seu bem-estar.

DE MOZOTA (2011) mostra que são vários aspectos que concorrem para o julgamento estético:

A motivação intrínseca/extrínseca do consumidor: o consumidor que olha o produto de design como meio de fazer algo aprecia a estética utilitária;

Características pessoais: idade, sexo e outras características influenciam na preferência de um produto e na forma como as informações visuais são tratadas. Existem objectos que colocando um homem e uma mulher, um deles pode passar despercebido e ao outro chamar atenção.

Personalidade Visual: versus personalidade verbal: os consumidores visuais olham geralmente para a forma, modelos. Os consumidores verbais olham para detalhes, informações.

Duração do tempo de observação do design: o tempo em que um consumidor estiver exposto ao produto de design pode definir a sua preferência por este, poderá melhor julgar a estética de um produto em relação ao outro analisando suas preferências.

Atributos subjectivos: atributos como cor, forma influenciam a percepção de peso, volume e eficiência de alguns produtos. Uma cor pode fazer um produto parecer mais limpo e mais funcional do que outro, ou fazer com que um pareça maior do que o outro, influenciando na preferência pelo consumidor.

 

Muitos dos aspectos referidos, principalmente o que estão directamente ligados as características pessoais são desenvolvidos durante o tempo e maior exposição aos produtos de design. As preferências estéticas tem muito a ver com características pessoais do individuo, as suas escolhas reflectem o quão está desenvolvida a sua experiência estética, e esse facto pode ser observado em diversas áreas: na música, na pintura, na escultura, na arquitectura, na literatura, entre outros. Desenvolver a experiência estética implica estar imerso, implica viver diariamente, implica ser um apreciador, o que possibilitará fazer melhores escolhas.

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